Quem não deve, não teme: família de homem que morreu atropelado questiona fuga de motorista

A CGN conversou nesta manhã com Juliano de Carvalho, filho de Luiz Carlos Carvalho, que morreu na último sábado (1) em um grave acidente na BR-277. O homem havia acabado de deixar o trabalho e atravessava a rodovia de bicicleta quando foi atingido por uma caminhonete Dakota, cujo condutor fugiu do local sem prestar socorro e só se apresentou hoje.

A família é de Londrina e soube do caso pela imprensa. Na horas eles ainda tinham esperança que a vítima pudesse ser uma pessoa com o mesmo nome, mas depois tiveram a confirmação.

“O sentimento é de revolta. Por mais que não desse para salvar meu pai ele tinha que ter parado para prestar socorro. Porque ele fugiu? Não sabemos se estava embriagado, em alta velocidade, mas quem não deve, não teme”, afirma.

O pedido é que as autoridades apurem se de fato o homem que se apresentou hoje é quem estava conduzindo o veículo. Ao delegado, o homem disse que saiu do local por medo, versão que a família não acredita.

“Se ele fugiu no sábado porque estava com medo, por que ele não se apresentou mais tarde? Alguma coisa estava errada e agora ele foi orientado por advogado para falar isso. Meu pai não era nenhum animal para ele atropelar e não parar no local”.

Luiz deixa mais um filho de 28 anos e o último encontro ele havia conhecido as netas. A família programava uma visita para o fim deste ano, quando a situação da pandemia melhorasse.

“Meu pai era uma pessoa muito reservada, mas um homem muito honesto e trabalhador. No últimos dias ele estava muito feliz porque tinha pago um tratamento odontológico e ira fazer um implante”.

Luiz Carlos tinha 55 anos trabalhava há vários anos em um posto de combustíveis que fica às margens da rodovia e conhecia bens os perigos do local. Há cerca de dois anos ele já havia sido atropelado a cerca de 200 metros do ponto do acidente de sábado. Na época ele fraturou o braço, mas conseguiu se recuperar. No acidente do último fim de semana o corpo foi arremessado a vários metros e não houve qualquer chance de socorro.

O motorista que se apresentou nesta manhã foi ouvido e já liberado.

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