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Comandante da PM de Cascavel não aceita ‘vista grossa’ e promete endurecer em 2026: “Quero prender muito ladrão”

“Nós estamos com quase 30% de homicídios a menos, neste ano, comparado com o ano passado, e aí existem alguns casos emblemáticos que chamam muita atenção,...

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Por Luiz Haab

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O tenente-coronel Divonsir de Oliveira Santos, comandante do 6º Batalhão da Polícia Militar de Cascavel, avaliou a atuação da polícia na cidade em 2025 e adiantou onde concentrará esforços para aumentar a segurança em 2026. A conversa foi na tarde desta terça-feira (16), no estúdio da CGN (clique no vídeo para assistir à entrevista na íntegra).

“Nós estamos com quase 30% de homicídios a menos, neste ano, comparado com o ano passado, e aí existem alguns casos emblemáticos que chamam muita atenção, e é o que gera essa sensação de insegurança”.

Segundo o tenente-coronel, a redução de casos aproxima a cidade das estatísticas de países desenvolvidos. Por outro lado, Cascavel ainda ferve, e é por isso que ele não parece disposto a se satisfazer com a aparente tranquilidade. “Não existe homicídio aceitável”, reforça ao citar como exemplo o caso de Luís Lourenço, de 35 anos, morto a golpes de bastão por um sem-teto, na Rua Manaus, em março deste ano. Divonsir acredita que situações como essa diminuem a sensação de segurança, mesmo quando são estatisticamente menos frequentes.

E é aí que entra o ponto central do comandante: segurança não é só número; é percepção. “Qualquer situação que eu encontrar, eu sempre falo pros meus policiais, não tem que perdoar. Nós não temos que fazer vista grossa pra qualquer tipo de delito. E, principalmente, nos delitos menores, que são os que vão gerar os delitos maiores. Não existe nada que nasce grande. As coisas vão evoluindo”.

Microtráfico no centro da mira em 2026

Se 2025 foi o ano do diagnóstico, 2026 será o ano do ataque frontal ao microtráfico.

“Eu assumi o batalhão em agosto. Desde então, nós criamos algumas modalidades de policiamento específicas pra focar nisso, buscando o quê? Atingir aquele crime que mais incomoda, que é o que vai gerar essa gama de, como a gente fala, de zumbis transitando na rua, que são os usuários, que são as pessoas em situação de rua. Pra elas estarem na situação, tem alguém fornecendo droga pra elas. Então, a droga é uma porta de entrada pra vários delitos. Dali vai sair arrombamento, vai sair dano, vai sair roubos e diversos outros crimes. Então, a gente, desde o início, começou a combater isso. Nossos números mais do que triplicaram nesse quesito.”

Violência doméstica

Outro ponto sensível é o aumento das ocorrências de violência doméstica. Com equipes especializadas e o fortalecimento do programa Mulher Segura, mais mulheres passaram a reconhecer que agressão é crime. “As mulheres despertaram para muitas ações que antes elas entendiam como culturais, mas que hoje entendem que cabe responsabilização para o homem. Então, nossas demandas são muito grandes.”

Presença

O policiamento está nas ruas, mas o comandante alerta: não adianta a presença sem a ação: “Nossa cavalaria está nos parques, o pessoal das nossas motos, as viaturas de rádio-patrulha, do Choque, da Rotam… O pessoal está fazendo uma presença, e não só uma presença, mas também efetividade. É como eu digo: não adianta a viatura estar parada aqui e a 50 metros ali está um indivíduo que fuma maconha e o policial não faz nada. Não adianta nós perdermos o nosso lago municipal, um cartão postal, para meia dúzia de maconheiros. Quem tem que ocupar aquilo lá, em primeiro lugar, é a polícia, para que as pessoas de bem façam uso daquilo que é seu. As pessoas de bem não podem abandonar esses locais que são delas.”

Quando o herói cai, a tropa não recua

O ano de 2025 também foi marcado por uma perda que abalou Cascavel: a morte do policial militar Ariel Júlio Rubenich, durante uma perseguição no mês de novembro. Em vez de enfraquecer a tropa, o episódio virou combustível. Divonsir descreve um batalhão que responde à dor com mais trabalho, mais produtividade e mais compromisso. Rubenich virou símbolo de inspiração permanente.

“O brilho não diminuiu. Aumentou! Não vai ter nada, nenhum evento que vá fazer os policiais pararem de trabalhar. Lógico que abalou. O Rubenich era um herói da Polícia Militar e do Brasil, mas os policiais usam as adversidades como mola propulsora. Eu falei para eles: ‘façam jus ao nome do Rubenich”.

Heroísmo que atravessa famílias

A entrevista também abriu espaço para outro nome que marcou 2025: Edemar Migliorini, sargento do Corpo de Bombeiros que arriscou a própria vida em um resgate extremo, no incêndio em um apartamento no Centro da cidade, em outubro, e que o comandante considera como irmão. “O ‘Dema’ é um grande irmão que eu tenho; uma pessoa que eu admiro, que eu amo de coração. É uma pessoa igual a poucas que eu conheci na minha vida. Não me surpreende nada o que o Dema fez ali. Aquilo é ele sendo ele. O Edemar Migliorini é o cara.”

PM de Cascavel em 2026

Finalizando a entrevista, o tenente-coronel revelou que tem mais quatro anos e meio pela frente, na carreira policial, e que quer fazer muito em 2026: “De que forma? Trabalhando, fazendo o que eu mais gosto, que é trabalhar. Então, daqui a 4 anos e meio, quando eu estiver indo para casa, eu quero olhar para trás e falar assim: ‘Valeu a pena. Fiz o meu papel. Missão cumprida’. Mas então, nesses quatro anos e meio que eu ainda tenho pela frente, eu quero prender muito ladrão ainda. Eu quero prender muito ladrão e levar a sensação de segurança para as pessoas”.

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