
Skin care: Uso de sangue menstrual no rosto vira moda nas redes, mas especialistas alertam para perigos
A proposta vai além da estética. Para muitas adeptas, trata-se de um gesto simbólico de empoderamento e reconciliação com a menstruação, vista como algo natural e...
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Por Diego Cavalcante

Uma prática no mínimo inusitada tem ganhado visibilidade no universo da beleza: o uso de sangue menstrual como parte da rotina de cuidados com a pele. Conhecida como period face mask ou moon masking, a técnica consiste em aplicar o sangue diretamente no rosto ou no corpo, sob a promessa de benefícios como rejuvenescimento, controle da acne e brilho da pele. A tendência se espalha principalmente nas redes sociais, impulsionada por influenciadoras que associam o ritual a autoconhecimento e valorização do corpo feminino.
A proposta vai além da estética. Para muitas adeptas, trata-se de um gesto simbólico de empoderamento e reconciliação com a menstruação, vista como algo natural e não como tabu. Em plataformas como o TikTok, por exemplo, conteúdos sobre o tema somam bilhões de visualizações, mostrando o alcance da tendência entre mulheres de diferentes faixas etárias.
O que dizem estudos e médicos
Pesquisas científicas indicam que o sangue menstrual realmente contém substâncias com potencial regenerativo. Um estudo publicado na revista médica World Journal of Plastic Surgery apontou, em 2016, a presença de células-tronco capazes de auxiliar na recuperação do tecido da pele, além de minerais como zinco, magnésio e cobre, comuns em produtos de skin care.
No entanto, dermatologistas reforçam que esses possíveis benefícios não justificam os riscos da aplicação caseira. Como o material não passa por esterilização, o contato direto com a pele pode facilitar infecções, já que o sangue pode carregar bactérias, fungos e outros microrganismos provenientes da região vaginal, além de resíduos do tecido do útero.
Especialistas também alertam que práticas sem comprovação científica sólida e sem acompanhamento médico podem agravar problemas de pele em vez de resolvê-los, especialmente em pessoas com acne, feridas abertas ou sensibilidade cutânea.
Comparação com tratamentos clínicos
A moda acabou sendo comparada ao tratamento estético conhecido como PRP facial, popularmente chamado de “vampire facial”. O método utiliza o próprio sangue do paciente, mas é feito em ambiente clínico, com separação do plasma em laboratório e aplicação por profissionais habilitados.
O procedimento ganhou fama após ser exibido no reality show Keeping Up with the Kardashians, quando foi realizado por Kim Kardashian em um episódio do programa. Apesar da aparência impressionante, trata-se de um tratamento médico com protocolos de segurança, muito diferente da prática caseira que circula nas redes.
Beleza com cautela
Especialistas reforçam que, antes de seguir qualquer tendência de beleza, é fundamental buscar orientação profissional. O que viraliza na internet nem sempre é seguro, e no caso do moon masking, os riscos à saúde podem superar qualquer possível benefício estético.
Com informações do Metrópoles
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