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“Não existe limite”, diz jovem de Cascavel que partiu para a guerra da Ucrânia sem avisar a família

Matheus Nunes ligou para a família do aeroporto de Cascavel, prestes a embarcar para um programa de voluntários dispostos a atuar no front contra tropas russas....

Publicado em

Por Luiz Haab

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– Até onde você está disposto a ir?

– “Até o limite”.

– Qual é o limite?

– “Não existe limite”.

O relato é de um jovem cascavelense de 22 anos que desde criança sonhou em ser militar e que neste ano decidiu lutar na guerra (aperte o play no vídeo para assistir à entrevista completa).

Há menos de duas semanas, Matheus Nunes ligou para a família revelando estar no aeroporto de Cascavel, prestes a embarcar para a Ucrânia, onde havia acabado de ser aprovado em um programa de voluntários dispostos a atuar no front de batalha contra as tropas russas.

Ninguém além da esposa sabia. “Foi um baque para todo mundo. Eu tenho certeza de que se eles me falassem alguma coisa eu não teria coragem para vir.”

Matheus concedeu uma entrevista exclusiva à CGN. Ele é reservista do Exército Brasileiro e, depois de deixar o 33º Batalhão de Infantaria Mecanizado de Cascavel, passou a atuar como vigilante em empresas de segurança da cidade. Neste momento ele está em território ucraniano, mas não pode revelar a localização exata.

“A gente está em um estágio de preparação de documentos para, de fato, começar o nosso treinamento nas próximas semanas. Acredito que será um treinamento intensivo para preparar a gente, tanto corporalmente quanto psicologicamente, para poder enfrentar as situações que vamos enfrentar”.

Assim que iniciar a parte prática, Matheus acredita que irá para a equipe de “reconhecimento de terreno”, considerada uma função de perigo. “É um trabalho que requer treinamento, porque a gente pode chegar lá e haver inimigos”, avalia.

O chamado pelotão de reconhecimento tem voluntários de várias partes do mundo. Matheus tem convivido com ucranianos, um estado unidense e um grupo de dez brasileiros, todos do sul do Brasil (ele é o único paranaense naquele local). O morador do bairro São Cristóvão conta como está sendo o tratamento que tem recebido dos militares ucranianos:

“[Eles foram] muito bem receptivos, muito educados e muito prestativos”, diz o cascavelense, que teve a inspiração de um colega do 33º Batalhão para se encorajar. “Um amigo meu, o Braddock, que serviu aqui na guerra da Ucrânia durante dois anos, foi uma inspiração pra mim, e a vontade de ajudar aqueles que estão em situação de vulnerabilidade, de lutar por uma guerra justa e por liberdade. […] Eu acho que essa é uma guerra injusta, pelo fato deles [russos] estarem tentando tomar o que não é deles.”

Neste momento da conversa, a CGN perguntou se Matheus estaria disposto a defender outros países. Ele respondeu que sim: “Em situação de injustiça e para defender aqueles que não podem se defender”. Questionamos se isso inclui o Brasil. Ele respondeu: “Exatamente. Eu saí do meu país para defender outro país. Então, eu faria o mesmo pelo meu, sem hesitação nenhuma, em qualquer cenário”.

O contrato de Matheus com o Exército da Ucrânia é de seis meses, renovável por mais seis. Ele encerrou a entrevista com um recado para a esposa, família e amigos: “Eu digo que eu amo eles e que, se Deus quiser, isso vai acabar da melhor maneira possível, e eu vou estar de volta”.

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