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Vigilante de empresa de segurança de Cascavel e indígena morrem em área de confronto no MS

O indígena Vicente foi morto com um tiro na nuca. Já Lucas, teria morrido por ruptura hepática e choque hemorrágico em um acidente com máquina...

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Por Diego Cavalcante

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Duas pessoas morreram e outras ficaram feridas durante um confronto armado ocorrido na madrugada deste domingo (16) na área da Retomada Pyelito Kuê, instalada na Fazenda Cachoeira, em Iguatemi, no sul de Mato Grosso do Sul. Entre as vítimas estão o indígena Guarani-Kaiowá Vicente Fernandes, de 36 anos, e o vigilante Lucas Fernando da Silva, funcionário de uma empresa de segurança privada de Cascavel, que atuava na região do confronto.

O indígena Vicente foi morto com um tiro na nuca. Já Lucas, teria morrido por ruptura hepática e choque hemorrágico em um acidente com máquina, conforme relatado pela Sejusp, porém a causa da morte ainda não foi confirmada de forma oficial e familiares aguardam o laudo da necropsia.

A área é alvo de disputa fundiária há anos e concentra conflitos envolvendo retomadas de território reivindicado pelos povos Guarani e Kaiowá. A Aty Guasu, principal organização política do povo, afirmou que os ataques ao grupo começaram na semana anterior e divulgou vídeos mostrando indígenas correndo para se proteger enquanto tiros são disparados. Segundo a entidade, mais de 40 pessoas estavam acampadas no local, onde 10 dos 12 barracos teriam sido incendiados após a invasão.

PF apreende armas e identifica suspeitos

A Polícia Federal, por meio da Delegacia de Naviraí, informou que investiga a morte do indígena Vicente Fernandes, afirmando que o caso ocorreu durante “conflito em área de invasão/retomada” na zona rural de Iguatemi. Equipes da PF e do Instituto de Criminalística estiveram no local e recolheram cápsulas, material biológico e depoimentos de indígenas presentes.

A PF apreendeu duas espingardas calibre 12, utilizadas por seguranças privados da fazenda, que foram encaminhadas para perícia. Com base nos levantamentos iniciais, dois suspeitos foram identificados; um deles foi reconhecido por um indígena ferido e conduzido à DPF de Naviraí, onde teve a prisão em flagrante lavrada. As investigações continuam.

Foto: Conselho Indigenista Missionário

Sejusp confirma mortes e apoio às equipes federais

A Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) também divulgou nota oficial no domingo (16), confirmando as duas mortes — a do indígena Vicente Fernandes e a do funcionário da propriedade rural, Lucas Fernando da Silva. A pasta informou que outras duas pessoas estão hospitalizadas e que um indígena suspeito de ser o autor do crime, também ferido, foi detido e encaminhado pela PM à Polícia Federal.

A Sejusp reforçou que as forças de segurança estaduais atuaram em apoio às equipes federais. Ainda segundo a secretaria, por decisão judicial a Polícia Militar “não fazia a segurança ostensiva na área”.

Empresa lamenta morte de vigilante

A empresa cascavelense Tavares Segurança, empregadora de Lucas Fernando da Silva, lamentou profundamente sua morte e afirmou que apoia integralmente as autoridades, fornecendo todas as informações necessárias com transparência e rigor técnico. A empresa declarou prestar suporte contínuo à família do vigilante e reafirmou seu compromisso com a ética, responsabilidade e segurança.

Na nota, a Tavares Segurança também destaca que não trabalha com hipóteses, rumores ou especulações. Todas as informações oficiais serão divulgadas somente após a conclusão das investigações, “evitando distorções que desrespeitem a memória do colaborador Lucas Fernando da Silva e prejudiquem os trabalhos das autoridades”.

Está previsto que o corpo de Lucas seja entregue por volta das 17h na Acesc, onde será dado sequência aos atos fúnebres.

Região permanece sob tensão

Enquanto PF, Funai e equipes da Força Nacional reforçam o patrulhamento, a sequência exata dos fatos que resultaram nas mortes ainda está sendo esclarecida. A área reivindicada integra os territórios Iguatemipeguá II e III, que seguem em estudo para delimitação.

Novas informações devem ser divulgadas pelas autoridades à medida que as investigações avançam.

Com colaboração do Campo Grande News

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