
Campanha contra capacitismo critica piadas e falta de atenção
Na escola, o estudante natalense Ivan Baron descobriu as delícias e as dores de uma sala de aula. “Na infância e na adolescência, enfrentei barreiras e......
Publicado em
Por CGN

Na escola, o estudante natalense Ivan Baron descobriu as delícias e as dores de uma sala de aula. “Na infância e na adolescência, enfrentei barreiras e julgamentos pela minha condição (da paralisia cerebral)”, disse à Agência Brasil. Mas, ao mesmo tempo, ele viu que a escola era o seu “lugar no mundo”. Quando adulto, fez o curso de pedagogia para lutar contra todas as formas de capacitismo. Além das salas de aula, as redes sociais tornaram-se suporte de luta.
Ativista Ivan Baron: “A escola é onde a inclusão começa.” Foto – Bruno Barreto/Divulgação
Baron tem mobilizado e participa dessa luta diariamente contra a exclusão. Na terça (19), inclusive, a convite da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Câmara dos Deputados, começou a campanha nacional de enfrentamento ao capacitismo a fim de dar visibilidade a direitos e políticas públicas de inclusão. A campanha conta também com a participação da apresentadora Xuxa Meneghel.
Com o mote Xô Capacitismo, a ideia da iniciativa é fazer mobilização nacional para conscientizar a população sobre o preconceito, a discriminação e a exclusão.
“A escola é onde a inclusão começa. Sou pedagogo e levo essa formação para projetos, campanhas e formações sobre educação inclusiva, usar a sala de aula (presencial ou digital) para mudar comportamentos e pensamentos”, argumenta.
Tamanho foi o alcance de suas mensagens que, em janeiro de 2023, foi convidado para subir a rampa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no ato de posse.
Piadas e exclusões
Baron explica que o capacitismo se manifesta em expressões e piadas preconceituosas ou até na negação de acessibilidade, oportunidades de estudo, trabalho e participação social. Ele diz que é preciso reiterar que inclusão não é um favor, mas um direito.
O ativista espera que exista consenso de vozes populares e políticas para transformar mentalidades. O deputado Duarte Júnior, presidente da comissão na Câmara e idealizador da campanha, afirmou que é necessário alcançar pessoas que nunca conviveram de perto com uma pessoa com deficiência. O parlamentar, aliás, apresentou, neste ano, um projeto de lei de enfrentamento ao capacitismo.
A campanha terá ações nas redes sociais, materiais educativos, debates e atividades em diferentes estados.
O último Censo do IBGE (2022) apontou que já no País 14,4 milhões de pessoas com deficiência, o que representa 7,3% da população com mais de 2 anos de idade. “As mulheres são maioria”, diz Baron. Ele defende que o capacitismo não pode mais ser naturalizado.
“Pessoas com deficiência têm piores indicadores de educação, trabalho e renda, e mulheres com deficiência negras sofrem maior risco de violência. Além disso, elas têm menos inserção formal no mercado de trabalho, fragilizando mais ainda”.
Fonte: Agência Brasil
Notícias Relacionadas:
Whatsapp CGN 3015-0366 - Canal direto com nossa redação
Envie sua solicitação que uma equipe nossa irá atender você.
Participe do nosso grupo no Whatsapp
ou





