Trio de sequestradores morre em tiroteio e PM salva casal de empresários 

A Polícia Militar de Minas Gerais frustrou, na tarde da última terça-feira (29/7), uma tentativa de sequestro de um casal de empresários em Taquaraçu de Minas, município situado na região Central do estado. A ação policial resultou na morte de três suspeitos, que reagiram à abordagem, e na prisão de outros três envolvidos na quadrilha, especializada em extorsão mediante sequestro e roubos do tipo conhecido como “sapatinho”.

Segundo informações da Polícia Militar, os militares do Batalhão de Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam) organizaram uma operação de cerco e bloqueio na rodovia MG-020, na altura de Jaboticatubas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A ação foi motivada por denúncias anônimas que alertaram para o planejamento de um sequestro envolvendo uma quadrilha voltada para crimes de extorsão e roubo.

A denúncia indicava que o grupo pretendia abordar um casal de empresários, ambos de 26 anos, sendo o homem do ramo de pedras preciosas e a mulher proprietária de um comércio local. Por volta das 17h, os policiais avistaram um Chevrolet Ônix prata com três suspeitos. Após receberem ordem de parada, o motorista do veículo inicialmente reduziu a velocidade, mas acelerou em seguida, colocando em risco a vida dos militares. Conforme relato da corporação, os ocupantes do veículo estavam armados e um deles chegou a apontar uma pistola para os policiais, que revidaram.

Durante o confronto, os três suspeitos foram baleados. Dois deles foram socorridos, mas não resistiram aos ferimentos, enquanto o terceiro morreu no local. Entre os mortos, dois foram identificados: um homem de 34 anos e outro de 30. O terceiro, ainda sem identidade confirmada, teria cerca de 17 anos. Com o trio, foram apreendidas três pistolas — duas de calibre 9 mm e uma calibre .45 — além de diversas munições.

Quadrilha comandada por criminoso de alta periculosidade

A investigação da Polícia Militar aponta que a quadrilha era liderada por Marcelo Tadeu Pereira da Silva, de 42 anos, conhecido como “Dupel”. Considerado um dos criminosos mais procurados de Minas Gerais, Dupel possui condenação de 47 anos de prisão por envolvimento em roubos a bancos e sequestros, sendo apontado como integrante do Comando Vermelho (CV) e classificado como de alta periculosidade. Segundo o registro policial, ele foi o responsável por escolher as vítimas e distribuir as funções entre os demais membros do grupo.

No plano frustrado pela Rotam, o adolescente morto seria o encarregado de abordar o casal e conduzi-los ao cativeiro, enquanto os outros dois suspeitos mortos coordenariam a ação criminosa.

Prisão de outros integrantes e participação de “Branca de Neve”

Além dos três mortos, a operação resultou na prisão em flagrante de outros três suspeitos. Entre eles, um casal oriundo do Mato Grosso do Sul — um homem de 28 anos e uma mulher de 18 — que, segundo a PM, seriam os responsáveis pela vigilância e manutenção do cativeiro onde as vítimas ficariam enquanto o grupo realizava transações bancárias com os valores das vítimas.

Outra detida foi uma mulher de 36 anos, natural do Rio de Janeiro, conhecida como “Branca de Neve”. Apontada como “olheira” da quadrilha, ela teria se mudado para a vizinhança das vítimas para monitorar a rotina do casal e fornecer informações para o planejamento do sequestro. Em depoimento à polícia, a empresária relatou que, dias antes, a suspeita esteve em sua loja, observou o local por algum tempo e saiu sem realizar compras.

Os três suspeitos presos foram encaminhados à delegacia da Polícia Civil, que dará continuidade às investigações.

Fonte: O Tempo