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Morte de menina venezuelana em Cascavel: o que se sabe até o momento

DH fala sobre criança que morreu por supostas agressões: "Tinha marcas nos pulsos, nas pernas, na parte posterior do joelho e costelas"...

Publicado em

Por Fábio Wronski

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A Polícia Civil do Paraná, por meio da Delegacia de Homicídios de Cascavel, investiga as circunstâncias da morte de uma criança de 2 anos e 7 meses, de origem venezuelana, registrada na noite do último sábado, 7 de junho, em uma residência situada na Rua Europa, no bairro Brasília. O caso, que resultou na prisão em flagrante da mãe da criança, comove a cidade e levanta sérios questionamentos sobre a atuação da rede de proteção à infância.

A descoberta

Segundo informações da Polícia Civil, a menina foi encontrada inconsciente no banheiro da casa onde morava com a mãe e o companheiro dela. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado e tentou realizar manobras de reanimação, mas a morte foi constatada ainda no local.

Prisão em flagrante e suspeita de homicídio

A mãe da criança foi presa em flagrante sob suspeita de homicídio. Em depoimento prestado à autoridade policial, alegou que a filha teria escorregado e batido a cabeça no banheiro enquanto ela recolhia roupas no varal. Entretanto, a versão apresentada não se sustenta diante dos primeiros indícios reunidos na investigação.

De acordo com o delegado Fabiano Moza, responsável pelo caso, o corpo da criança apresentava múltiplos hematomas em regiões como pulsos, pernas, parte posterior dos joelhos, costas e costelas — alguns deles com sinais de lesões antigas. “As marcas são incompatíveis com uma queda acidental. Há indícios de agressões anteriores e contínuas”, afirmou o delegado.

Outros depoimentos

O companheiro da mãe, que também reside na casa, foi ouvido pelas autoridades, mas não foi detido. A investigação ainda não aponta seu envolvimento direto, embora sua omissão possa ser apurada nos próximos desdobramentos do inquérito.

O pai da menina, separado da mãe há cerca de cinco meses, relatou à polícia que vinha percebendo sinais de maus-tratos desde pelo menos dois meses antes do óbito. Ele mencionou episódios de emagrecimento acentuado, hematomas recorrentes e dificuldades de locomoção por parte da criança.

Atuação da rede de proteção

A Delegacia de Homicídios acionou o Conselho Tutelar e a Secretaria de Saúde do município para verificar se havia registros anteriores de violência ou negligência envolvendo a criança. Também será investigado se houve omissão de profissionais da saúde, educação ou assistência social, caso os sinais tenham sido notados, mas não reportados.

Laudos e perícias

O corpo da menina foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML), onde passou por exame de necropsia. Os laudos periciais, que devem ser concluídos nos próximos dias, serão fundamentais para determinar a causa exata da morte e se houve traumatismo letal provocado por agressão. Exames complementares, como toxicológicos e clínicos, também estão em andamento para subsidiar a apuração do tipo penal aplicável ao caso — homicídio doloso ou omissão dolosa.

A polícia avalia, ainda, a realização de uma reconstituição dos fatos com base nos depoimentos e nas evidências técnicas. A confrontação da versão apresentada pela mãe com os dados obtidos será determinante para o avanço das investigações.

Reflexos e questionamentos

O caso expõe, mais uma vez, possíveis lacunas no sistema de proteção à infância, especialmente em contextos de maior vulnerabilidade social, como o enfrentado por famílias migrantes. A ausência de alertas ou intervenções anteriores levanta dúvidas sobre a eficácia dos protocolos de monitoramento de crianças com sinais físicos de violência.

Organizações de defesa dos direitos da criança e do adolescente já se mobilizam para acompanhar o desenrolar do caso, que pode resultar não apenas em responsabilização criminal, mas também na revisão de diretrizes institucionais para a prevenção de novos episódios trágicos.

Próximos passos

Com a conclusão dos laudos periciais prevista para os próximos dias, o Ministério Público deverá se pronunciar sobre eventual denúncia formal contra a mãe da criança, que pode responder por homicídio qualificado. Se confirmadas falhas na atuação de terceiros — incluindo familiares, vizinhos ou profissionais públicos —, novas frentes de apuração poderão ser abertas.

Enquanto isso, a cidade de Cascavel acompanha com apreensão os desdobramentos de um caso que, além da dor irreparável da perda de uma vida inocente, coloca em evidência a urgência de um olhar mais atento e articulado sobre a infância em situação de risco.

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