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Quem foi papa Leão XIII, inspiração para a escolha do nome do novo papa

Segundo a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Pecci nasceu na Itália e foi eleito papa em 1878. Seu pontificado ficou marcado pela defesa dos...

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Por Diego Cavalcante

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O Conclave do Vaticano chegou ao fim nesta quinta-feira (8), com a eleição do novo pontífice da Igreja Católica. O cardeal norte-americano Robert Prevost foi escolhido pelos 133 cardeais eleitores e adotou o nome Leão XIV, em uma clara homenagem a Gioacchino Pecci, o papa Leão XIII — figura central no diálogo entre a Igreja e as questões sociais da modernidade.

Segundo a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Pecci nasceu na Itália e foi eleito papa em 1878. Seu pontificado ficou marcado pela defesa dos direitos dos trabalhadores e pelo enfrentamento das transformações sociais provocadas pela Revolução Industrial. Leão XIII lançou, em 1891, a encíclica Rerum Novarum, que estabeleceu os pilares da Doutrina Social da Igreja, reforçando a importância da justiça social e da dignidade no trabalho.

Além do compromisso com os temas sociais, Leão XIII também buscou aproximar a Igreja do mundo moderno. Ele incentivou a convivência entre fé e ciência, reafirmando a doutrina escolástica de que ambas podem coexistir. Para isso, exigiu o estudo de Tomás de Aquino e reabriu o Arquivo Secreto do Vaticano para pesquisadores, como o historiador Ludwig von Pastor. Também refundou o Observatório do Vaticano com a intenção de demonstrar que a Igreja não se opunha à ciência, mas a incentivava e promovia com devoção.

Pioneiro também na adoção de novas tecnologias, Leão XIII foi o primeiro papa a ter sua voz gravada — há registros de sua oração da Ave Maria — e o primeiro a ser filmado, ao ser registrado pelo inventor WK Dickson. Em gesto simbólico, ele chegou a abençoar a câmera durante a gravação.

Durante seu pontificado, Leão XIII buscou restaurar a normalidade e o prestígio da Igreja após os anos turbulentos sob Pio IX. Suas habilidades intelectuais e diplomáticas contribuíram para reaproximar a Igreja da classe trabalhadora, em meio a um cenário europeu de crescente influência socialista e anticlerical. Embora não fosse considerado radical em teologia ou política, sua condução levou a Igreja Católica de volta à centralidade na vida política e social europeia.

O pontífice também foi decisivo no fortalecimento das relações diplomáticas com países como Rússia, Prússia, Alemanha, França, Reino Unido e Irlanda. Em 1896, conseguiu negociar acordos que facilitaram a nomeação de bispos em várias regiões. Durante a quinta pandemia de cólera, em 1891, ordenou a construção de um hospício dentro do Vaticano — que permaneceu até 1996, quando deu lugar ao Domus Sanctae Marthae.

Leão XIII tinha hábitos incomuns para um papa: consumia o tônico Vin Mariani, uma bebida à base de vinho e folhas de coca, que inclusive endossou em cartazes publicitários e premiou com uma medalha de ouro do Vaticano. Ele também seguia uma dieta semi-vegetariana, afirmando em 1903 que sua longevidade se devia ao consumo moderado de carne e à preferência por ovos, leite e vegetais.

Entre seus gostos pessoais, destacavam-se a literatura clássica: os poetas Virgílio e Dante estavam entre seus favoritos.

Com a escolha do nome Leão XIV, o papa Robert Prevost sinaliza não apenas reverência à memória de seu antecessor, mas possivelmente uma retomada dos valores que aproximaram a Igreja do mundo contemporâneo, da ciência e das causas sociais.

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