
Detentos da Penitenciária Estadual de Maringá denunciam condições precárias em cartas
A primeira carta, escrita à mão, relata a situação de um detento que solicita transferência para outra penitenciária, alegando estar sendo vítima de assédio e injustiças...
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Por Silmara Santos

Dois detentos da Penitenciária Estadual de Maringá (PEM) se manifestaram através de cartas enviadas à equipe da CGN na manhã de domingo de Páscoa (20), clamando por ajuda e denunciando as condições precárias dentro da instituição.
A primeira carta, escrita à mão, relata a situação de um detento que solicita transferência para outra penitenciária, alegando estar sendo vítima de assédio e injustiças por parte dos responsáveis pela segurança da PEM. O apenado, que não se identificou, disse que está há anos pedindo a transferência e que, apesar de reconhecer seus erros e se arrepender, sente-se perseguido e pressionado psicologicamente pelos chefes de segurança.
“Venho escrever esse pedido a punho em cima de covardia que está acontecendo comigo na Penitenciaria Estadual de Maringá (PEM). A responsável pela Vara de Execução Penal, ou poder do Ministério Público.Excelentíssimo: respeitosamente espero que possa entender esse pedido, não bom de Português. Na data 9/4/2025 estou pedindo isolamento no penitenciária. PEM tenho receio o que pode acontecer comigo, nesse isolamento peço a minha transferência familiar, para, Penitenciária Estadual de Londrina, ou cruzeiro do este, eu já venho pedindo esse pedido a anos, por estava sem condenação e quando fui condenado no ano 2023 Vim de transferência para PEM, independente nada justifica o que fiz, eu peço perdão da palavra, eu fui um machista, egoísta. eu achava que era o dono de tudo e todos. Senhor Excelência, eu não estou fazendo nada de errado no sistema, e só parei de pedir a minha transferência, que quando chegue no PEM, o chefe de segurança falou comigo e perguntou qual era o meu objetivo na cadeia dele. Eu falei que eu estava arrependido de tudo errado a que só queria oportunidades e que ele não iria se arrepender, senhor * é um chefe de segurança, um homem bom de coração, ele me ajudou a ser implantado até mesmo num setor que eu ajudava minha família, remunerado. Abriu as portas mas veio junto as injustiças comigo, até eu ser implantado, em cima de uma covardia, podemos dizer. Vossa excelência eu sei muito bem o lugar que eu estou e como funciona aqui dentro e até mesmo na rua. O chefe da segurança e o sub chefe dele o senhor **** começaram a ficar em cima de mim, mesmo o senhor ****, quantas vezes me acuou, falando que se eu não falasse o que passa no setor iria me desplantar junto com o outro menino. eu iria com o perdão da palavra, iria me prejudicar para não falar me falaram, eu já poderia dizer que estava sendo perseguido, que virou frequente e rotina, psicologicamente e eles achando que poderia haver alguma contravenção estava me pondo contra a parede e em cima falava que iria me desemplantar. Vossa excelência, eu tenho 28 anos, eu tenho dos filhos e tenho na minha cabeça uma esperança de um recomeço de vida, ver minhas filhas” diz a primeira carta.
A segunda carta, também anônima, aborda a questão da alimentação na penitenciária. O detento relata que, há um mês, os internos estão sendo submetidos a uma dieta inadequada, com alimentos crus, estragados e sem tempero. Segundo o apenado, algumas vezes, eles ficam até mesmo sem se alimentar. A direção da unidade prisional, de acordo com a carta, já foi notificada sobre a situação, mas até o momento, nada mudou.
“Sou interno do Penitenciário estadual de Maringá e enviamos está Humilde carta, ate o seu Programa, Pedindo encarecidamente que nos ajudem com a divulgação desta carta em sua programação. A 1 mês nós estamos passando por diversas dificuldades com alimentação que vem estragada, cru, sem tempero impróprias para consumo. Tem dias que até sem se alimentar nós ficamos. Já fizemos denúncias para o Ministério Público, nossos familiares já denunciaram e só piora, estamos passando fome sem poder fazer nada. A direção da unidade, até que fazem a parte deles, tira fotos, fazem comunicados, mas até os agentes ficam sem alimentos da mesma forma que nós. Nos ajudem com a divulgação dessa conseguiremos uma resposta mais breve. Sabemos que no passado cometemos falhas e hoje estamos pagando, também sabemos que nesse lugar temos poucos direitos. Não pedimos aqui alimentação de primeira qualidade, mas o justo que é nosso por direito. Estamos sendo tratados como bicho, pedimos apenas um pouco de humanidade. Diz como pensar em mudar a vida se o sistema que erra para ressocializar nos oprime, falamos pelo governo e não pela unidade. Não queremos represálias e sim solução se é que nos entende. Sem mais, agradecemos vossa atenção e tempo dedicados, que Deus abençoe. Obrigado!” diz a segunda carta.
Ambos os detentos apelam por um tratamento mais humano e familiares pedem que a CGN ajude a divulgar suas reivindicações, na esperança de que a situação melhore. A CGN deixa espaço para que os responsáveis pela unidade se pronunciem sobre as reclamações dos internos.
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