Preocupante: Coronel Lee diz que “87% dos abordados têm indicativo criminal”

Durante uma entrevista concedida para a equipe da CGN nesta segunda-feira (31), o Secretário de Segurança Pública e Proteção à Comunidade, Coronel Lee, falou a respeito do possível retorno da “Operação Acolhimento” que foi realizada em Cascavel e teve apoio das Secretarias de Segurança Pública, Secretaria de Saúde, Assistência Social entre outro órgãos municipais.

Quando questionado sobre o retorno dessa operação, ele informou que essas ações não se resumem somente as forças de segurança e que essa situação envolvendo os moradores de rua vem das falhas sociais, inclusive da falha da família.

“Então, não se resume somente nas forças de segurança, não se resume. Então, a gente fala sempre que, desde que começou a falhar na família e veio falhando o resto do círculo lá, daí estoura tudo na situação pública. E agora o povo tem pressa. Então, não é de um minuto para o outro que vai se conseguir”

A Operação Acolhimento, que a Polícia Militar desenvolveu há poucos anos atrás, pode até “parecer” ilegal agora, como foi falado, inclusive, pela Defensoria Pública. Ele relatou que hoje para que a operação ocorra na cidade é necessário fazer um aperfeiçoamento da operação e citou um fato preocupante:

“Realmente, 87% dos abordados têm indicativo criminal. Então, é uma situação grave para a população. Elas têm duas vertentes. Ou vai para a parte crime, nós encaminhamos tudo para a parte crime, ou seja, delegacia, Ministério Público, Poder Judiciário, Poder Penitenciário, ou vai para a parte da saúde” explicou Coronel Lee.

Ele explicou que para os usuários de entorpecentes há três tipos de internamento: O voluntário, que eles não querem se internar: “não querem fazer tratamento, não querem emprego, não querem voar para os seus municípios” disse.

Tem o internamento compulsório, que é judicial: “Um juiz assina para que seja feita uma internação compulsória, ‘na marra'” explicou o Coronel.

E ainda tem o internamento involuntário, que depende do Poder Público, ou da assinatura de um parente da pessoa: “É nessa parte da saúde que a Prefeitura tem batido agora muito firme” explicou o Secretário.

Além disso, ele informou que as secretarias municipais estão fazendo um trabalho muito forte oferecendo trabalho aos moradores de rua, mas até o momento não teve nenhum que aceitasse trabalho. Segundo ele, são mais de 1.500 vagas de emprego por dia nas mais variadas áreas em Cascavel.

“Se ele vai lá para aceitar com um salário mínimo, se ele ganha mais de R$ 8 mil em roubos de imóvel, então, logicamente, ele não vai querer. Então, essa é uma grande fonte que eles têm. E depois, é oferecido também uma passagem para ele retornar aos seus municípios. Vários municípios, do Paraná e do Brasil, estão mandando moradores de volta para cá” explicou.

O Secretário ainda informou que os próprios moradores de rua que tem celular chamam pessoas de outros municípios do Brasil inteiro para Cascavel porque aqui tem muita esmola, drogas e dinheiro: “Droga à vontade e dinheiro à vontade”.

Com base nessas conversas entre os moradores de rua, a Prefeitura tem feito uma campanha contra a doação de esmola.

“Nós não temos tempo para trabalhar com achismo. É com dados consistentes, que, de fato, não dê esmola que está financiando a criminalidade. Então, nesse sentido. Então, o Poder Público Municipal está muito atento, nós estamos tentando ressocializar quem merece ser ressocializado, quem está pedindo, quem tem oportunidade para isso”.