Cautela externa com tarifas dos EUA derruba o Ibovespa para os 131 mil pontos
Na avaliação de Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria, os ruídos gerados pelo governo Trump criam um panorama de permanente instabilidade e maior incerteza, o...

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Por Agência Estado
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A cautela nos mercados internacionais na última sexta-feira de março e antes de anúncios sobre as “tarifas recíprocas” dos Estados Unidos derruba o Ibovespa para os 131 mil pontos. Na quinta-feira, 27, o principal indicador da B3 fechou em alta de 0,47%, aos 133.148,75 pontos – pela primeira vez nesta marca em 2025. Na ocasião avança 0,61% na semana, mas por volta das 11h30, cedia 0,40% no período.
Na avaliação de Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria, os ruídos gerados pelo governo Trump criam um panorama de permanente instabilidade e maior incerteza, o que tende a penalizar ativos de maior risco.
Após ter iniciado a sessão aos 133.143,44 pontos, em baixa de 0,01%, aprofundou as perdas, em meio à piora das bolsas americanas e dos juros dos rendimentos dos Treasuries e na esteira de dados da Universidade de Michigan. Houve aumento nas projeções de inflação e queda no sentimento do consumidor dos EUA. Os números vêm no momento de elevada incerteza mundial diante das tarifas impostas por Donald Trump.
“Os mercados estão aguardando o principal evento da semana, que será na semana que vem – o dia 2 de abril”, diz Ian Toro, analista da Melver, ao referir-se à quarta-feira que vem, quando Trump promete anunciar um tarifaço mundial, o que tem chamado de “O Dia da Libertação.” “Há uma certa aversão a risco por conta disso, o que tem se refletido numa liquidez menor”, avalia Toro..
Além disso a queda das commodities corrobora com a queda do Índice Bovespa. Hoje saíram ainda nos EUA o PCE. Trata-se do índice de inflação predileto do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que mostrou uma taxa acumula em 12 meses de 2,5%, dentro do esperado, mas acima da meta de inflação que é 2%.
“Se essa inflação não baixar, podemos continuar vendo as taxas de juros nos EUA no nível atual por mais tempo sem perspectivas de cortes”, diz o analista da Melver.
Hoje, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a Pnad Contínua de fevereiro, que mostrou taxa de desemprego em 6,8%, igual à mediana encontrada na pesquisa feita pelo Projeções Broadcast. No geral, segundo analistas, reforça um quadro de aquecimento do mercado de trabalho.
À tarde, será divulgado o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do mês passado. A mediana das expectativas indica criação líquida de 225 mil vagas com carteira assinada, acelerando o ritmo na comparação com janeiro.
Os investidores ficarão atentos em eventuais sinais de menor ímpeto da atividade que serviriam como contraponto às preocupações ainda presentes com o quadro inflacionário, cita em relatório o economista sênior da Tendências.
O mercado também digere a notícia de que o governo federal indicou o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega para o Conselho Fiscal da Eletrobras. As ações da empresa cedem entre até 1,86% (PNB).
Às 11h36, o Ibovespa cedia 1,03%, aos 131.770,97 pontos. O petróleo caía em torno de 0,90% e o minério de ferro fechou com retração de 0,19% hoje em Dalian. Assim, Petrobrás recuava quase 1,00% e Vale, -0,52%. Só sete ações subiam, de um total de 87.
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