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Imagem referente a Monoculturas contribuem com crise climática, mas sofrem consequências

Monoculturas contribuem com crise climática, mas sofrem consequências

Secas, ondas de calor e inundações são responsáveis por perdas de lavouras, aumento no preço dos alimentos e problemas na cadeia de suprimento. ......

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Por CGN

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Imagem referente a Monoculturas contribuem com crise climática, mas sofrem consequências

Secas, ondas de calor e inundações são responsáveis por perdas de lavouras, aumento no preço dos alimentos e problemas na cadeia de suprimento. 

Outro risco surgido com as mudanças climáticas é a redução da disponibilidade de alguns nutrientes importantes para a dieta humana, como ferro, zinco e até mesmo proteínas.

Estudos realizados por três pesquisadores da Universidade de Harvard, em 2017 e 2018, estimaram que o aumento das emissões de dióxido de carbono podem provocar reduções de 3% a 17% desses nutrientes em itens de alimentação básica. O resultado disso seriam, até 2050, 175 milhões de casos adicionais de deficiência de zinco e 122 milhões de pessoas com deficiência proteica. Estima-se também um aumento do risco de deficiência de ferro para 1,4 bilhão de mulheres e crianças.

As mudanças climáticas são um dos temas discutidos por representantes de governos e especialistas reunidos na cúpula Nutrition for Growth (N4G), ou seja, Nutrição para o Crescimento, que ocorre até sexta-feira (28), em Paris. 

Para Arlène Alpha, especialista do Cirad, órgão francês de pesquisa agronômica, o principal modelo de produção de alimentos hoje, baseado em grandes campos abertos de monoculturas, com processos padronizados e uso intensivo de agrotóxicos e de água, está fadado ao fracasso.

“Esse sistema de produção foi, na verdade, capaz de fornecer comida barata, mas o problema é o custo oculto disso. Os custos são muitos na nutrição e na saúde, mas também no meio ambiente, na perda de biodiversidade e nas mudanças climáticas”, explica a especialista.

Segundo ela, não há uma fórmula mágica para resolver o problema, mas há sistemas alternativos que têm bem menos impactos na saúde humana e no meio ambiente, e eles devem ser incentivados. Exemplos são técnicas de agroecologia e o uso de uma abordagem territorial, com o aproveitamento de recursos locais e conhecimentos indígenas.

“A agroecologia é uma alternativa ao sistema industrializado de produção de alimentos. Ela é baseada em práticas econômicas que são serviços ecológicos, mas não é só isso. É também sobre o empoderamento das mulheres, é sobre dar autonomia aos produtores acerca das sementes e ao direito de não usar produtos químicos. É também sobre conectar produtores e consumidores”, afirma Arlène.

A primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, que participa da N4G, disse que o agronegócio, um setor forte no Brasil, tem sua importância, mas que é preciso também olhar para o seu impacto nas mudanças climáticas.

O mundo em que vivemos não vai mais suportar o modelo de grande produção de alimentos, por isso, o investimento nos médios e pequenos agricultores familiares, talvez, seja a forma mais sustentável de enfrentarmos as mudanças climáticas. O grande produtor continua a ter importância, mas eles também precisam entender que o comprometimento com o meio ambiente é importante”.
 

Horta comunitária/jardim comestível na cidade de Maricá. Prefeitura de Maricá/ Divulgação

Inovação em favor do clima

País que já sofre com condições climáticas adversas para a produção de alimentos, devido às altas temperaturas, baixa qualidade do solo e escassez hídrica, os Emirados Árabes Unidos apostam na inovação e pesquisa, conta a ministra das Mudanças Climáticas, Amna Al Shamsi.

“Através da inovação e da pesquisa científica, podemos conseguir saltos na nossa produção agrícola e no nosso desenvolvimento, podemos implementar um modelo de agricultura mais sustentável. Um dos nossos principais indicadores de performance é reduzir o desperdício agrícola em 50% até 2030. Outro é adotar práticas mais inteligentes em termos de clima em 30% das nossas fazendas”, afirmou.

“Em colaboração com a Organização Meteorológica Mundial, a Agência Espacial Europeia, a Nasa, Google e outros, nós usamos dados para prever quando haverá algum clima extremo, como secas ou enchentes, e agir antes que isso aconteça”, afirma Virginia Arribas, vice-diretora de Parcerias Privadas da WFP.

 

*O repórter viajou a convite da Embaixada da França em Brasília.

 

Fonte: Agência Brasil

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