
“Crédito do Trabalhador”: A quem serve o crédito do seu próprio dinheiro?
Imagine pagar juros para ter acesso ao seu próprio dinheiro. Parece absurdo, não?...

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Por Redação CGN
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Imagine pagar juros para ter acesso ao seu próprio dinheiro. Parece absurdo, não? Pois é exatamente isso que o governo Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estão tentando vender como uma grande conquista do trabalhador. Batizaram a medida de forma marqueteira — “Crédito do Trabalhador” — mas o nome não esconde a essência do projeto: transformar o direito do cidadão em mais uma ferramenta de endividamento, lucros bancários e controle estatal.
No modelo atual, o dinheiro do trabalhador fica travado e perdendo valor ao longo do tempo, servindo apenas para financiar políticas do governo. Agora, em vez de corrigir essa injustiça e devolver ao trabalhador o direito de gerir seu próprio dinheiro, o governo cria um modelo que permite que ele pegue um empréstimo usando o FGTS como garantia. O resultado? Um endividamento crescente e um sistema que favorece bancos e o próprio governo, enquanto o trabalhador amarga prejuízos.
Vamos ao ponto central da perversidade: o trabalhador tem um dinheiro seu, depositado compulsoriamente no FGTS, que não pode movimentar livremente. O rendimento anual desse fundo é pífio — rendeu pouco mais de 2,6%. Enquanto isso, o governo se recusa a liberar esses recursos para uso direto, mas “generosamente” permite que o cidadão o use como garantia para… pegar dinheiro emprestado com juros.
Segundo as expectativas do próprio governo, os juros para esse novo empréstimo consignado devem ficar acima dos 1,8% ao mês cobrados de servidores públicos, porém abaixo dos 2,89% ao mês praticados no consignado privado atual. Ainda assim, trata-se de um custo relevante, especialmente quando comparado ao rendimento medíocre do FGTS. E mesmo que esse número pareça “menor” frente aos 6,09% mensais cobrados em empréstimos pessoais tradicionais, ele continua sendo um juro pago sobre um dinheiro que já é do trabalhador.
Vamos ilustrar isso com um exemplo prático. João tem R$ 1 mil no FGTS, mas não pode acessá-los. Ele precisa de dinheiro urgente, então recorre ao tal “crédito do trabalhador”. Se tomar esse empréstimo com taxa de 1,8% ao mês (um valor mínimo da faixa esperada), em 12 meses, pagará aproximadamente R$ 238 apenas em juros. Enquanto isso, seus R$ 1 mil continuariam rendendo pouco mais de R$ 26 no FGTS. Se tivesse acesso a esse dinheiro e o aplicasse em uma conta simples que acompanha o CDI, poderia ganhar cerca de R$ 126 no mesmo período.
A conta não fecha. A diferença entre o que ele deixa de ganhar no FGTS e o que pagará de juros no empréstimo é de mais de R$ 360— um rombo direto no bolso do trabalhador. E caso ele atrase o pagamento, o banco ainda pode acessar seu FGTS e seu nome poderá ser negativado.
E aí está o coração do problema: o trabalhador perde duas vezes. Primeiro, porque seu dinheiro continua sequestrado pelo Estado. Depois, porque ele é forçado a se endividar para conseguir acesso ao que já é seu por direito — tudo isso sob o pretexto de “facilitar crédito” e “promover inclusão financeira”.
Enquanto isso, os bancos sorriem. O governo lucra com a manutenção do FGTS como fonte de financiamento estatal barato. E o cidadão que produz, paga impostos e tenta viver com dignidade é empurrado para mais uma “armadilha” financeira.
No fim das contas, esse “crédito do trabalhador” não é benefício — é espoliação institucionalizada. Uma política construída para manter o cidadão dependente do Estado e à mercê do sistema bancário. O Partido dos Trabalhadores não está honrando seu nome — e esse projeto é uma prova disso.
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