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Cenário considera tensões geopolíticas e protecionismo econômico, aponta PAF

No panorama internacional, o órgão destaca que o plano foi elaborado considerando um cenário externo de fortalecimento do dólar e alta das curvas de juros, impulsionado...

Publicado em

Por Agência Estado

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O Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2025, divulgado nesta terça-feira, 4, pelo Tesouro Nacional, traz ponderações em relação aos cenários externo e doméstico. O órgão aponta que, embora não se espere recessão na economia americana, o ciclo de afrouxamento nos Estados Unidos deve se encerrar em 2027, com uma taxa de juros chegando a 3%. Já no panorama doméstico, o Tesouro pontua que a evolução da percepção fiscal é um fator decisivo internamente.

No panorama internacional, o órgão destaca que o plano foi elaborado considerando um cenário externo de fortalecimento do dólar e alta das curvas de juros, impulsionado pela vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais nos EUA. Já a economia chinesa, na visão do Tesouro, deve manter um crescimento médio de 4%, sem desaceleração abrupta.

O cenário também considera tensões geopolíticas e protecionismo econômico em escala moderada. “Esses fatores, aliados ao dólar forte e juros externos elevados, podem pressionar preços e juros no Brasil”, avalia.

No cenário doméstico, o Tesouro aponta que as expectativas para 2025 refletem o dinamismo econômico recente, sustentado por um mercado de trabalho robusto e pela implementação da reforma tributária do consumo. “Contudo, a atividade acima do potencial e a depreciação da moeda nacional podem elevar a inflação, exigindo um ciclo de aperto monetário mais longo. A evolução da percepção fiscal é um fator decisivo para os desdobramentos desse cenário”, destaca.

O Tesouro também traça cenários alternativos, que consideram um ambiente externo mais turbulento, com desaceleração do crescimento dos EUA no curto prazo, exigindo cortes mais intensos nos juros em 2025 e 2026. A economia chinesa desaceleraria para um crescimento médio de 3,0%.

“Em um cenário externo desafiador, a economia doméstica enfrentaria menor dinamismo e momentos de instabilidade, acompanhados pela deterioração de indicadores financeiros, como a taxa futura de juros e a taxa de câmbio. Esse contexto resultaria em maior pressão inflacionária e demandaria um aperto monetário mais intenso e uma taxa de juros neutra mais alta. Além disso, a percepção fiscal mais desfavorável por parte dos agentes de mercado poderia gerar impactos negativos nas variáveis financeiras”, diz o documento.

Por outro lado, o PAF 2025 considera também um cenário doméstico otimista, marcado por impacto positivo no câmbio, melhores expectativas de inflação e menor necessidade de aperto monetário. “A economia manteria forte crescimento, impulsionada pela reforma tributária do consumo e condições econômico-financeiras favoráveis”, destaca.

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