CGN
Acesse aqui o Discover e busque as mais lidas por mês!
Imagem referente a Empresa reembalou carne podre de enchentes do RS como produto nobre do Uruguai
Reprodução/TV Globo

Empresa reembalou carne podre de enchentes do RS como produto nobre do Uruguai

Agora, a corporação tenta rastrear aonde esse produtos chegaram. O rastreio está sendo feito por meio de notas fiscais apreendidas no frigorífico para encontrar possíveis compradores...

Publicado em

Por Diego Cavalcante

Publicidade
Imagem referente a Empresa reembalou carne podre de enchentes do RS como produto nobre do Uruguai
Reprodução/TV Globo

De acordo com a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ), a investigação sobre o caso das 800 toneladas de carnes que ficaram submersas durante as enchentes do Rio Grande do Sul aponta que a empresa Tem Di Tudo Salvados vendeu as peças estragadas como se fossem nobres e vindas do Uruguai.

Agora, a corporação tenta rastrear aonde esse produtos chegaram. O rastreio está sendo feito por meio de notas fiscais apreendidas no frigorífico para encontrar possíveis compradores do material.

Conforme a Delegacia do Consumidor (Decon), as carnes impróprias para consumo foram limpas e maquiadas, para enganar os consumidores e serem vendidas como de boa qualidade.

Segundo o delegado Wellington Vieira, responsável pela investigação, Decons de todo o país foram contactadas para monitoramento, já que as carnes foram vendidas para açougues e mercados espalhados pelo Brasil.

O que aconteceu:

  • Carnes podres, que estavam deterioradas, foram limpas e embaladas como se fossem produtos nobres do Uruguai para enganar os consumidores;
  • Segundo a Decon (RJ), as carnes foram vendidas em todo o país e, agora, são monitoradas, já que representam risco à saúde;
  • De acordo com a polícia, as carnes ficaram submesas durante as enchentes do Rio Grande do Sul.

Carne maquiada

De acordo com Vieira, a empresa, que é de Três Rios (RJ), acabou repassando carnes para o mesmo frigorífico do Rio Grande do Sul que vendeu as 800 toneladas do material podre — que deveria ter sido transformado em ração de animal.

Essa carne, segundo a polícia, foi lavada para retirar os resíduos de lama e colocada em caixas que simulam origem uruguaia. No entanto, estavam em processo de deterioração.

As investigações começaram depois que a empresa que realizou a venda da carne procurou a polícia para denunciar que notou ter comprado o produto estragado de volta como se estivesse boa e própria para o consumo humano.

Segundo a polícia, essa peça em questão foi vendida para um frigorífico de Nova Iguaçu, que, por sua vez, revendeu para empresas de Minas Gerais. Por coincidência, a carne acabou sendo oferecida de volta para o produtor de Canoas (RS), onde tinha ficado meses debaixo d’água.

Fotos mostram que o produto chegou ao Rio Grande do Sul com aspecto de podre. Pelos lotes nas embalagens, o produtor que tinha perdido a carne notou se tratar do mesmo material.

A Tem Di Tudo é autorizada a fazer o reaproveitamento de produtos vencidos e alegou aos produtores gaúchos que a mercadoria seria transformada em ração animal.

Ganhos de 1.000%

De acordo com a investigação, que contou com apoio da Delegacia do Consumidor do Rio Grande do Sul, em maio e junho, os sócios da empresa se aproveitaram da tragédia para adquirir 800 toneladas de carne bovina que tinham ficado submersas “muitos dias” em Porto Alegre.

Eles alegavam que a intenção era a fabricação de ração animal. No entanto, a investigação descobriu que o destino do produto impróprio era outro. As carnes foram vendidas para outras empresas. A movimentação fez com que o grupo tivesse lucro “de mais de 1.000%”, segundo a Polícia Civil fluminense, “colocando em risco consumidores de todo o Brasil”.

Os investigados podem responder pelos crimes de associação criminosa, receptação, adulteração e corrupção de alimentos, com alcance em todo o país.

Até a conclusão desta reportagem, a Polícia Civil não havia divulgado o nome da empresa.

Com informações do Metrópoles

Google News CGN Newsletter

Whatsapp CGN 3015-0366 - Canal direto com nossa redação

Envie sua solicitação que uma equipe nossa irá atender você.


Participe do nosso grupo no Whatsapp

ou

Participe do nosso canal no Telegram

Veja Mais
AVISO
agora
Plantão CGN