Em 6 anos, Vale informa que assumiu R$ 64,5 bi em compromissos de reparação por Brumadinho
Ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a diretora de reparação da companhia, Gleuza Jesué, lembra que ainda é preciso localizar o...
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Por Agência Estado
Perto de completar 6 anos da ruptura de uma barragem sobre Brumadinho (MG), que matou 272 pessoas, a Vale informa que assumiu cerca de R$ 64,5 bilhões em compromissos de reparação. Desse total, a mineradora diz já ter desembolsado R$ 48,55 bilhões.
Ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a diretora de reparação da companhia, Gleuza Jesué, lembra que ainda é preciso localizar o corpo de três vítimas e reconhece as limitações da reparação de perdas humanas. “A Vale tem a obrigação de fazer o melhor pelos familiares que ficaram, dar qualidade de vida para a região”, diz.
Além de indenizações (R$ 3,8 bilhões para 17 mil pessoas), melhorias físicas e projetos de desenvolvimento da economia da região tocados pela Vale, a executiva argumenta que a qualidade da água na bacia do Rio Paraopeba já estaria “igual ou melhor” do que antes da tragédia.
O rio, entretanto, ainda não foi liberado pelo poder público para qualquer tipo de uso. Dos 10 milhões de metros cúbicos de lama que caíram sobre Brumadinho e ganharam o leito de rios, marca aparente da tragédia, a Vale alega já ter removido 88% do material. O destino final dessa lama será a própria cava da Mina do Feijão, desativada.
No que diz respeito às operações da Vale, Gleuza Jesué diz que a companhia segue eliminando barragens de rejeitos de mineração, hoje uma obrigação legal, e já tem 70% da produção com tecnologia de processamento a seco, ou seja, sem uso de água e, portanto, sem barragens.
Acordo de 2021
Em uma espécie de balanço sobre o Acordo de Reparação Integral firmado com governo, Ministério Público e Defensoria Pública de Minas Gerais em 2021, a Vale alega já ter desembolsado 75% ou R$ 32,05 bilhões, dos R$ 37,7 bilhões fixados.
Gleuza explica que o acordo se divide em três frentes. A primeira, de R$ 6,3 bilhões, diz respeito aos custos do poder público com o acidente integralmente devolvidos ao orçamento pela Vale. Depois, há R$ 19,9 bilhões na forma de “obrigações a pagar”, dos quais 91% já foram desembolsados para obras e intervenções feitas em conjunto com governo e prefeituras de Brumadinho e outros 25 municípios atingidos.
A terceira e última parte perfaz R$ 11,4 bilhões para o que a Vale chama de “obrigações a fazer”. Desse montante, foram desembolsados 39% até o momento. Trata-se de um pacote com projetos prioritários em áreas como saúde, educação, agricultura, transporte e energia.
O porcentual menor, segundo Gleuza, se deve ao tempo de discussão e aprovação final dos projetos com comunidades e participantes do acordo. Os projetos, diz ela, só começaram a sair do papel em meados de 2022 e têm até 2031 para serem concluídos.
Em números, a Vale fala em 373 projetos aprovados, sendo 104 concluídos e 164 em andamento. Os outros 105 projetos entram na segunda frente, como “obrigação de pagar”. Eles acontecem nas áreas de educação; envolvem obras de creches, escolas, hospitais, unidades básicas de saúde e casas populares; equipagem de unidades de saúde com materiais e veículos; e apoio à agropecuária e melhoria de serviços rurais.
Diversificação econômica
A diretora explica ainda que para compensar a desativação da Mina do Feijão e não deixar a economia local minguar, a Vale desenvolve o Programa de Turismo de Brumadinho, que assessora 39 empreendimentos, e prepara um terreno para abrigar indústrias a um investimento previsto de R$ 170 milhões.
Trata-se de uma área de 1,2 milhão de metros quadrados em fase de terraplanagem.
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