Após queda por commodities, dólar sobe por exterior e de olho em IPCA, antes de payroll
A valorização do dólar é contida pelo avanço de mais de 3% do petróleo e alta de 0,4% do minério de ferro na China, que devem...
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Por Agência Estado
O dólar opera em alta no mercado à vista, acompanhando ganhos lá fora ante alguns pares emergentes do real e também com o avanço dos juros futuros e dos juros curtos dos Treasuries. Investidores analisam o avanço do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em dezembro e 2024, que ficou perto das medianas das projeções do mercado, enquanto aguardam o relatório do mercado de trabalho dos EUA, o payroll, de dezembro (10h30, de Brasília).
A valorização do dólar é contida pelo avanço de mais de 3% do petróleo e alta de 0,4% do minério de ferro na China, que devem ter atraído fluxo comercial e ajudado em queda pontual do dólar nos primeiros negócios. Na mínima intradia, a divisa americana caiu a R$ 6,0327 (-0,15%).
O IPCA acelerou a 0,52% em dezembro, após 0,39% em novembro. O resultado do mês veio levemente abaixo da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, de 0,53%. As projeções iam de 0,29% a 0,62%.
A taxa acumulada pela inflação no ano de 2024 foi de 4,83%, acima do teto da meta, de 4,50%. Apesar disso, o resultado ficou levemente menor que a mediana das previsões (4,84%). As estimativas iam de 4,59% a 4,94%.
A difusão do IPCA atingiu 69% em dezembro, ante 57,8% em novembro, calcula o economista da Terra Investimentos Homero Guizzo. A taxa mede a proporção dos 377 subitens do indicador que tiveram aumento de preços no período.
Os investidores operam na expectativa ainda pelo relatório do mercado de trabalho dos EUA, o payroll, de dezembro, que deve nortear as apostas para o horizonte do ciclo de ajuste dos juros americanos. Segundo o Projeções Broadcast, a economia americana deve ter criado 150 mil empregos no último mês, desacelerando ante os 227 mil postos criados em novembro.
O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Saint Louis, Alberto Musalem, defendeu que é apropriado ter mais cautela para realizar novas reduções na taxa de juros pelo BC americano, considerando a mudança na perspectiva econômica. “Os dados econômicos vieram mais fortes e os números da inflação foram impressos acima do desejado. Então, mudei minha avaliação”, disse ao defender reduções mais graduais.
Segundo o dirigente, o mercado de trabalho dos Estados Unidos está em boa forma e precisa ser “observado cuidadosamente”. Ele também pontuou que ainda é cedo para dizer como o Fed pode precisar ajustar sua posição com a taxa de juros, caso o presidente eleito americano, Donald Trump, continue com ameaças de impor novas tarifas que elevem o preço de bens e serviços de consumo. Musalem terá direito a voto nas decisões do FOMC neste ano.
Às 9h42, o dólar à vista subia 0,21%, a R$ 6,0542, enquanto o dólar futuro para fevereiro ganhava 0,31%, a R$ 6,0765.
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