
Simples Nacional e dropshipping: como evitar erros fiscais no seu negócio
O dropshipping é um modelo de vendas em que o vendedor revende produtos que são enviados diretamente do fornecedor ao cliente final, sem necessidade de manutenção...

Publicado em
Por Redação CGN
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Em resposta às crescentes dúvidas sobre o modelo de negócios conhecido como dropshipping, a Receita Federal do Brasil publicou a Solução de Consulta nº 293, de 27 de dezembro de 2024, trazendo orientações específicas para empreendedores que operam ou pretendem operar nesse segmento. O documento aborda a forma de tributação no Simples Nacional e esclarece aspectos jurídicos e fiscais dessa prática, que vem ganhando popularidade no comércio eletrônico.
O dropshipping é um modelo de vendas em que o vendedor revende produtos que são enviados diretamente do fornecedor ao cliente final, sem necessidade de manutenção de estoques físicos. Apesar de sua simplicidade operacional, essa modalidade tem gerado dúvidas sobre a forma correta de enquadramento tributário e registro das operações.
Entenda o conceito
Segundo a Receita Federal, operações de dropshipping configuram uma venda à ordem, conforme o artigo 40 do Convênio Sinief s/nº, de 1970. Isso significa que, juridicamente, a transação entre o revendedor e o cliente final permanece como uma compra e venda, mesmo que o revendedor não tenha contato físico com as mercadorias. Essa definição é importante para determinar como as receitas devem ser tributadas.
Tributação no Simples Nacional
A Receita Federal esclarece que a receita bruta mensal gerada pelas revendas de mercadorias deve ser tributada de acordo com o Anexo I da Lei Complementar nº 123, de 2006, norma que rege o Simples Nacional. Esse tratamento tributário é válido independentemente de o negócio utilizar o modelo de dropshipping ou outro método de comercialização.
O documento enfatiza que o uso do dropshipping, por si só, não altera a natureza da relação comercial nem as obrigações tributárias do revendedor. Assim, empreendedores que optam por esse modelo devem manter registros claros e conformes com a legislação vigente, a fim de evitar problemas com o Fisco.
Consultas Administrativas
Outro ponto abordado no documento é a validade de consultas administrativas feitas por contribuintes. Segundo a Receita Federal, essas consultas produzem efeitos apenas para interpretações da legislação tributária e aduaneira, não abrangendo questões fora desse escopo. Por isso, empresários que buscam esclarecimentos sobre o regime fiscal do dropshipping devem se ater às normas específicas que regulamentam a atividade.
Impactos para Empreendedores
Para quem já atua ou pretende ingressar no mercado de dropshipping, a publicação da Solução de Consulta nº 293 traz maior segurança jurídica. Contudo, é necessário atenção ao enquadramento correto da receita bruta no Simples Nacional e ao cumprimento das obrigações fiscais.
Especialistas recomendam que os empresários utilizem ferramentas de gestão que garantam o registro adequado das operações e a emissão correta de notas fiscais, especialmente nas transações classificadas como venda à ordem.
Legislação citada
Entre os dispositivos legais mencionados no documento estão:
- Convênio Sinief s/nº, de 1970, art. 40;
- Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 18, §§ 3º e 4º;
- Resolução CGSN nº 140, de 2018, arts. 16 e 25.
Comércio eletrônico em expansão
O modelo de dropshipping segue em crescimento, especialmente no Brasil, onde pequenos empresários buscam alternativas de baixo custo para iniciar negócios online. No entanto, o desconhecimento da legislação tributária pode representar um risco significativo para a sustentabilidade financeira das operações.
Por isso, quem trabalha ou deseja trabalhar no setor deve estar atento às normas fiscais e procurar assessoria contábil especializada, evitando assim surpresas desagradáveis no futuro.
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