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Imagem referente a Museu do Amanhã abre exposição e inicia a celebração dos seus 10 anos

Museu do Amanhã abre exposição e inicia a celebração dos seus 10 anos

O misterioso universo dos sonhos sob diferentes perspectivas é o tema da mais nova exposição do Museu do Amanhã, na Praça Mauá, na região central do......

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Por CGN

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Imagem referente a Museu do Amanhã abre exposição e inicia a celebração dos seus 10 anos

O misterioso universo dos sonhos sob diferentes perspectivas é o tema da mais nova exposição do Museu do Amanhã, na Praça Mauá, na região central do Rio de Janeiro. Sonhos: História, Ciência e Utopia estreia nesta quarta-feira (18) e marca o início da programação comemorativa para os 10 anos da instituição, que serão completados em 17 de dezembro de 2025.

A mostra traz a complexa teia dos sonhos, sejam lúcidos ou lúdicos, analisados por cientistas ou interpretados por esotéricos; sejam os que moveram a psicanálise de Freud, inspiram a vida e a arte; ou os que dependem do descanso para trazerem saúde e qualidade de vida; sejam eles os sonhos dos ancestrais e as utopias futuras.

Com curadoria do neurocientista Sidarta Ribeiro, a mostra é baseada no seu livro O Oráculo da Noite: a história e a ciência do sonho. 

“O conceito primordial dessa exposição é que sem a capacidade de sonhar e construir o que o sonho propõe, a gente não tem um futuro como espécie. A exposição parte da ideia de que o sonho foi, é e continuará sendo uma ferramenta de sobrevivência e um espaço para construir um futuro viável não só para a nossa espécie como todas as outras que a gente está neste momento colocando em risco. É uma exposição que faz uma crítica muito contundente desse presente, desse momento que a gente dorme tão mal, e que busca dialogar com a ciência não só universitária mas com as ciências indígenas, de matriz africana que lidam com o sonho de uma maneira irreverente”, explicou Sidarta.

Exposição Sonhos: história, ciência e utopia, no Museu do Amanhã – Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

A mostra se inicia com a instalação Labirinto – Somos Descendentes de Sonhadores. Simulando um labirinto, com ilustrações, texto e jogos de luz e sombra, o visitante perpassa um panorama histórico de como os sonhos têm sido usados por diferentes povos e em diversas épocas como ferramentas de decisão, criação e aprendizado. Em seguida, em Meditação – Sonhar-criar, há um espaço de meditação guiada pela voz de Sidarta aliada a sonoridades brasileiras.

Em parceria com o Museu de Imagens do Inconsciente, a exposição faz uma homenagem ao trabalho iniciado por Nise da Silveira, que entende a arte como reveladora das riquezas do inconsciente e como uma potente contribuição na luta contra os estigmas associados aos portadores de transtornos psíquicos. 

Na seção interativa O Sono é a Cama do Sonho, pode-se experimentar o ciclo do sono – o que acontece conosco em cada uma de suas fases, por meio de jogos e instalações. 

Exposição Sonhos: história, ciência e utopia, no Museu do Amanhã – Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

No último setor, Utopias, obras interativas se utilizam de recursos como inteligência artificial e produção de vídeos; e, encerrando o percurso, o visitante se depara com uma imersão na Galeria de sonhos e de grandes sonhadores, homenagem a sonhadores de nossa história como Bertha Lutz, Cacique Raoni, Chico Mendes, Darcy Ribeiro, Dona Ivone Lara, Lélia Gonzalez, Martin Luther King, Nise da Silveira, Paulo Freire, Pepe Mujica e Yoko Ono.

Para o curador do museu, Fabio Scarano, sonhos, tanto do ponto de vista científico como do ponto de vista de outras visões de mundo, inclusive da arte, é um tema que discute bem esse valor que se dá a diferentes inteligências. 

“Tem povos indígenas que fazem todo o seu planejamento com base nos sonhos, tem povos que sonham juntos, combinam de sonhar juntos determinado tema para tomar decisão no dia seguinte. Temos povos aborígenes na Austrália nos quais o sonho é o real e o real é o sonho. Há uma forma gigantesca de lidar com o sonho”, disse Scarano.

Os ingressos estão disponíveis no local e no site oficial do Museu do Amanhã, que funciona de terça-feira a domingo, das 10h às 18h, com última entrada para visitação às 17h. Às terças-feiras, a entrada é gratuita para todos os visitantes.

Dez anos

Nesta terça-feira (17), o museu comemora 9 anos de existência com mais de 6,8 milhões de visitantes. Mais de 40% do seu público não é frequentador de museus, 22% visita um museu pela primeira vez e 50% vêm da zona norte e oeste do Rio de Janeiro. Foram cerca de 50 exposições temporárias. Mais de mil atividades entre palestras, workshops, oficinas e debates receberam mais de 48 mil participantes além de 26.500 pessoas alcançadas pelos programas educativos.

Exposição Sonhos: história, ciência e utopia, no Museu do Amanhã – Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Segundo o novo diretor executivo da instituição, Cristiano Vasconcelos, o segredo do sucesso vem do trabalho do Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG) na administração da casa, regido pelas diretrizes e regras da Prefeitura do Rio de Janeiro. 

“Temos um modelo de gestão sustentável e inovador, cujas receitas vêm de múltiplas fontes. A principal delas é a captação feita via Lei Rouanet, mas também dependemos de bilheteria, locação dos nossos espaços para eventos, patrocínios, além da concessão de espaços como o restaurante e a loja de souvenirs. Assim, conseguimos nossa total autonomia financeira”, informou Vasconcelos.

No início do segundo trimestre de 2025, o museu apresenta um novo conceito para um dos pontos cruciais da sua exposição de longa duração: Antropoceno. Ao longo do ano, outros momentos da exposição também serão renovados.

Em 2025, a instituição abrirá 1.200 metros quadrados destinados à arte contemporânea. O intuito do novo espaço é que a arte seja um meio de democratizar o acesso ao conhecimento científico.

Exposição Sonhos: história, ciência e utopia, no Museu do Amanhã – Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O museu foi criado tendo a sustentabilidade como um dos pilares fundamentais e recebeu a certificação Leadership in Energy and Environmental Design, que reconhece e incentiva práticas de construção sustentável desde a concepção do projeto até sua manutenção.

“O museu nasceu num momento muito especial do Brasil em que a gente vivia as Olimpíadas e a Copa do Mundo e permanece. Um dos grandes legados dessa época de ouro é o Museu do Amanhã e o Museu de Arte do Rio, que foram equipamentos que ficaram. Esse museu tem um caráter social importantíssimo e permite que o museu que é algo normalmente elitista, distante, que as pessoas entrem, toquem, por ser um museu muito interativo”, disse o diretor. 

“Esse museu foi criado para discutir as questões climáticas e a sustentabilidade e estamos fortalecendo essa pauta”.

Fonte: Agência Brasil

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