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Imagem Ilustrativa / Pixabay

A história do lote dos “sonhos” que virou dor de cabeça para um casal de Cascavel

O imóvel adquirido por um casal de Cascavel parecia ideal: uma fração de terra generosa, suficiente para uma pequena chácara aconchegante, no que parecia ser um condomínio rural regularizado....

Publicado em

Por Redação CGN

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Imagem Ilustrativa / Pixabay

Imagine economizar uma vida inteira para comprar um pedaço do paraíso, um lugar tranquilo, cercado de verde, onde você finalmente construiria a casa dos sonhos. Assim prometia o loteamento Ecoville, oferecido pela empresa Sucessos Empreendimentos Imobiliários. A realidade, no entanto, foi bem diferente.

O imóvel adquirido por um casal de Cascavel parecia ideal: uma fração de terra generosa, suficiente para uma pequena chácara aconchegante, no que parecia ser um condomínio rural regularizado. A venda foi celebrada em abril de 2021. Em troca, o casal entregou outro imóvel – fruto de anos de trabalho – e assumiu parcelas mensais. O sonho parecia estar ao alcance.

O susto da verdade

O que não estava no contrato era o fato de que aquele “pedacinho do paraíso” jamais poderia ser utilizado. O terreno vendido pela empresa não apenas estava situado em uma área de preservação permanente (APP), como também continha vegetação nativa protegida pela lei. Isso significa, na prática, que a área não poderia ser desmatada, nem utilizada para construções ou qualquer tipo de intervenção.

A descoberta veio como um choque. Embargos, autos de infração e investigações ambientais se acumularam sobre o loteamento Ecoville. Obras e atividades na região estavam proibidas desde janeiro de 2022, por determinação do Batalhão da Polícia Ambiental e outros órgãos competentes. Para piorar, os compradores só souberam de tudo isso muito tempo depois.

Com a promessa de um imóvel melhor, o casal havia dado em pagamento um imóvel livre de dívidas e complicações, esperando construir a tão sonhada casa no campo. Eles também pagaram mais de 35 parcelas do financiamento, acreditando que o investimento valeria a pena. Agora, o que restava era o arrependimento e uma grande frustração.

Por sorte, nunca tomaram a posse efetiva do local, não chegaram a desmatar ou mexer na terra que adquiriram.

A realidade do loteamento

O caso de Ecoville não é isolado, mas chama atenção pela gravidade. A área inteira do empreendimento está embargada e sob investigação. De acordo com relatórios ambientais, duas zonas protegidas foram ilegalmente comprometidas: uma parte de vegetação em estágio médio de regeneração do bioma Mata Atlântica e outra classificada como área de preservação permanente.

Leis como a Lei nº 11.428/2006, que protege a Mata Atlântica, e as normas do INCRA, impedem qualquer subdivisão em áreas rurais menores do que 20 mil metros quadrados. Além disso, sem autorização dos órgãos ambientais, intervenções no local são consideradas ilegais.

O que restou

Diante de todas essas irregularidades e do peso do erro, os compradores buscaram uma forma de reaver ao menos parte do prejuízo. Um acordo entre eles e a Sucessos Empreendimentos Imobiliários garantiu a devolução do imóvel dado em pagamento e o ressarcimento de parte dos valores já pagos, em prestações ao longo dos próximos meses.

Para aqueles que sonhavam com o campo, no entanto, o golpe é muito mais emocional do que financeiro.

Um alerta aos compradores

O caso do Ecoville serve como um alerta importante: antes de adquirir qualquer imóvel, especialmente em áreas rurais ou loteamentos novos, é fundamental verificar todas as licenças ambientais, certidões e registros. A compra de uma terra aparentemente perfeita pode esconder uma série de problemas que só o tempo revelará.

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