Nova orla e shows do Verão Maior Paraná trazem otimismo ao setor hoteleiro em Matinhos

O Litoral do Paraná se prepara para mais uma temporada de verão. Impulsionada pela revitalização da Orla de Matinhos, obra sob coordenação do Instituto Água e Terra (IAT), a expectativa da rede hoteleira local é de um aumento de até 40% na ocupação para a temporada 2024/2025, o dobro do incremento alcançado nos dois últimos anos, que gerou em torno de 20%.

O otimismo do setor se deve especialmente à ampliação significativa da estrutura ofertada pelo Governo do Estado. Principal intervenção urbana da história do Litoral do Paraná, a nova orla do munícipio alcançou 96,53% de conclusão em novembro e deve ser entregue ainda no primeiro trimestre de 2025. O investimento é de R$ 354,4 milhões.

Cenário ideal para receber os mais de 30 shows nacionais gratuitos do Verão Maior Paraná que vão embalar moradores e turistas entre janeiro e fevereiro, artistas do calibre de Alexandre Pires, Sorriso Maroto, Michel Teló, Matheus & Kauan e Jota Quest, entre outros.

Há, ainda, outras ações em andamento, como a construção da ponte Guaratuba-Matinhos, a ampliação da Orla de Pontal do Paraná e os projetos de duplicação da PR-412, entre Matinhos e Praia de Leste,  e entre Guaratuba e a divisa com Santa Catarina, acesso para Garuva.

“Melhorou muito e está aumentando cada vez mais a vinda de pessoal de fora do Paraná. Estamos todos aqui muito otimistas para essa nova temporada”, comenta Jefferson Pegoraro, 47 anos, proprietário do Litoral Camping Caiobá. Um movimento que, segundo ele, já deixou de ser sazonal, com aumento estimado em 20% durante 2024.

“Em anos anteriores não tínhamos esse movimento durante o inverno, e isso nos dá muito ânimo para a terceira temporada após o início das obras. Diria que a expectativa é de até mais de 40% de aumento em relação a 2023 e 2022”, afirma.

As atrações culturais previstas para o verão e o interesse pela cidade por parte de visitantes que antes costumavam frequentar apenas as praias de Santa Catarina também impulsionam o mercado local. “A perspectiva é muito boa, especialmente pela agenda cultural. A procura está absurda para janeiro, nossa expectativa é alta”, diz a proprietária da Pousada Praia Brava, Elisângela Aparecida Alves de Oliveira de Resende da Rocha, 41 anos. “Já temos quartos e pacotes fechados para o verão, e devemos manter ocupados todos os nossos 24 quartos”.

Mesma expectativa tem a empresária Maria Carolina Schwerdt, 45 anos. Ela é proprietária da Pousada Ozean há 10 anos, e diz que as obras trouxeram um novo perfil de frequentadores para a cidade de Matinhos. “Valorizou o tipo de turismo que está vindo pra cá, o tipo de turista que procura a cidade de Matinhos”, afirma.

Ela conta que tem recebido muitas pessoas de fora do Paraná, turistas de São Paulo e do Mato Grosso que procuravam por férias e lazer em Santa Catarina. “Agora elas se sentem atraídas pela nova estrutura da orla que atende essa demanda. Hoje temos praia, tem o calçadão, segurança, que é muito importante. Enfim, melhorou muito, para nós e para eles”, destaca.

Há 50 anos instalado na Praia do Pico, em Matinhos, o hotel O Casarão é outro bom exemplo da onda de otimismo que tomou conta do empresariado da cidade. O local foi por inúmeras vezes atingido por ressacas marítimas antes de orla ser revitalizada pelo Governo do Estado.

“As ondas batiam na janela do restaurante, chegavam até o primeiro andar”, lembra o proprietário Nilson Vedolin. Para tentar conter os avanços de marés, ele fez obras em parceria com o município, como a instalação de degraus em frente ao seu estabelecimento. “Precisávamos fazer alguma coisa, e de certa forma os degraus até ajudaram, mas nada era suficiente”, afirma.

Até que chegou, finalmente, o engordamento da praia, uma obra que, em suas palavras, já se mostrou bem eficiente. “Nunca mais tivemos problemas com ressacas. Afirmo com muita alegria que o movimento no hotel e no restaurante tem ocorrido o ano inteiro, e aumentado cada vez mais”, comemora.

TURISMO – Para o secretário do Turismo do Paraná, Márcio Nunes, o otimismo é reflexo da posição adotada pelo setor estadual. “O Governo do Estado tem investido fortemente no turismo porque entende esse setor como um grande responsável pela geração de emprego, renda e qualidade de vida às pessoas. Por meio de obras de infraestrutura, como a nova orla de Matinhos, a renda de muitas famílias que vivem do setor é alavancada”, diz.

“Recebemos com felicidade esse otimismo da iniciativa privada, porque não existe turismo sem o empresariado. O Governo do Estado entende isso, e está com um trabalho muito focado no fomento, qualificação, promoção e criação de maior infraestrutura aos municípios paranaenses, sobretudo os que têm potencial turístico”, complementa.

ETAPAS – A obra de revitalização da Orla de Matinhos é feita em duas etapas, num valor total superior a R$ 500 milhões. A fase inicial, com orçamento de R$ 354,9 milhões, abrange serviços de engorda da faixa de areia por meio de aterro hidráulico; estruturas marítimas semirrígidas; canais de macrodrenagem e redes de microdrenagem, além de revitalização urbanística da orla marítima com o plantio de espécies nativas.

As intervenções são feitas ao longo de 6,3 quilômetros entre o Morro do Boi e o Balneário Flórida. Na próxima etapa, ainda sem previsão de data, será recuperado o trecho de 1,7 quilômetro entre os balneários Flórida e Saint Etienne. Haverá, também, a instalação de novos equipamentos urbanos, como ciclovia, pista de caminhada e corrida, pista de acessibilidade e calçada.

“Por causa da melhoria da infraestrutura que o Governo do Estado fez no município de Matinhos, tem sido observado o aumento no número de turistas, principalmente nas épocas de temporadas. Obviamente isso acaba beneficiando muito a rede hoteleira, mas também o município e a população local com a contratação de mais gente e por mais tempo”, destaca o diretor de Saneamento Ambiental e Recursos Hídricos do IAT, Roberto Machado Correa.

“O que antes da obra era visto apenas na temporada de verão, agora se espalhou pelo ano inteiro. Os contratos de trabalho temporários se transformaram em contratos definitivos”, acrescenta.

Fonte: AEN