
PIX de aposta na Betnacional é bloqueado pelo Banco Inter
O caso ilustra uma realidade enfrentada por muitos brasileiros: o bloqueio de valores bancários sob o pretexto de "segurança" ou "suspeita de irregularidade", frequentemente sem justificativas claras....
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Por Redação CGN

Imagine ter o dinheiro da sua conta bloqueado sem explicações. Foi exatamente isso que aconteceu com um morador de Recife (PE), após receber uma transferência PIX de R$ 2.873,00, proveniente de apostas realizadas na Betnacional. O valor foi bloqueado pelo Banco Inter S.A., devolvido ao pagador e deixou o cliente no prejuízo. A Justiça, no entanto, determinou a devolução integral da quantia, corrigida e com juros.
O caso ilustra uma realidade enfrentada por muitos brasileiros: o bloqueio de valores bancários sob o pretexto de “segurança” ou “suspeita de irregularidade”, frequentemente sem justificativas claras. No episódio envolvendo o pernambucano, o dinheiro bloqueado tinha como origem a LCT Pagamentos e Serviços Ltda, operadora do site de apostas Betnacional. Mesmo com o PIX devidamente identificado, o banco tomou a decisão unilateral de reter e devolver o valor ao pagador, sem apresentar provas de fraude.
Cliente perdeu acesso ao dinheiro e à conta
O bloqueio aconteceu no dia 13 de outubro de 2024, logo após a transferência ser concluída. O cliente tentou, por diversas vezes, contatar o banco para desbloquear o valor e entender a situação, mas suas solicitações não foram atendidas. Sem acesso à conta, André Luiz apresentou uma ação judicial contra o Banco Inter, solicitando a devolução do valor, a reativação da conta e uma indenização por danos morais.
De acordo com a sentença, ficou comprovado que o banco não forneceu evidências de qualquer irregularidade nas movimentações. Ainda assim, devolveu o PIX ao pagador e encerrou a conta do cliente por “desinteresse comercial”. O juiz considerou a atitude arbitrária e determinou que a quantia fosse restituída com correção monetária.
Decisão reforça direitos de clientes
Apesar de a Justiça ter ordenado a devolução do dinheiro, o pedido de reativação da conta e de indenização por danos morais foi negado. A sentença entendeu que o encerramento da conta faz parte do direito do banco de decidir com quem mantém relações comerciais. Já o dano moral foi considerado inexistente, com o juiz argumentando que, embora o caso tenha gerado frustração, não se configurou como uma violação grave aos direitos do cliente.
A sentença, entretanto, reconheceu o erro do banco em devolver o dinheiro ao pagador sem provas concretas de fraude, algo que impactou diretamente o autor da ação, deixando-o sem acesso à quantia que lhe era de direito por mais de dois meses.
Aposta em risco: PIX de jogos de azar sob vigilância bancária
O episódio ganha relevância em um contexto onde transferências relacionadas a plataformas de apostas online, como a Betnacional, têm sido vistas com desconfiança por algumas instituições financeiras. Mesmo sendo legalizadas no Brasil, operações envolvendo jogos de azar frequentemente sofrem bloqueios automáticos, levantando questionamentos sobre a transparência e a legalidade dessas ações.
O cliente espera que a decisão da Justiça sirva como alerta para que os bancos sejam mais cuidadosos antes de bloquear valores de clientes, especialmente sem qualquer justificativa plausível. O cliente ainda afirmou que sua relação com a instituição financeira foi “severamente prejudicada” e que o episódio gerou grande insatisfação.
Reflexões e repercussões
A situação enfrentada por este correntista não é isolada. Relatos de clientes que têm suas contas bloqueadas ou valores devolvidos sem aviso são comuns. Em tempos de PIX, onde as transações são instantâneas, episódios como esse demonstram a necessidade de os bancos garantirem maior clareza em suas políticas de segurança. A confiança entre cliente e instituição é essencial, e ações arbitrárias podem enfraquecê-la.
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