Senna: superprodução vale a pena? Confira a nossa crítica
A caracterização dos personagens está entre os pontos altos da produção. A maquiagem, o figurino e o trabalho de elenco ajudam a criar uma atmosfera bastante...
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Por Diego Cavalcante
Senna, a minissérie da Netflix, é uma produção que se mostra “ok” para quem busca um entretenimento sem grandes expectativas, mas com uma proposta envolvente. A série faz um recorte bastante direto da carreira de Ayrton Senna, sem se aprofundar em muitos pormenores, o que pode agradar àqueles que não são tão familiarizados com a história do piloto. Para o público mais jovem, que talvez conheça Senna apenas como um nome histórico ou uma lenda do esporte, a série é uma introdução excelente, proporcionando uma visão compacta e acessível de sua trajetória. Para os mais velhos, no entanto, e para os fãs mais hardcore do piloto, a sensação pode ser um pouco de frustração, já que o conteúdo peca em detalhes que são fundamentais para a compreensão mais profunda de sua carreira.
A caracterização dos personagens está entre os pontos altos da produção. A maquiagem, o figurino e o trabalho de elenco ajudam a criar uma atmosfera bastante fiel aos anos de glória de Senna. Gabriel Leone, no papel do próprio Ayrton, está impressionante, especialmente ao captar a essência do piloto. Sua voz, quando fala em inglês, chega a ser quase idêntica à de Senna, o que é um grande acerto da produção. Leone consegue transitar bem entre a figura mítica e o homem por trás do ícone, um ponto crucial para quem deseja entender a alma de Senna, mesmo que a série se mantenha mais superficial em relação aos aspectos mais íntimos de sua personalidade.
No entanto, a minissérie peca ao negligenciar algumas figuras importantes da Fórmula 1, como Adriane Galisteu e Michael Schumacher. Galisteu, por exemplo, é quase que ignorada no enredo, apesar de sua grande importância na vida de Senna. Basicamente, Galisteu quase foi cortada integralmente da série por pedido de familiares de Ayrton, mas após dura batalha com a Neflix, incluíram a personagem por alguns minutos. Schumacher também aparece de forma quase irrelevante, o que pode desapontar aqueles que esperavam um maior aprofundamento sobre a rivalidade entre os dois, um dos marcos da história do automobilismo dos anos 90.
Em contra partida, Xuxa Meneghel, interpretada por Pâmela Tomé, ganhou um episódio inteiro na série. A atriz faz um trabalho impressionante, conseguindo capturar a essência da rainha dos baixinhos com uma semelhança impressionante, tanto nos gestos quanto no visual, proporcionando uma representação quase idêntica à figura pública que acompanhou o auge da carreira de Senna. Embora a personagem tenha um papel secundário, sua inclusão é significativa, pois simboliza a interação de Senna com o universo da mídia e da cultura pop brasileira, elementos que foram parte crucial da construção do seu mito.
Por fim, Senna é uma produção que atende muito bem ao público que conhece pouco sobre a carreira do piloto, servindo como uma ótima introdução à sua trajetória. Mas para os fãs de longa data e para aqueles que esperavam uma imersão mais detalhada na história de Senna, a série pode se mostrar um tanto simplista e deixar algumas lacunas importantes. Ela busca vender uma visão idealizada de Senna, o herói, mas acaba sacrificando aspectos mais humanos e complexos de sua vida. Se por um lado a série é eficaz como um produto de entretenimento mais acessível, por outro, ela pode não ser o suficiente para quem busca uma visão mais profunda e detalhada sobre o maior ícone do automobilismo brasileiro.
Para os fãs de Fórmula 1, agora resta aguardar a produção do novo filme estrelado por Brad Pitt, que está realizando as gravações durante as etapas da Temporada 2024 da categoria.
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