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Imagem referente a Pesquisadores farão circum-navegação inédita na Antártica

Pesquisadores farão circum-navegação inédita na Antártica

Pesquisadores de sete países, liderados pelo Brasil, estão prestes a iniciar uma aventura inédita: a circum-navegação da Antártica. Pela primeira vez cientistas darão a volta ao......

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Por CGN

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Imagem referente a Pesquisadores farão circum-navegação inédita na Antártica

Pesquisadores de sete países, liderados pelo Brasil, estão prestes a iniciar uma aventura inédita: a circum-navegação da Antártica. Pela primeira vez cientistas darão a volta ao redor de todo o continente congelado do Polo Sul, percorrendo cerca de 14 mil quilômetros, e coletando amostras de gelo, água e ar, para entender melhor as mudanças climáticas e os efeitos da poluição.

A expedição zarpou do Rio Grande do Sul no dia 22 de novembro, com 61 cientistas, sendo 27 de nove universidades públicas brasileiras e o restante da Rússia, China, Índia, Argentina, Chile e Peru. 

“Nós estamos visualizando nas duas regiões polares, as mais intensas, mais rápidas e ampliadas mudanças do clima que afetam o nosso cotidiano”, disse antes da partida, ressaltando a importância da expedição. 

Jefferson Simões, coordenador da expedição – Foto: Christopher P. Michel/Divulgação

Todos estão a bordo do navio quebra-gelo do Instituto de Pesquisa Ártica e Antártica, da Rússia, uma das poucas embarcações desse tipo para fins científicos. Com mais de 130 metros de comprimento, o navio literalmente consegue quebrar placas de gelo com até 2 metros de espessura, dando a possibilidade que os pesquisadores se aproximem o máximo possível da costa. 

A expectativa é que eles comecem a circum-navegação até o dia 4 de dezembro e continuem contornando o continente até o dia 12 de janeiro, quando a expedição chega à Ilha Rei Jorge, ponto mais próximo da América do Sul, onde está a Estação Antártica Comandante Ferraz, da Marinha do Brasil. Os pesquisadores devem aportar na cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, entre os dias 23 e 25 do mesmo mês. 

“Nós temos plataformas de gelo flutuando e é ali que se rompem os icebergs. Só que nós já estamos observando, há 20 anos, que muitas dessas plataformas estão desaparecendo, elas estão desintegrando. E o aquecimento do oceano e da atmosfera também pode estar lubrificando o manto de gelo da Antártica, e isso faz com que o manto de gelo vá embora. O que isso implica? Em 200, 300 anos, o aumento de 6 a 7 metros no nível do mar. Porto Alegre, por exemplo, vai pra debaixo d’água. É uma hipótese séria”, explica o pesquisador Jefferson Cardia.  

Parceria científica

Além dos 61 pesquisadores que estarão no navio, há dezenas de outros dando suporte em terra. A professora do Instituto de Geociências da Universidade Federal Fluminense Rosemary Vieira, uma das coordenadoras da equipe da universidade, está em contato constante, por e-mail e WhatsApp, com duas pesquisadoras que integram a expedição. Elas têm a missão de coletar amostras de sedimentos do fundo marinho e que estão em suspensão. Se as condições forem favoráveis, também trarão amostras terrestres. 

“Os sedimentos são ótimos arquivos que guardam informações dessas mudanças, tanto as que estão em curso como as que ocorreram no passado. Diversas análises são aplicadas e geram dados sobre as condições ambientais e climáticas que podem ter ocorrido milhares de anos atrás até o presente”, explica Rosemary. 

De acordo com o coordenador da expedição Jefferson Cardia Simões, uma grande lição já foi dada. “A questão da diplomacia da ciência. Ou seja, resolver problemas mútuos, com interesses mútuos, por uma ciência de vanguarda, pela cooperação internacional. É um desafio coordenar cientistas de sete países, com cinco línguas diferentes, certamente culturas e hábitos diferentes. Mas nós podemos trabalhar em conjunto”.

Fonte: Agência Brasil

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