Explosivo ou envenenamento? Militares montaram “QG” em plano para matar Lula, Alckmin e Moraes
Regiões da Asa Sul, Sudoeste e “especialmente o Parque da Cidade, na altura do restaurante Gibão” eram utilizados como “locais de interesse” pelos suspeitos, conforme a...
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Por Diego Cavalcante
Policiais responsáveis pelo plano “Punhal Verde e Amarelo” – que tinha como objetivo matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT); o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes; e o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), – chegaram a montar uma espécie de quartel general em áreas especificas de Brasília para concentração dos envolvidos.
Regiões da Asa Sul, Sudoeste e “especialmente o Parque da Cidade, na altura do restaurante Gibão” eram utilizados como “locais de interesse” pelos suspeitos, conforme a Operação Contragolpe, da Polícia Federal, que prendeu, nesta terça-feira (19/11), quatro militares e um policial federal.
Em 15 de dezembro de 2022, os suspeitos se posicionaram estrategicamente nas áreas, aguardando ordem para “possivelmente, executar ações com o objetivo de prender Alexandre de Moraes”.
Pouco após às 20h daquele dia, um dos envolvidos avisou aos comparsas que estava no “estacionamento em frente ao Gibão carne de sol”. Uma segunda pessoa confirma outra localização. Um terceiro, então, pede que todos “mantenham posição”. O restaurante não tem qualquer tipo de relação com o caso.
Momentos depois, um dos envolvidos envia o print de uma matéria do Metrópoles informando que a sessão que votaria o orçamento secreto havia sido adiada. Em seguida, um dos policiais pergunta se o jogo seria cancelado. Dois minutos depois, em resposta ao cumplice, um dos envolvidos manda “abortar” e “retornarem ao local de desembarque”.
Explosivo ou envenenamento
O plano cogitou o assassinato do ministro Alexandre de Moraes, então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com o uso de explosivos ou envenenamento.
De acordo com a corporação, os golpistas consideravam os “danos colaterais” do assassinato de Moraes como “aceitáveis”. “Danos colaterais”, ressalta a PF, seriam até a eliminação de toda a equipe de segurança do ministro e até mesmo as mortes dos militares envolvidos na ação. Ou seja: os golpistas estariam dispostos a morrer no plano de execução do ministro.
“[Tudo] era admissível para cumprimento da missão de ‘neutralizar’ o denominado ‘centro de gravidade’, que seria um fator de obstáculo à consumação do golpe de Estado”, descreve a PF.
Segundo a investigação, “a possibilidade de morte de Moraes é reforçada pelo pelo tópico denominado ‘Danos colaterais passiveis e aceitáveis’, em que o documento descreve como passível ‘100%’ e aceitável também o percentual de “100%”.
A investigação encontrou um documento que traz, em formato de tópicos, o planejamento de uma operação relacionada ao golpe de Estado. São elencados, por exemplo, demandas de reconhecimento operacional e armamentos necessários.
Os “metadados” indicam que o planejamento foi e elaborado pelo general da reserva Mario Fernandes, enquanto ainda era secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
Operação Contragolpe
A Operação Contragolpe, deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira (19), foi autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. A ação visa desarticular organização criminosa que teria planejado golpe de Estado em 2022 para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e atacar o STF.
A operação mira os “kids pretos”, que seriam militares da ativa e da reserva. Além deles, um policial federal foi preso.
Um dos alvos é o general da reserva Mário Fernandes, que foi secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo Jair Bolsonaro e hoje é assessor do deputado federal Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde de Bolsonaro.
Outros “kids pretos” presos:
Tenente-coronel Helio Ferreira Lima
Major Rodrigo Bezerra Azevedo
Major Rafael Martins de Oliveira
Também foi preso o policial federal Wladimir Matos Soares
Com informações do Metrópoles
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