ONU alerta para agravamento da fome em Gaza, no Sudão e Mali em 2025
As agências alimentares da Organização das Nações Unidas (ONU) alertaram nesta quinta-feira (31) para o possível agravamento da fome nos próximos sete meses em muitas partes do......
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Por CGN
As agências alimentares da Organização das Nações Unidas (ONU) alertaram nesta quinta-feira (31) para o possível agravamento da fome nos próximos sete meses em muitas partes do mundo, sendo Gaza, o Sudão, Sudão do Sul, Mali e Haiti as mais preocupantes.
Em relatório semestral, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e o Programa Alimentar Mundial (PAM) disseram que os conflitos e a violência armada são responsáveis pela maior parte da insegurança alimentar aguda nas regiões analisadas.
As condições meteorológicas extremas são fator importante em outras regiões, enquanto a desigualdade econômica e os elevados níveis de dívida em muitos países em desenvolvimento prejudicam a capacidade de resposta dos governos.
É necessária uma ação humanitária urgente para evitar a fome e a morte na Faixa de Gaza, no Sudão, no Sudão do Sul, no Haiti e no Mali, pediram a FAO e o PAM, segundo a agência francesa AFP.
“Na ausência de esforços humanitários imediatos e de uma ação internacional concertada para remediar as graves dificuldades de acesso e para reduzir o conflito e a insegurança, a fome e a perda de vidas humanas poderão agravar-se” nessas regiões, alertaram.
Nigéria, Chade, Iêmen, Moçambique, Myanmar (antiga Birmânia), Síria e Líbano encontram-se igualmente em situação muito preocupante.
O relatório conjunto, com base em investigações feitas por peritos das duas agências da ONU com sede em Roma, abrange o período de novembro de 2024 a maio de 2025.
O relatório tem foco nas “situações mais graves” e não representa “todos os países/territórios que registram níveis elevados de insegurança alimentar aguda”, disseram os autores.
O ano de 2024 é o segundo consecutivo de diminuição do financiamento da ajuda humanitária. Doze planos de segurança alimentar enfrentaram quebras de financiamento superiores a 75% em países como a Etiópia, o Iêmen, a Síria e Myanmar.
Os níveis de insegurança alimentar são medidos numa escala de 1 a 5, sendo que o último corresponde a situação de “catástrofe”.
Na Faixa de Gaza, o recente recrudescimento das hostilidades entre palestinos e israelenses faz temer que o cenário catastrófico da fome possa se tornar realidade, segundo as duas agências.
Em meados de outubro, 1,9 milhão de pessoas, correspondente a 91% da população de Gaza, estava deslocada.
No Sudão, centenas de milhares de pessoas deslocadas pelo conflito continuarão a enfrentar a fome.
No Sudão do Sul, o número de pessoas que enfrentam a fome e a morte deve ter duplicado entre abril e julho de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023.
Estes números poderão agravar-se a partir de maio de 2025, com o período que se segue e precede duas colheitas.
De acordo com a FAO e o PAM, mais de 1 milhão de pessoas foram afetadas por graves inundações em outubro no Sudão do Sul, um país cronicamente instável, assolado pela violência e pela estagnação econômica.
Os efeitos diretos e indiretos dos conflitos na insegurança alimentar são consideráveis, segundo os autores do relatório, e vão muito além da destruição de gado e culturas.
Os conflitos obrigam as pessoas a fugir de casa, “perturbando os meios de subsistência e os rendimentos, limitando o acesso aos mercados e conduzindo a flutuações de preços e a uma produção e consumo irregulares de alimentos”.
*É proibida a reprodução deste conteúdo.
Fonte: Agência Brasil
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