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Imagem referente a Estudantes e professores da UEL adaptam máquinas caça-níqueis para fins educativos
Estudantes e professores da UEL adaptam máquinas caça-níqueis para fins educativosFoto: UEL

Estudantes e professores da UEL adaptam máquinas caça-níqueis para fins educativos

O projeto de aproveitamento das máquinas apreendidas teve início há cerca de dois anos e envolveu professores e estudantes dos cursos de Engenharia Elétrica (CTU) e......

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Por CGN

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Estudantes e professores da UEL adaptam máquinas caça-níqueis para fins educativosFoto: UEL

Projeto acadêmico de professores e estudantes de três centros de estudos da Universidade Estadual de Londrina (UEL) reaproveitou máquinas de jogos de azar, as populares caça-níqueis, para dar fins lucrativos a equipamentos apreendidos pela polícia. Pesquisadores desenvolveram totens que funcionarão como leitores de livros e serão encaminhados a hospitais e penitenciárias. O grupo também desenvolveu um jogo direcionado a crianças com diabetes. 

O projeto de aproveitamento das máquinas apreendidas teve início há cerca de dois anos e envolveu professores e estudantes dos cursos de Engenharia Elétrica (CTU) e da Computação (CCE), junto com docentes do curso de Design Gráfico (CECA) da UEL. O objetivo foi promover benefícios à sociedade por meio do desenvolvimento de estudos e pesquisas com os equipamentos, usados de forma ilegal e frequentemente apreendidos em estabelecimentos comerciais.

Para a reitora da UEL, Marta Favaro, projetos como este representam a expressão máxima de um exercício de integração acadêmica, “onde há a aproximação de diferentes áreas do conhecimento na busca pela obtenção de benefícios para a sociedade”, mencionou a professora.

No comando da 4ª Companhia da Polícia Militar do Paraná na época em que as máquinas foram apreendidas, o atual chefe da Casa Militar do Governo do Estado, tenente-coronel Marcos Tordoro teve grande influência no desenvolvimento parceria, ratificada também pelo juiz Eduardo Matni. “Ficamos muito felizes com tudo isso porque esse projeto foi sonhado lá atrás, sabíamos das dificuldades, mas pessoas do bem nos ouviram e toparam a ideia. Nos reunimos no quartel, universidade, Ministério Público, PMPR, e isso é resultado daquele trabalho”, lembrou. 

De acordo com o vice-diretor do CCE, professor Silvano Cesar da Costa, as máquinas em princípio foram reaproveitadas e transformadas em dois subprodutos distintos. Sexta-feira, foram entregues cinco protótipos que deverão ser utilizados em unidades do Departamento de Polícia Penal (Deppen) de Londrina. 

Estas máquinas, complementa o professor Wesley Attrot (Departamento de Computação), receberam versões de 30 livros de domínio público indicados pelo setor de pedagogia do DEPEN. Os totens deverão facilitar o acesso à literatura tendo em vista que esta é uma das atividades educacionais consideradas para o cálculo de remição da pena. 

Outra finalidade para as máquinas encontradas pelos pesquisadores foi como interface para a implantação do Gamellito, jogo virtual desenvolvido para crianças de 6 a 12 anos que sofrem com diabetes. O jogo tem como personagem principal o Gamelitto, que é de outro planeta e vem pedir ajuda às crianças da Terra para tentar descobrir qual seu problema de saúde. O game foi desenvolvido pela psicóloga da UEL, Vânia Vargas, durante seu doutorado. A professora participou da apresentação do totem, juntamente com a estudante do 3º ano do curso de Computação Isadora Vanço, à época, bolsista de Iniciação Científica do projeto. 

O totem do jogo Gamellito será instalado no Ambulatório de Especialidades do Hospital Universitário (HU), no Campus da UEL, para testes e posteriormente será transferido para o HU, na zona leste. Além do totem, feito com máquina caça-níquel, serão entregues outros quatro notebooks doados pela Delegacia da Receita Federal de Londrina, nos quais foram implantados o game direcionados aos pacientes mirins de Diabetes e todos os equipamentos contarão com manual de instruções para facilitar a ativação da funções previstas. 

EMPREGABILIDADE  – Logo após terem sido recebidas na UEL, há dois anos, as máquinas foram desmontadas e tiveram suas peças e sistemas – hardware – avaliadas e catalogadas, explicou o vice-diretor do Centro de Tecnologia e Urbanismo, o professor do Departamento de Engenharia Elétrica, José Fernando Mangili Júnior. “Fiação, botoeiras, fontes de energia, cabos, tudo foi catalogado”, diz. 

Este processo de triagem das peças envolveu a aplicação de conhecimentos da área de Engenharia Elétrica e permitiu o desenvolvimento de estudos, resultando, ainda, na elaboração de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). 

Outro aspecto interessante, destacou o professor, é que estes equipamentos podem ser utilizados como campo de aprendizagem para pessoas privadas ou não de liberdade que desejam adquirir competências requisitadas pela indústria eletroeletrônica, em meio ao processo de ressocialização. “É possível atuar em quatro frentes muito utilizadas na indústria, que é a partida de motor direto, partida com parada e reversão de sentido e velocidade, partida estrela-triângulo e partida com contagem de tempo para o desligamento. Então, se o indivíduo sai capacitado nisso ele já pode ser certificado como um eletricista de funções básicas, ele tem uma nova profissão”, explica. 

VISUAL – a apresentação dos protótipos também contou com a presença da professora Rosane Fonseca de Freitas Martins, do Departamento de Design Gráfico, orientadora do projeto de Iniciação Científica que resultou no projeto gráfico. Trazendo elementos da fauna e da flora encontrados no Campus Universitário, as ilustrações e grafismos homenageiam as belezas naturais que chamam a atenção de quem transita pela Universidade Estadual de Londrina.

Fonte: AEN

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