Melhor educação do Brasil: formação e estrutura transformam o ensino no Paraná
Com o maior orçamento do Estado, os recursos destinados para a área no Paraná, em 2024, superam as exigências constitucionais para a educação (25%), atingindo 30%......
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Por CGN
Ampliação de vagas, conectividade nas escolas, investimentos em infraestrutura, capacitação e programas educacionais figuram entre os principais esforços da Secretaria de Estado da Educação (Seed) que levaram o Paraná a se manter no topo da educação brasileira. O trabalho deu resultado, com o Estado atingindo, mais uma vez neste ano, o melhor desempenho do País no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), principal referência de qualidade educacional no Brasil.
Com o maior orçamento do Estado, os recursos destinados para a área no Paraná, em 2024, superam as exigências constitucionais para a educação (25%), atingindo 30% do total, somando mais de R$ 10 bilhões. No primeiro semestre, o Estado investiu em tecnologia, reformas e construção de novas escolas, além da aquisição de equipamentos. A Secretaria também recebeu R$ 7,94 bilhões para custeio de serviços, salários e programas de benefícios aos alunos, entre outras despesas.
O desempenho na avaliação nacional também se destaca. Entre 2021 e 2023, o Paraná elevou sua nota no Ideb do ensino médio, de 4,8 para 4,9 pontos, considerando escolas públicas estaduais, privadas e institutos federais. Com isso, o estado manteve-se na liderança nacional, à frente de Goiás e Espírito Santo, ambos com nota 4,8. A média nacional no período foi de 4,3. Já nos anos finais do ensino fundamental, do 6.º ao 9.º ano, o Estado obteve 5,5 pontos, superando a média nacional de 5 pontos.
“Alcançar esses resultados é fruto de muito trabalho e do empenho de uma equipe dedicada, tanto da Seed quanto de profissionais que atuam diretamente nas escolas, como professores, diretores e demais servidores responsáveis pelo sucesso na educação do Estado”, afirma o secretário estadual da Educação, Roni Miranda.
O Ideb é calculado com base na taxa de aprovação e no desempenho dos estudantes nos exames do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), organizados pelo Instituo Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). No Paraná, os bons resultados são resultado de uma série de ações que se mostraram eficientes durante a gestão atual e que fizeram o Estado ter a melhor educação do Brasil.
INFRAESTRUTURA ESCOLAR – Um grande montante de recursos é destinado para a melhoria da infraestrutura escolar. O Paraná conta com 2,2 mil escolas onde estudam aproximadamente 1 milhão de alunos. Para manter essa estrutura moderna e confortável para os estudantes, o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional (Fundepar) aplicou, neste ano, R$ 310 milhões para a construção de sete novas unidades escolares, 120 reformas, que incluem reparos e serviços nas edificações, 13 ampliações.
Além disso, mais 1,2 mil colégios foram contemplados com recursos do projeto Escola Mais Bonita, que teve investimento de R$ 100 milhões em 2024. Os recursos são aplicados conforme a necessidades da unidade, podendo ser utilizados para pinturas, reparos estruturais, melhorias nos espaços comuns, bibliotecas, laboratórios, quadras esportivas e pátios, além de serviços especializados de jardinagem e limpeza. Também é possível ampliar a acessibilidade das escolas ou fazer adequações de segurança, conforme as normas do Corpo de Bombeiros.
TCHAU, SALA DE MADEIRA – O Paraná também está substituindo todas as salas de aula de madeira ainda presentes nas unidades educacionais, em um investimento que chega a R$ 75 milhões desde 2023. Cerca de 320 salas de madeira foram substituídas em 2023 e 2024 por construções mais sustentáveis e modernas, que utilizam um sistema modular ecológico, que reduz o desperdício de materiais, economiza tempo na construção e garante espaços com medidas e formatos padronizados.
MOBILIÁRIO E EQUIPAMENTO – Mais R$ 55,8 milhões foram investidos na aquisição de mobiliários e equipamento, incluindo aparelhos de ar-condicionado, conjuntos escolares, estantes, cadeiras, refrigeradores, equipamentos para as cozinhas e itens como produtos de limpeza, materiais e suplementos escolares.
MAIS MERENDA – Uma das preocupações do Governo do Estado é garantir uma alimentação de qualidade aos alunos no período que eles estão nas escolas. O programa Mais Merenda oferece três refeições por período a todos os estudantes da rede estadual, com o objetivo de promover uma alimentação saudável e melhorar o desempenho da aprendizagem.
O Fundepar já destinou, neste ano, R$ 307 milhões para a alimentação escolar, com a distribuição de 175 tipos diferentes de produtos, que totalizaram 26 mil toneladas de alimentos distribuídas em todas as unidades escolares da rede estadual.
TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO – A aquisição de novos dispositivos eletrônicos, utilizados como ferramentas de apoio aos trabalhos em sala de aula, estão entre os fatores de impacto para o bom desempenho da educação do Paraná, facilitando o aprendizado na prática. Somente neste ano, R$ 75,4 milhões foram destinados para a compra de equipamentos para a rede estadual.
As escolas receberam, em 2024, mais de 22 mil kits Educatron, compostos por smart TV 43”, computador, webcam, microfones, teclado com mouse pad e pedestal regulável; mais de 49 mil desktops; 53 mil notebooks e 50 mil tablets, que são utilizados diariamente pelos estudantes como ferramentas de apoio em sala de aula.
Além disso, o investimento de mais R$ 40 milhões na migração das conexões via satélite para fibra óptica nas escolas facilitou o acesso aos recursos educacionais online, promovendo um ambiente de aprendizagem mais dinâmico e conectado.
RECURSOS DIGITAIS – Outro exemplo que alia tecnologia ao aprendizado é a expansão dos Recursos Educacionais Digitais, ferramentas que facilitam o envolvimento dos alunos com os conteúdos abordados em sala de aula. São plataformas para tornar o ensino mais atrativo, como o Inglês Paraná, Redação Paraná e matemática gamificada.
“Os números de acessos às nossas plataformas de educação evidenciam o comprometimento de estudantes e professores com as ferramentas digitais, marcando um avanço expressivo na modernização do ensino e na democratização do conhecimento em todo o Paraná”, afirmou o secretário.
Desde o início de 2024, mais de 4 milhões de textos foram produzidos pelos alunos da rede estadual através da ferramenta Redação Paraná. No programa Leia Paraná, os estudantes leram 655.518 livros. Já pela Khan Academy, que é focada em matemática, foram realizadas mais de 11 milhões de atividades, enquanto na Matific, outra plataforma da disciplina, 499 milhões de atividades foram completadas. Com o Inglês Paraná, cerca de 14 milhões de lições de inglês foram concluídas, e o programa Inglês Professor contabilizou cerca de 42 mil aulas ministradas.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL – Os professores da rede estadual também passaram a utilizar ferramentas de Inteligência Artificial (IA) para o planejamento de aulas, elaboração de materiais didáticos e outras atividades. Além disso, recurso de IA chamado Khanmigo vem sendo incorporado ao ensino de matemática. A plataforma é pioneira no Brasil e foi desenvolvida para servir como um ‘tutor digital’ na resolução de exercícios dos estudantes.
O sistema oferece suporte individualizado, respondendo dúvidas em tempo real e adaptando estratégias de ensino às necessidades específicas de cada estudante. Inicialmente, ele será disponibilizado para cerca de 7 mil estudantes de 98 escolas, e a perspectiva é de que alcance os quase um milhão de estudantes nas 2.104 escolas do Estado.
DO PARANÁ PARA O MUNDO – Lançado em 2019 pelo Governo do Estado, o programa Ganhando o Mundo se consolidou como uma das iniciativas mais transformadoras na educação paranaense, proporcionando oportunidades de intercâmbio estudantil que ampliam horizontes e enriquecem o aprendizado dos alunos. Na próxima edição, em 2025, será a maior edição do Ganhando o Mundo, quando 1,2 mil estudantes farão intercâmbio para cinco países: 500 alunos para o Canadá, 200 para a Austrália, 200 para a Nova Zelândia, 150 para o Reino Unido e 150 para a Irlanda – este último país o novo destino do programa.
Desde sua criação, o programa já levou 1.240 estudantes da rede estadual para países de língua inglesa na América do Norte, Europa e Oceania, permitindo que vivenciem culturas e métodos educacionais diversos. Outros 40 alunos também embarcaram para a França ano passado.
Além de aprimorar o domínio de um novo idioma, a iniciativa também busca desenvolver habilidades interculturais e reforçar a autonomia dos jovens. “Ao preparar seus alunos para atuar em um cenário global, o Paraná fortalece ainda mais seu sistema educacional, elevando-o a um patamar de excelência que é referência em todo o Brasil”, ressaltou o secretário.
Em 2025, o programa terá sua maior edição, enviando 1.200 alunos para Austrália, Canadá, Nova Zelândia, Reino Unido e, pela primeira vez, a Irlanda. Os embarques estão programados para acontecerem a partir de janeiro de 2025.
Além dos estudantes, 96 professores da rede estadual participaram da primeira edição do Ganhando o Mundo Professores, cujos destinos foram Canadá e Finlândia. Entre setembro e novembro de 2023, os docentes realizaram cursos de formação continuada com abordagens voltadas a temas como gestão de sala de aula, metodologias ativas, currículo por habilidades e competências, orientação pedagógica, sistema educacional local, avaliação de aprendizagem e educação inclusiva.
Depois dos alunos e professores, os diretores da rede estadual também tiveram a oportunidade de vivenciar a experiência internacional. O programa levou, em agosto de 2024, 200 gestores das escolas estaduais para uma capacitação de duas semanas no Chile. A escolha pelo país sul-americano se deu pelo desempenho do País no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), que foi superior na América Latina, e à sua proposta de formação continuada de diretores, alinhada à prática pedagógica no contexto escolar.
Ainda parte da ampliação do programa, o Ganhando o Mundo Agrícola viabilizará, em 2025, a oportunidade a 100 estudantes da 1ª série dos cursos técnicos em agropecuária, agrícola, florestal, operações de máquinas florestais e agronegócio, matriculados nos centros de educação profissional da rede estadual.
O destino é o estado norte-americano do Iowa, que é referência no uso de tecnologia agrícola, oferecendo aos estudantes dos colégios agrícolas paranaenses a oportunidade de aprimorarem seus conhecimentos na área.ENSINO PROFISSIONAL E INTEGRAL – Em três anos, o número de vagas na Educação Profissional pública do Paraná cresceu quatro vezes, saltando de 10 mil para 42 mil matrículas disponíveis para 44 cursos em todo o Estado. O objetivo é facilitar a entrada dos jovens no mercado de trabalho por meio da capacitação e do preparo profissional ainda durante a escolarização, na busca pela oferta de cursos de acordo com a demanda de cada região.
“Por isso, mantemos contato permanente com as empresas para estarmos sempre aprimorando os currículos exigidos pelos mercados locais. No ano passado, 20 mil alunos conseguiram emprego e passaram a ajudar a família com as contas de casa”, explica Daiane Fraile, coordenadora do Departamento de Educação Profissional e de Jovens e Adultos da Seed. “O curso técnico também representa a porta de entrada para que eles tenham uma profissão e um incentivo a mais para que ingressem no ensino superior”, completa.
Outro fator que impactou diretamente o fortalecimento da educação no Paraná são as escolas de Educação em Tempo Integral. A modalidade, que há em 2019 era ofertada em apenas 73 instituições, foi ampliada e hoje está presente 412 escolas. Para a Seed, o crescimento do modelo integral influenciou diretamente na alta de 18% na pontuação do Estado no Ideb entre 2021 e 2023.
CIDADANIA E CIVISMO – Combinando elementos da gestão civil com a presença de profissionais militares da reserva na administração e na rotina escolar, as escolas cívico-militares foram instituídas no Paraná em 2020 e têm como foco integrar a oferta da educação básica de qualidade com a promoção de valores humanos e cívicos. O Paraná é o Estado com o maior número de unidades cívico-militares, com 312 colégios.
Nas instituições que aderiram ao modelo, os estudantes contam com seis aulas diárias (uma a mais que nas escolas regulares), além de contarem com o componente curricular de ‘Cidadania e Civismo’, com objetivo de promover a compreensão de direitos, deveres, valorização da democracia, ética, respeito ao próximo, participação social, formação de consciência crítica e cuidado com o meio ambiente.
Entre as escolas cívico-militares, 106 aderiram ao modelo a partir de consultas públicas feitas entre novembro e dezembro de 2023. Outras 12 unidades tinham gestão federal, mas passaram para a rede estadual. Desde a implementação do modelo, as instituições integrantes apresentaram avanços como crescimento do Ideb 3% superior às demais escolas do Estado e aumento de 15% nos acertos da Prova Paraná, além da frequência 3% maior em comparação com os demais colégios.FORMAÇÃO DOS DOCENTES – Outra preocupação do Paraná é com a melhoria no ambiente e nas condições de trabalho dos professores e demais profissionais que atuam na educação. Depois de dez anos sem contratação de novos docentes, o Governo do Estado no ano passado concurso público com 1,2 mil vagas para o Quadro Próprio do Magistério Estadual, que agora, neste mês de outubro, ampliou a chamada de mais 1,1 mil aprovados.
Os profissionais que atuam nas escolas também passam por capacitações e formações continuadas constantes, que permitem aos docentes atualizar seus conhecimentos para garantir a qualidade da educação e a adaptação às constantes mudanças sociais, tecnológicas e pedagógicas.
O Grupo de Estudos Formadores em Ação é um exemplo. Com objetivo de ressignificar as práticas pedagógicas curriculares, o programa teve início há quatro anos, iniciando com a oferta formação nas disciplinas de biologia, ciências, língua portuguesa e matemática para 2 mil educadores cursistas e 120 professores responsáveis pela instrução.
A Seed ampliou essa oferta para as disciplinas de geografia, história e química, contribuindo com a formação de mais de 6 mil professores cursistas e a participação de 400 professores formadores. Atualmente, o programa abrange as principais áreas do conhecimento definidas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), tendo passado por significativa ampliação na oferta de vagas (31 mil) e de temas (74).
Toda a formação é desenvolvida com base em roteiros, que permitem estudo, planejamento e implementação da temática abordada em sala de aula. Podem participar todos os professores e pedagogos da rede estadual de ensino e a ideia é de que os profissionais envolvidos promovam uma mudança no processo de ensino e de aprendizagem dos estudantes. A consequência é, principalmente, o avanço nos índices de avaliação do Estado.
Fonte: AEN
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