CGN
Acesse aqui o Discover e busque as mais lidas por mês!

Juros: Taxas de DI seguem Treasuries e caem após altas recentes e decisão da Moody’s

No fim do pregão, a decisão da agência de classificação de risco Moody’s de elevar a nota de crédito do Brasil para Ba1, apenas um nível...

Publicado em

Por Agência Estado

Publicidade

Depois de um avanço significativo em setembro, as taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) começaram outubro em queda, acompanhando o movimento dos juros dos Treasuries, que refletiram o aumento na busca por ativos seguros diante de um ataque a mísseis do Irã contra Israel. A ofensiva era esperada há dias, depois de o governo israelense ter bombardeado o Líbano e matado o líder do Hezbollah no fim de semana.

No fim do pregão, a decisão da agência de classificação de risco Moody’s de elevar a nota de crédito do Brasil para Ba1, apenas um nível abaixo do chamado grau de investimento, também contribuiu para as perdas, levando algumas das taxas a aprofundarem o ritmo de queda e a terminarem o dia nas mínimas da sessão.

O estrategista-chefe da Monte Bravo, Alexandre Mathias, viu o movimento da curva hoje totalmente associado ao risco de uma guerra mais aberta no Oriente Médio e se surpreendeu com o desempenho positivo dos mercados pela manhã. “Parecia que não estavam sentindo o risco de guerra por procuração, com Israel lutando contra grupos armados, se transformar numa guerra regional contra o Irã, o que é algo completamente diferente. Mas há uma escalada”, avalia.

Daniel Miraglia, economista-chefe do Integral Group, considerou que o recuo nas taxas de DI foi “puramente externo”, dado que no mercado doméstico os fundamentos justificam a abertura dos juros, e não o contrário.

“A nossa curva de juros está muito relacionada ao fiscal. O que está atrapalhando o nosso mercado é a gente mesmo, não é mais o mundo, que está bastante positivo para emergentes”, disse Miraglia, citando o pouso suave da economia dos Estados Unidos e os estímulos da China ao setor imobiliário.

Nem mesmo os preços do petróleo, que hoje chegaram a subir mais de 5% por causa da tensão no Oriente Médio, estão contribuindo para a abertura da curva no momento, segundo o economista. “Até US$ 80 por barril é neutro para a inflação mundial e para o Brasil, e abaixo disso ajuda”, afirmou. Em setembro, o valor médio do petróleo Brent foi de aproximadamente US$ 72,50 por barril.

Marcela Kawauti, economista-chefe da gestora Lifetime, ponderou que o recuo de hoje nas taxas embute também um respiro após o forte avanço acumulado em setembro. “Os DIs já tinham puxado bastante e, apesar da piora lá fora, que impulsionou o dólar, teve correção por conta da acomodação. Talvez se a gente não tivesse a piora do risco geopolítico hoje a acomodação pudesse ter sido um pouco maior.”

Diante do exterior turbulento, os comentários do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, feitos antes do ataque do Irã a Israel não provocaram reação do mercado.

Além do risco de conflito ampliado no Oriente Médio, fica no radar dos investidores nos próximos dias a divulgação dos dados sobre a produção industrial de agosto, amanhã, e, principalmente, os números do payroll sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos, que serão publicados na sexta-feira (4).

A taxa do contrato de DI para janeiro de 2026 caiu a 12,225%, de 12,324% no ajuste anterior. A taxa para janeiro de 2027 recuou a 12,255%, fechando na mínima da sessão, de 12,379% ontem, e a taxa para janeiro de 2029 caiu a 12,340%, também no menor nível do dia, de 12,457%.

Google News CGN Newsletter

Whatsapp CGN 3015-0366 - Canal direto com nossa redação

Envie sua solicitação que uma equipe nossa irá atender você.


Participe do nosso grupo no Whatsapp

ou

Participe do nosso canal no Telegram

Veja Mais