Startup apoiada pelo Estado usa tecnologia para impactar vida nas periferias
A plataforma funciona como uma lista telefônica moderna, em que é possível fazer publicações para oferecer produtos e serviços, buscar por profissionais para um trabalho específico,......
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Por CGN
Com uma proposta de usar a tecnologia para impactar a vida de moradores da periferia, a Corre.Social, startup de Londrina, desenvolveu uma plataforma que permite essas pessoas terem maior visibilidade no meio digital ao divulgarem produtos, projetos e serviços dentro das suas localidades. O projeto é apoiado pelo Paraná Anjo Inovador, programa desenvolvido pela Secretaria da Inovação, Modernização e Transformação Digital (SEI), que destina até R$ 250 mil para o desenvolvimento de soluções inovadoras no Estado.
A plataforma funciona como uma lista telefônica moderna, em que é possível fazer publicações para oferecer produtos e serviços, buscar por profissionais para um trabalho específico, divulgar eventos culturais e até mesmo iniciativas sociais. O cadastro no aplicativo é gratuito, e as publicações feitas nele são distribuídas conforme a localização dos usuários. Existe também a possibilidade de pagar uma assinatura mensal para que as publicações tenham um maior alcance e cheguem a pessoas de outros bairros.
A ideia surgiu em 2021, quando os amigos João Carrilho, Ricardo Rafalski e Pedro Barbini decidiram juntar seus conhecimentos nas áreas de tecnologia, cultura e ciências sociais, tendo como norte criar uma solução que levasse informação de qualidade para pessoas em vulnerabilidade social.
“Queríamos construir uma nova tecnologia social que conecta pessoas das favelas a um futuro melhor, visto a dificuldade de deslocamento e de ter visibilidade nas vias digitais. Então criamos uma plataforma que conecta pessoas, empresas e governos organicamente no digital”, afirma Carrilho, diretor de impacto da startup.
Na prática, ao entrar no aplicativo da Corre.Social, a pessoa cria um perfil como acontece em outras redes sociais. Depois ela consegue fazer publicações divididas em três áreas de atuação: Renda, destinada a anúncios de serviços, comércio e vagas de emprego; Cultura, onde podem ser publicados eventos voltados a arte e educação, bem como cursos profissionalizantes e palestras; e Impacto, para publicações de iniciativas de auxílio social, pedidos de doação e arrecadação de materiais para causas que necessitem.
CADASTRO CIDADÃO – Rodando há um ano, o aplicativo conta com mais de 500 downloads na PlayStore e mais de 400 serviços e comércios cadastrados, grande parte provenientes de Londrina. Com o aporte financeiro do programa Paraná Anjo Inovador, a startup iniciou o trabalho de cadastramento gratuito de pessoas em estado de vulnerabilidade, chamado de Cadastro Cidadão, que atualmente chega a 300 moradores das periferias da cidade catalogados.
O Cadastro Cidadão consiste em um mapeamento digital, no qual a equipe da Corre.Social e pessoas de lideranças locais das periferias coletam diversas informações, como escolaridade, experiências profissionais, interesses culturais e indicadores socioeconômicos. Esses dados são oferecidos para instituições governamentais como prefeituras e secretarias de governo e podem servir para criar políticas públicas e acompanhar a evolução desses indicadores, uma vez que a ideia é que esses dados sejam atualizados frequentemente.
Carrilho explica que o apoio do Governo do Estado foi essencial para alavancar o trabalho da startup e continuar o desenvolvimento da plataforma e a validação no mercado. “Foi muito importante receber esse reconhecimento e visibilidade porque mostra que mais pessoas do mundo da tecnologia e inovação veem no potencial do negócio e acreditam que ela é o futuro do digital brasileiro.”
Outra linha de atuação da startup é com empresas, que podem pagar para usar o aplicativo para divulgar vagas de empregos, além de ter acesso a base de dados dos moradores cadastrados para encontrar candidatos qualificados para preencher vagas de emprego.
A Corre.Social se descreve como um negócio social com fins lucrativos, ou seja, não são direcionados apenas ao lucro. Os valores recebidos pelas assinaturas e pela venda da base de dados para empresas e instituições governamentais é usado para bancar os custos da operação da startup e o lucro é revertido para projetos sociais de geração de renda, educação e direitos humanos.
Como próximos passos, a startup pretende usar o Cadastro Cidadão para oferecer os serviços de mapeamento e as utilidades da plataforma para governos municipais e estaduais e escalar a startup a nível nacional. Outro objetivo é buscar parcerias com empresas e utilizar o sistema ESG (Sustentabilidade ambiental, social e de governança) para trazer benefícios para as próprias empresas e para os cidadãos.
“Queremos buscar essas parcerias para impactar a vida dos moradores em vulnerabilidade mapeados e gerar retorno para elas por meio do fortalecimento de marca e campanhas de marketing”, finaliza Carrilho.
Fonte: AEN
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