Indicadores sociais e de gestão impulsionam Paraná no Ranking de Competitividade 2024
A classificação final dos estados é definida a partir do cálculo de 99 indicadores divididos em dez pilares principais. Os dados são analisados pelo Centro de......
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Por CGN
O Paraná manteve o 3º lugar no Ranking de Competitividade dos Estados divulgado nesta quarta-feira (21), em Brasília, além de se aproximar das notas obtidas por São Paulo e Santa Catarina, que ocupam respectivamente a 1ª e 2ª posição na classificação. O Estado lidera o eixo de sustentabilidade ambiental, mas também registrou melhora dos indicadores relacionados com gestão pública e responsabilidade social influenciaram diretamente no bom desempenho estadual.
A classificação final dos estados é definida a partir do cálculo de 99 indicadores divididos em dez pilares principais. Os dados são analisados pelo Centro de Liderança Pública (CLP), em parceria com a consultoria Tendências e a startup Seall, a partir de fontes oficiais.
O pilar Sustentabilidade Social representa 11,6% da composição da nota de cada estado e é definido a partir da análise de 16 indicadores. Em sete deles, o Paraná subiu na classificação nacional entre as edições de 2023 e 2024 do Ranking.
Entre os indicadores deste pilar, o que apresentou a maior melhora foi a redução do trabalho infantil, passando de 19ª para a 3ª colocação entre os estados, obtendo uma nota 97.61 de 100. O indicador utiliza como base dados do Ministério do Trabalho e Emprego, e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) para identificar a proporção de crianças e adolescentes em situação irregular de trabalho em relação ao total da população estadual com menos de 18 anos.
Outra evolução ocorreu em desocupação de longo prazo, que monitora o mercado de trabalho, de 8º para 4º. O Paraná alcançou no segundo trimestre de 2024 a menor taxa de desemprego dos últimos 10 anos, na comparação com o mesmo período dos anos anteriores. O índice ficou em 4,4%, o menor desde o segundo trimestre de 2014, quando a taxa de desocupação foi de 4,3%. No período, o Estado também atingiu os maiores números absolutos de pessoas ocupadas e de trabalhadores com carteira assinada no setor privado.
Outro grande salto neste segmento foi em relação à redução dos índices de mortalidade materna no Paraná, que considera a proporção dos óbitos maternos em relação à população feminina em idade fértil (de 15 a 49 anos), com base em dados do Datasus e do IBGE. Neste indicador, o estado subiu nove posições e ocupa agora a 5ª colocação, com nota 93.81 de 100 de acordo com os critérios do Ranking.
Um levantamento sobre mortalidade materna divulgado em março deste ano pelo IBGE, com referência em 2022, o Paraná tem um índice de 46,9 mortes a cada 100 mil nascimentos, melhor do que a média nacional, que é de 57,7 mortes a cada 100 mil partos, para o período. Os dados também apontam que 98,9% dos partos têm a assistência de profissionais de saúde qualificados, estando acima da média nacional, que é de 98,7%.
Recentemente um estudo também apontou que o Paraná manteve a liderança no ranking nacional de realização de consultas pré-natal pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no primeiro semestre deste ano. Os dados mostram que 87,4% das gestantes paranaenses passaram por sete consultas ou mais.
Com alta de seis posições – da 8ª para a 2ª colocação entre todos os estados brasileiros – a cobertura vacinal foi outro indicador que contribuiu com o desempenho paranaense no estudo nacional. O critério é o número de doses de imunizantes aplicadas em relação à população-alvo, conforme dados constantes no Datasus.
Neste ano, por exemplo, o Estado criou uma força-tarefa conjunta com os municípios para aumentar a cobertura de vacinas que integram o calendário nacional. A estratégia inclui o reforço das aplicações dos imunizantes nas escolas estaduais e municipais, ação que segue em andamento.
GESTÃO PÚBLICA – De acordo com a metodologia utilizada pelas instituições que elaboraram o Ranking, a avaliação da administração pública aparece em diferentes pilares, com ênfase na eficiência da máquina pública, que representa 9,2% da nota geral dos estados.
Neste eixo, dividido em 11 indicadores, o maior crescimento do Paraná se deu no equilíbrio de gênero na remuneração pública estadual. O Estado passou do 21º lugar para a liderança nacional, obtendo a nota máxima da avaliação (100), que usa dados do IBGE para medir a diferença percentual do salário médio entre homens e mulheres na administração pública.
O outro crescimento mais expressivo no segmento ocorreu no índice de transparência, critério no qual o Estado passou de 16º para o 4º melhor posicionado. O indicador se baseia na chamada Escala Brasil Transparente 360º, elaborada pela Controladoria-Geral da União (CGU).
Ao contrário de outros indicadores, o índice de transparência tem 2020 como ano de referência, o que aponta para um potencial crescimento ainda maior do Paraná nas próximas edições do levantamento anual. Isso porque, tanto em 2022 como em 2023, o Governo do Estado conquistou o Selo Diamante no Programa Nacional de Transparência Pública (PNTP), um reconhecimento concedido pelo alto nível de transparência nas atividades no âmbito do poder público.
INOVAÇÃO – No quesito Inovação, o Paraná ficou com a mesma 4ª posição de 2023, atrás apenas de São Paulo, Amazonas e Santa Catarina. O levantamento avalia diversos indicadores de desenvolvimento, como investimentos públicos em P&D, patentes, bolsas de mestrado e doutorado, estrutura de apoio à inovação, pesquisa científica e empresas de alto crescimento. As maiores destaques são em investimentos públicos em P&D (2º do Brasil) e patentes (2º, com evolução de uma posição).
Nos últimos dois, o Estado registrou um orçamento recorde para ciência, tecnologia e inovação. Em 2024, a execução financeira é de R$ 708,9 milhões. A dotação orçamentária é operacionalizada pelo Fundo Paraná, distribuídos entre a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), Secretaria da Inovação, Modernização e Transformação Digital (SEI), Fundação Araucária, Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR) e Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).
Confira a relação dos indicadores que apresentaram as maiores evoluções do Paraná no Ranking de Competitividade dos Estados entre 2023 e 2024:
Volume de Crédito: 23 posições (de 27º para 4º)
Equilíbrio de Gênero na Remuneração Pública Estadual: 22 posições (de 23º para 1º)
Trabalho Infantil: 16 posições (de 19º para 3º)
Transparência das Ações de Combate ao Desmatamento: 12 posições (de 13º para 1º)
Índice de Transparência: 12 posições (de 16º para 4º)
Mortalidade Materna: 9 posições (de 14º para 5º)
Custo da Energia Elétrica: 8 posições (de 11º para 3º)
Cobertura Vacinal: 6 posições (de 8º para 2º)
Solvência Fiscal: 5 posições (de 8º para 3º)
Desocupação de Longo Prazo: 4 posições (de 12º para 8º)
Fonte: AEN
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