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Confusão entre advogados e promotor dissipa sessão do Tribunal do Júri

Um vídeo editado da situação está circulando nas redes sociais, gerando polêmica e discussões. A redação da CGN entrou em contato com a assessoria do Promotor...

Publicado em

Por Silmara Santos

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Em uma sessão tumultuada do Tribunal do Júri em Cascavel, na última terça-feira (23), foi registrada uma confusão envolvendo os advogados Cláudio Dalledone Júnior, Adriano Bretas, Renan Pacheco Canto e o Promotor Thiago Trevizoli Justo, da 17ª Promotoria de Justiça de Cascavel. O incidente levou à dissolução da sessão pelo Magistrado Presidente do Tribunal do Júri.

Um vídeo editado da situação está circulando nas redes sociais, gerando polêmica e discussões. A redação da CGN entrou em contato com a assessoria do Promotor Thiago Trevizoli Justo, que afirmou que o vídeo divulgado não representa de forma fidedigna os fatos reais da discussão.

O Promotor Thiago Trevizoli Justo, no entanto, optou por não se pronunciar sobre o caso neste momento.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) emitiu uma nota de repúdio referente à briga, condenando “todo e qualquer ataque covarde ao exercício da Advocacia”.

A sessão do Tribunal do Júri estava julgando os réus envolvidos no crime que vitimou Ricardo de Oliveira Mauss, ocorrido no dia 14 de fevereiro de 2020. Ainda não há informações sobre quando a sessão será retomada.

A CGN deixa o espaço aberto para que os envolvidos na confusão se pronunciem sobre o caso.

Relembre o caso julgado

A sessão do Tribunal do Júri dessa terça-feira (23) julgava os acusados, no total de oito pessoas que faziam parte de uma organização intitulada “Os Cabelos” e que possuem envolvimento com diversos homicídios ocorridos em 2020 na zona oeste de Cascavel, em especial no Bairro Santa Cruz, incluindo a morte de Ricardo Mauss (caso que estava sendo julgado) e Matheus Dias da Silva.

Os crimes têm relação com o tráfico de drogas e disputa entre grupos rivais a fim de controlar a região para a venda de entorpecentes.

Matheus Dias da Silva foi morto na madrugada do dia 14 de fevereiro de 2020 após ser atingindo por 9 disparos de arma de fogo, dentre os 15 que foram efetuados por uma pistola 9 milímetros. O fato aconteceu na Rua Bororós no Bairro Santa Cruz.

Ricardo Mauss foi morto com 37 disparos de arma de fogo no dia 08 de junho de 2020 no Bairro Parque dos Ipês. Ele estava dentro de um automóvel que ficou com a porta do motorista totalmente perfurada pelos tiros.

As investigações apontaram que as mortes tiveram relação com o assassinato de Sandro Rossi, que também foi alvejado por vários disparos de arma de fogo na empresa que lhe pertencia, no Santa Cruz. Ele era tido como o principal fornecedor de drogas revendidas em Guarapuava.

Confira a nota de repúdio da OAB na íntegra:

NOTA DE REPÚDIO – OAB CASCAVEL

Na tarde de hoje (24), tomamos conhecimento do vídeo, já referido na noite de ontem pelo Advogado Cláudio Dalledone Júnior (OAB/PR nº 27.347) e Adriano Bretas (OAB/PR nº 38.524), e circulando publicamente nas mídias sociais destes, de ocorrência na sessão do tribunal do júri de 23 de abril de 2024, na cidade e comarca de Cascavel/PR, em que o Promotor de Justiça Thiago Trevizoli Justo, em total destempero, ataca covardemente Advogado integrante da banca de defesa, Dr. Renan Pacheco Canto, OAB/PR nº 85.588, chamando-o de estagiário e safado, atacando, igualmente, aos demais Advogados da banca de defesa, e a toda a Advocacia, afirmando que os honorários advocatícios são recebidos “do crime” e “do tráfico”, falas que ofendem diretamente todo Advogado e Advogada atuante na área criminal, demonstrando total descontrole emocional, o que levou o Magistrado Presidente do Tribunal do Júri a dissolver a sessão.

O ocorrido é gravíssimo e atinge a todos os profissionais da área, motivo pelo qual a Ordem dos Advogados do Brasil, Subseção Cascavel/PR, REPUDIA veementemente todo e qualquer ataque covarde ao exercício da Advocacia. O ato como o concretizado no vídeo, e gravado na sessão do tribunal do júri de 23 de abril de 2024, encartado nos autos pertinentes, viola as prerrogativas dos Advogados e Advogadas quando no pleno exercício do seu mister.

Com a lucidez e a ponderação que se exige, a Ordem dos Advogados do Brasil, Subseção Cascavel, juntamente com a Seccional Paraná, tomarão as medidas pertinentes, de modo a garantir o respeito à prerrogativa profissional garantida legalmente, porquanto a Advocacia é indispensável à administração da Justiça (art. 133 da Constituição da República Federativa do Brasil), inexistindo “hierarquia, nem subordinação entre advogados, magistrados e membros do Ministério Público, devendo todos tratar-se com consideração e respeito recíprocos” (art. 6º, caput, da Lei nº 8.906/1994 i grifamos).

Alex Gallio
Presidente OAB/Cascavel

Alessandro Rosseto
Presidente da Comissão de Defesa de Prerrogativas Profissionais
OAB Subseção Cascavel

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