Papa Francisco ‘dá rasteira’ em comunidade LGBTQIA+ e critica barriga de aluguel e teoria de gênero

Em um discurso que chocou a comunidade LGBTQIA+, o Papa Francisco, líder da Igreja Católica, criticou a prática da barriga de aluguel e a teoria de gênero, apenas três semanas após permitir a bênção a casais homoafetivos. O pontífice, que já havia sido celebrado por grupos de direitos humanos por sua postura progressista, agora aponta para um retrocesso, pedindo a proibição mundial da barriga de aluguel e condenando a teoria de gênero.

Durante um discurso anual de 45 minutos conhecido como “estado do mundo”, Francisco classificou a barriga de aluguel como uma prática deplorável e uma violação dos direitos de mulheres e crianças. “É uma prática baseada na exploração de situações de necessidades materiais da mãe”, afirmou. “Expresso a minha esperança por um esforço para proibir essa prática universalmente.”

A barriga de aluguel é frequentemente utilizada por casais do mesmo sexo que desejam ter filhos, o que torna as declarações do Papa especialmente contundentes para a comunidade LGBTQIA+. Ainda mais, o líder da Igreja Católica, que comanda uma comunidade de mais de 1,3 bilhão de pessoas em todo o mundo, reafirmou que o Vaticano condena a teoria de gênero.

A teoria de gênero, que propõe que gênero é algo mais complexo e fluido do que as categorias binárias de “masculino” e “feminino”, foi descrita pelo Papa como “extremamente perigosa”. Ele chamou a teoria de uma espécie de “colonização ideológica”, que “provoca feridas e divisões entre os Estados, ao invés de favorecer a construção da paz”.

Apesar das recentes declarações, o Papa Francisco fez um aceno importante à construção de uma igreja mais inclusiva em dezembro. Ele disse que casais gays podem receber a bênção católica, desde que em cerimônias que nada se assemelhem à de um matrimônio. Além disso, o Vaticano abriu as portas do batismo para as pessoas trans e afirmou que filhos de casais de pessoas do mesmo sexo, mesmo aqueles gerados por barriga solidária, também podem ser batizados, “desde que sejam educados na fé católica dali em diante”.