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Imagem referente a Nada como um dia depois do outro – por Caio Gottlieb

Nada como um dia depois do outro – por Caio Gottlieb

Em uma de suas reiteradas declarações sobre o assunto, postada no Twitter no dia 27 de julho de 2022, ele escreveu: “O orçamento secreto é a...

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Por Caio Gottlieb

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Travestido de paladino da moralidade, Lula bradava indignado nos discursos da campanha eleitoral que o orçamento secreto, como ficou conhecido o mecanismo das famosas emendas de relator destinadas a distribuir verbas aos parlamentares sem clareza na prestação de contas, era o “maior esquema de corrupção da história.”

Em uma de suas reiteradas declarações sobre o assunto, postada no Twitter no dia 27 de julho de 2022, ele escreveu: “O orçamento secreto é a excrescência da política brasileira. Não é sério. Se você quer fazer algo sério, não é secreto. Isso nunca aconteceu, e acontece agora, porque o atual presidente não governa, é uma marionete.”

Lula falava, claro, de Bolsonaro, criticando o instrumento que o ex-presidente, não sem muita relutância, foi convencido a usar para cooptar o apoio dos parlamentares na tramitação de matérias de seu interesse no Congresso Nacional.

Menos de um ano depois daquela publicação e pouco mais de quatro meses após o petista assumir seu terceiro mandato presidencial, lemos nos jornais desta semana manchetes como essa: “Lula manda pagar R$ 9 bilhões do orçamento secreto de Bolsonaro, esquema que chamou de corrupção.”

Vamos aos detalhes: esse montante, que o atual governo resolveu liberar sem adotar nenhum procedimento para dar transparência à negociação, refere-se a emendas que havia sido acertadas ainda pelo antecessor e estavam “penduradas” desde que o Supremo Tribunal Federal considerou a modalidade inconstitucional e determinou a devolução dos recursos para o controle total do governo.

Aliás, o presidente ungido pelas urnas eletrônicas já tinha mandado pagar dias atrás 10 bilhões em emendas do Orçamento de 2023, mas teve que ceder à pressão para partilhar também o saldo deixado pelo adversário.

Em suma, trata-se de mais um movimento do Palácio do Planalto na tentativa de acalmar o Congresso e conseguir algum conforto nas votações, após as primeiras derrotas sofridas com o Projeto de Lei das Fake News e o Marco Legal do Saneamento Básico.

Trocando em miúdos: o atual governo está “comprando” senadores e deputados federais para votarem a seu favor. Simples assim.

Lula, portanto, estava coberto de razão quando tuitou que o orçamento secreto “é a excrescência da política brasileira. Não é sério. Se você quer fazer algo sério, não é secreto. Isso nunca aconteceu, e acontece agora, porque o atual presidente não governa, é uma marionete.”

Ele que o diga.

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