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Imagem referente a A mentira tem perna curta – por Caio Gottlieb

A mentira tem perna curta – por Caio Gottlieb

Chefe do Gabinete de Segurança Institucional durante os eventos, o general Gonçalves Dias alegou candidamente ter ocorrido um “apagão” no sistema de inteligência do país, que...

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Por Caio Gottlieb

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Caiu definitivamente por terra a falsa narrativa de que, por falha nos serviços de informação que atendem a Presidência da República, o governo Lula teria sido apanhado de surpresa pelas manifestações que redundaram na quebradeira de 8 de janeiro em Brasília.

Chefe do Gabinete de Segurança Institucional durante os eventos, o general Gonçalves Dias alegou candidamente ter ocorrido um “apagão” no sistema de inteligência do país, que não alertou dos riscos de invasão aos prédios públicos.

O próprio presidente ungido pelas urnas eletrônicas, conhecido por sempre dizer que não sabe de nada quando precisa dar explicações sobre seus erros, também citou falha dos órgãos responsáveis por esse monitoramento para justificar a falta de ação das forças federais para barrar os vândalos.

Surgem agora evidências incontestáveis de que essa versão é deslavadamente mentirosa.

Documentos, vídeos e mensagens incluídos nas investigações que correm sobre o deplorável episódio, divulgados nesta sexta-feira (28) pelos jornais Folha de S. Paulo e O Globo, confirmam os indícios de que Gonçalves Dias, demitido do cargo quando vazaram as imagens dele circulando tranquilamente entre os invasores, assim como o ministro da Justiça, Flávio Dino, foram avisados diversas vezes e vários dias antes dos incidentes pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para a possibilidade de atos violentos no protesto que culminou com a depredação das sedes dos Três Poderes.

Pior do que isso: além da dupla, outros 13 órgãos receberam os comunicados que forneciam vastos e detalhados relatórios sobre o planejamento de “ações hostis” com o objetivo de infligir danos materiais ao Congresso Nacional, ao Palácio do Planalto e ao Supremo Tribunal Federal.

Não foi por falta de conhecimento prévio que as autoridades deixaram de atuar preventivamente para evitar, conter e reprimir os ataques.

Mais do que provado está, agora, que o governo, em suas mais diversas instâncias, tinha plena ciência do que estava por acontecer e supostamente tenha decidido fazer do limão uma limonada, permitindo deliberadamente que o caos fosse levado às suas mais extremas consequências, não se descartando, ainda, a suspeita de que possa ter havido o recrutamento de baderneiros profissionais para incrementar a arruaça, compondo um teatro desenhado com o propósito de jogar a culpa em Bolsonaro e seus apoiadores e acusá-los de tentativa de golpe de estado.

Não é à toa que o governo havia imposto um sigilo de cinco anos sobre as cenas captadas pelas câmeras do Palácio, segredo já derrubado pelo STF, e vinha fugindo da CPMI instalada no Congresso para apurar os fatos como o diabo foge da cruz.

Enfim, temos aí um conjunto de crimes para averiguar a responsabilidade dos agentes públicos envolvidos no caso: omissão, negligência, prevaricação e até cumplicidade.

Que se abra a caixa de Pandora.

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