Despertaram um monstro? – por Caio Gottlieb

Depois de maravilhar o mundo com as fantásticas demonstrações iniciais do ChatGPT e desencadear uma disputa frenética da indústria da tecnologia pela liderança da nova fronteira cibernética, a inteligência artificial começou a gerar apreensões e acabou provocando um movimento histórico.

Assinada por mais de 1300 pesquisadores de alto nível, grandes empresários do setor e representantes do meio acadêmico, uma carta aberta está pedindo simplesmente que os experimentos com IA sejam pausados.

Tendo entre seus autores nomes como os de Elon Musk, dono da Tesla e do Twitter, Steve Wozniak, cofundador da Apple, dirigentes do Google, Microsoft e Amazon, cientistas das universidades de Oxford, Cambridge, Stanford, Columbia e até o escritor Yuval Noah Harari, o documento diz que a evolução acelerada dos últimos meses ressalta a necessidade de uma ação drástica para frear o impulso de laboratórios travados em uma corrida alucinada.

Particularmente perturbador é o parágrafo onde os signatários expressam sua preocupação com o desenvolvimento e implantação de “sistemas cada vez mais poderosos que ninguém – incluindo seus criadores – pode entender, prever ou controlar.”

Por essas palavras, pode-se deduzir que, diante das primeiras e assombrosas revelações da ilimitada gama de aplicações da Inteligência Artificial, talvez não esteja muito longe da realidade quem passou a imaginar e temer um futuro onde a humanidade venha a ser dominada por máquinas que ela própria inventou.

Resta, por fim, a pergunta que não quer calar: o que essa gente já sabe sobre esse tema tão inquietante que nós ainda não sabemos?