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Escárnio sem limites – por Caio Gottlieb

Não que houvesse alguma expectativa de que o petista tivesse a grandeza patriótica de encaminhar para a função um jurista gabaritado e acima de qualquer suspeita....

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Por Caio Gottlieb

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Tudo leva a crer que Lula, exercitando o seu notório desapreço pelas instituições, vai perpetrar mesmo a desfaçatez de colocar Cristiano Zanin na vaga de Ricardo Lewandowski, que está se aposentando do Supremo Tribunal Federal e foi igualmente escolhido por ele lá no seu longínquo primeiro mandato.

Não que houvesse alguma expectativa de que o petista tivesse a grandeza patriótica de encaminhar para a função um jurista gabaritado e acima de qualquer suspeita.

Longe disso.

Esperar atitudes morais de Lula é como esperar que um crocodilo declame Os Lusíadas.

Todavia, a ideia de entronizar no STF alguém tão próximo de seus interesses particulares quanto o advogado que o defende nos processos da Lava Jato representa o mais vergonhoso ato de aparelhamento pessoal já imposto à mais alta Corte do país em toda a sua história.

Por outro lado, uma expressiva parcela da sociedade brasileira, não abduzida pelo cinismo esquerdista, não pretende assistir de camarote, passivamente, à consumação da desonra, e aposta na esperança, bastante remota, é verdade, de que o Senado Federal, a quem compete sabatinar e referendar o candidato, reprove a nomeação.

É o caso do Movimento Advogados de Direita Brasil, que reagiu preventivamente ao escândalo que se avizinha publicando uma carta aberta, com quase 6 mil assinaturas, em que expressa sua contrariedade à indicação de Zanin e pede ao Senado que a rejeite, na hipótese de que seu nome venha a ser apresentado pelo presidente.

Diz um trecho do documento: “Não se trata, pois, de uma nomeação puramente técnica. A escolha do ministro do Supremo é também política, e como política ligada ao Judiciário, não basta apenas ser legal, tem que parecer ser Justiça. Aceitar a mera argumentação restritiva de que Zanin possui atributos que lhe conferem notável saber jurídico e reputação ilibada, ao menos para grande parte da população, é, no mínimo, uma afronta à moralidade da República.”

E isso é só o começo. Outras manifestações nesse tom estão previstas.

Lula pode até conseguir emplacar no STF um assessor jurídico de estimação, mas não sem antes enfrentar protestos indignados, ser obrigado a cooptar senadores a troco de fartas benesses e sofrer um duríssimo desgaste junto à opinião pública.

Em resumo, não sairá barato.

Seja como for, no frigir dos ovos, a entrada de Zanin, por mais escandalosa que possa ser, não fará nenhuma diferença no resultado final: sete dos onze ministros do Supremo (a esmagadora maioria) estão lá por obra e graça de Lula e Dilma. Apenas sairá um companheiro para a entrada de outro, certamente ainda mais fiel ao chefão.

Ou seja, o PT continuará tendo um STF pra chamar de seu.

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