Bloco de Notas – por Caio Gottlieb

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Não é só na economia que o agronegócio brasileiro ganha relevância cada vez maior. Na esteira de uma tendência que já se manifesta em diversos países europeus, o setor vem ampliando de modo significativo sua participação também no campo da política, buscando ter mais voz nas decisões do governo. E as eleições de 2022 deram enorme contribuição para elevar ainda mais esse protagonismo. Contados os votos, os representantes do meio rural agregados na Frente Parlamentar da Agropecuária somam nesta legislatura 300 deputados federais (de um total de 513) e 44 senadores (de um total de 81), formando um considerável poder de influência nos trabalhos do Congresso Nacional. Tanto que, na Câmara, o grupo conquistou o comando de nada menos que 10 das 25 comissões temáticas, algumas delas de suma importância estratégica, como a de Fiscalização e Controle.

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O futebol profissional de Cascavel vive o seu melhor momento desde 1980 quando, pela primeira e até agora única vez, abocanhou o campeonato estadual. Depois de anos de ostracismo, alternando fases de pouco e nenhum brilho, as coisas começaram a mudar na metade da década de 2000, com a formação de uma nova entidade jurídica para gerir o time e a entrada de dirigentes com maior apoio da sociedade. Mas foi a partir de dezembro de 2016, com a decisão do empresário Valdinei Silva de aceitar a convocação de numerosos amigos para entrar no jogo e assumir a presidência do FC Cascavel, que o sonho de dotar a cidade de um clube com potencial de dar muitas alegrias à sua torcida passou a ser visto como possível de ser concretizado. De lá para cá, é isso que vem acontecendo. Ainda falta um título de campeão, é verdade. Mas, neste sábado (1/4), a equipe pisará no gramado do Estádio Olímpico para enfrentar o Athletico Paranaense no primeiro dos dois embates da disputa de mais uma final do certame estadual, a segunda em três temporadas, além de já ter garantido vaga na série D do Campeonato Brasileiro. A promissora trajetória é resultado do trabalho abnegado de muita gente, mas deve-se, sobretudo, à rara e invejável capacidade de liderança de Valdinei para reunir um grande grupo de empresários e profissionais liberais renomados para constituir a sociedade que hoje toca o negócio, convencer patrocinadores de peso para somar esforços na empreitada e saber mobilizar os cascavelenses em torno de um projeto esportivo (do qual também vêm brotando diversas atividades sociais e filantrópicas) com uma paixão jamais vista na história do município. O FC Cascavel fez da cidade um só coração.

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Todas as explicações que Flavio Dino possa dar sobre a visita que fez, desacompanhado de escolta armada, a uma favela do Rio de Janeiro no Complexo da Maré para participar de evento em uma ONG instalada no local, não resistem a uma incômoda verdade: o acesso àquele ambiente não teria ocorrido sem a permissão de lideranças do Comando Vermelho, maior facção criminosa do estado, que detém o controle da região. A propósito, se o ministro da Justiça e Segurança Pública tem uma fórmula secreta para ingressar sem ser molestado em um lugar onde a polícia militar só consegue entrar com tropas de choque e carros blindados, conviria repassá-la às autoridades cariocas para melhorar a proteção das comunidades que vivem sob a opressão do crime organizado.

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A Assembleia Legislativa do Paraná está indo ao encontro do povo. Foi anunciada nesta segunda-feira pelo presidente Ademar Traiano a utilíssima iniciativa de interiorização periódica dos trabalhos da Casa através de sua presença institucional em grandes eventos populares nos principais municípios do Estado. O objetivo do projeto “Assembleia Itinerante” é aproximar cada vez mais os parlamentares da população, recebendo propostas, sugestões e demandas de todas as regiões, aproveitando ainda as reuniões para fazer a entrega de títulos de Cidadania Honorária já aprovados pela instituição. O programa faz parte de uma série de medidas administrativas voltadas ao fortalecimento das políticas de transparência adotadas pelo Poder Legislativo. As exposições agropecuárias de Londrina, em abril, e Maringá, em maio, vão inaugurar o roteiro. Em um espaço especialmente montado para o atendimento ao público, os deputados estaduais receberão prefeitos, vereadores, lideranças, empresários, representantes do setor produtivo e a população em geral, quando também haverá distribuição de materiais informativos sobre as atividades legislativas. A ideia não é nova, já foi implementada em outras épocas, mas sempre é bem-vinda.

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Primeiramente, ele e seus comparsas invadiam uma fazenda. Em seguida, bloqueavam o ingresso dos proprietários, não permitiam a retirada da produção, impediam o manejo, o trato e a venda do gado e ameaçavam destruir edificações. Depois, exigiam dinheiro para desocupar a área. Esse era o modus operandi, revelado pela Polícia Civil de São Paulo, do meliante José Rainha Junior, preso por determinação judicial sob a acusação de aterrorizar e extorquir produtores rurais na região do Pontal do Paranapanema. Zé Rainha, como ficou mais conhecido quando era um destacado chefão do Movimento Sem-Terra, do qual foi expulso, agora comanda uma quadrilha concorrente denominada Frente Nacional de Luta Campo e Cidade. Há relatos de pagamentos de mais de 100 mil reais por fazendeiros desesperados para ter acesso às lavouras já na iminência de serem colhidas. Por todos esses deploráveis fatos, e por toda a longa e intolerável trajetória de crimes praticados no país por invasores de propriedades rurais, urge que prospere o pedido de abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito na Câmara Federal para investigar as ações do MST, que já obteve mais de 171 assinaturas, o número mínimo para a proposta ser apresentada. Por sinal, o presidente Arthur Lira vem dando indícios claros de que irá instalá-la em breve. Já não era sem tempo.

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Por sinal, como em tudo na vida, até mesmo as abjetas ações de banditismo desses movimentos acabam produzindo histórias engraçadas. Foi o caso envolvendo a invasão das terras de José Raul das Neves Junior por indígenas da etnia Guarani-Kaiowá, no município de Rio Brilhante, no Mato Grosso do Sul. Ocorre que o proprietário é membro do diretório local do Partido do Trabalhadores e correligionário do ex-governador e hoje deputado estadual Zeca do PT, que condenou severamente a ocupação, classificando-a como uma “barbaridade”. Em solidariedade aos índios, velhos parceiros de invasões, o MST repudiou em igual tom as críticas do “companheiro”. Ou seja, o conceito de “justiça social” no campo só deve ser aplicado em propriedades de inimigos ideológicos. A propósito, vale a pena reproduzir um trecho da declaração do parlamentar: “Não contem comigo essa gente que, sem nenhuma razão, ocupa e invade propriedades produtivas, gerando insegurança jurídica e correndo riscos de uma inconsequência que a gente não tem dimensão do que pode acontecer.” Belas e surpreendentes palavras vindas de um petista. Pimenta nos olhos (para não dizer “aquilo”) dos outros é refresco.

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E o Lula conseguiu arrumar um emprego para a companheira Dilma, emplacando-a na presidência do BRICS, o banco criado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul para financiar projetos de infraestrutura nesses países. A pior presidente da história política brasileira, que só não causou um desastre ainda maior em nossa economia porque foi arriada do cargo por um providencial, salvador, justo e merecido processo de impeachment, foi agora premiada por seu mentor com uma sinecura que lhe dará um salário mensal de 220 mil reais. Como ela vai morar em Xangai, o assunto gerou uma ótima piada nas redes sociais. Alguém escreveu que “em matéria de vingança ninguém é páreo para o brasileiro: em retribuição à Covid que os chineses nos enviaram, nós mandamos a Dilma pra eles.” Afinal das contas, chumbo trocado não dói.