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Como se pega pneumonia? Veja quais os sintomas e tratamento de doença do presidente Lula

Segundo médicos ouvidos pelo Estadão, a pneumonia é uma infecção que se instala no pulmão e que é causada principalmente por três agentes: vírus, bactérias e,...

Publicado em

Por Agência Estado

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta sexta-feira, 24, o adiamento de uma viagem à China, que estava prevista para este sábado, 25, para tratar de uma pneumonia. A assessoria do petista informou que o quadro é “leve” e que a ida ao país asiático ficará para domingo, 26. Não foram passados maiores detalhes sobre a doença.

Segundo médicos ouvidos pelo Estadão, a pneumonia é uma infecção que se instala no pulmão e que é causada principalmente por três agentes: vírus, bactérias e, mais raramente, fungos. O diagnóstico da doença pode ser feito por meio de exames físicos e de imagem, bem como por meio de testes laboratoriais. Os tratamentos variam de acordo com cada quadro.

“Em geral, a pneumonia bacteriana é a mais comum, principalmente em adultos comunitários (que vivem em comunidade) e em pacientes hospitalizados”, diz o médico pneumologista Felipe Marques da Costa, coordenador da equipe de pneumologia da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. “A pneumonia viral é comum em crianças e idosos. Já a pneumonia fúngica é a forma menos comum, ocorrendo preferencialmente em pacientes com algum grau de imunossupressão.”

A pneumonia pode passar de uma pessoa para outra?

A depender do agente envolvido na infecção, é possível que ocorra a transmissão interpessoal do causador, segundo especialistas. A transmissão pode desencadear em novos quadros de pneumonia, mas isso não significa exatamente passar doença para outra pessoa. Conforme Costa, alguns dos principais modos de transmissão entre pessoas são:

Pneumonia bacteriana: a transmissão ocorre por meio da inalação de gotículas respiratórias contendo as bactérias, geralmente de uma pessoa infectada. Essas gotículas podem ser liberadas durante a tosse, espirro ou fala da pessoa infectada;

Pneumonia viral: a transmissão se dá principalmente por meio do contato com secreções respiratórias infectadas, como saliva, muco ou gotículas de tosse ou espirro. O contato pode ser direto (por exemplo, por beijos) ou indireto (por exemplo, tocando em objetos contaminados).

Como identificar uma pneumonia? Há um exame específico?
O diagnóstico de pneumonia pode ser feito por meio de exames físicos e de imagem, além de exames laboratoriais. “O exame físico pode incluir a ausculta dos pulmões, para detectar sons anormais, como crepitações ou estertores, que podem indicar a presença de fluido ou pus nos pulmões”, diz o pneumologista.

Em paralelo, os exames de imagem, como radiografias e, especialmente, tomografias computadorizadas, podem mostrar a presença de infiltrações ou áreas consolidadas nos pulmões, que podem ser indicativas de pneumonia. Os exames laboratoriais, como hemograma completo e análise do muco ou escarro, também podem ajudar a identificar o agente causador da infecção.

Quais são os principais sintomas da pneumonia?

Os principais sintomas da pneumonia são:

Tosse persistente, muitas vezes com muco ou escarro espesso;
Febre alta;
Dor no peito, especialmente ao respirar fundo ou tossir;
Falta de ar ou dificuldade para respirar;
Fadiga e sensação geral de mal-estar.

Em que a pneumonia se difere de outras doenças respiratórias?

Esses sintomas podem ser semelhantes aos de outras doenças respiratórias, como resfriado comum, bronquite ou gripe. No entanto, a pneumonia é uma infecção mais grave, que afeta os pulmões, e pode levar a complicações como insuficiência respiratória, principalmente se não for tratada adequadamente.

Como diferenciar a pneumonia de outras doenças?

Segundo médicos, o paciente de pneumonia, geralmente, apresenta febre alta e tosse com muco ou escarro, enquanto o resfriado comum geralmente é acompanhado de sintomas leves a moderados, como coriza, espirros e dor de garganta.

“A bronquite é uma inflamação dos brônquios, que pode causar tosse com muco, mas geralmente não causa febre alta ou dor no peito”, diz Costa. “A gripe também pode apresentar febre alta e sintomas respiratórios, como tosse e falta de ar, mas os sintomas geralmente aparecem de forma mais abrupta e os pacientes podem apresentar outros sintomas, como dores musculares e de cabeça.”

Quais são os principais tratamentos para pneumonia?

O tratamento da pneumonia varia de acordo com a causa da infecção, a gravidade dos sintomas e a condição de saúde geral do paciente. Em geral, o tratamento da pneumonia pode envolver o uso de antibióticos, medicamentos para alívio dos sintomas, repouso e hidratação adequada.

O tempo de duração do tratamento da pneumonia pode variar de acordo com a causa da infecção e a gravidade dos sintomas. Em geral, os pacientes com pneumonia bacteriana apresentam melhora significativa nos primeiros dias de tratamento com antibióticos, e o tratamento completo pode durar entre 5 e 7 dias, na maioria dos casos.

“Já nos casos de pneumonia viral, o tratamento é mais direcionado para o alívio dos sintomas, e a duração pode variar de acordo com a gravidade da infecção e a resposta do paciente ao tratamento”, diz o pneumologista.

Há remédios específicos para a doença?

Em casos leves de pneumonia, é possível tratar em casa com medicamentos para alívio da febre e dor, antibiótico (em caso de pneumonia bacteriana), além de repouso e hidratação adequada. É importante lembrar que a automedicação pode ser perigosa e deve ser evitada, especialmente em casos mais graves de pneumonia.

Qual pneumonia é considerada a mais grave?

Tanto a pneumonia bacteriana quanto a viral podem evoluir para formas graves de infecção, segundo especialistas. “A pneumonia bacteriana possui o potencial de cursar com complicações mais graves, como sepse, abscesso pulmonar e derrame pleural, enquanto a pneumonia viral pode eventualmente levar a complicações, como pneumonia secundária bacteriana”, diz Costa.

“Não tem isso de pneumonia (mais grave), porque são diversos agentes que causam pneumonia e diversos vírus diferentes”, diz o médico pneumologista André Nathan, do Hospital Sírio-Libanês. Como exemplos, ele cita a influenza e a covid-19, além da bactéria pneumococo, considerada a principal causadora da doença. “A gravidade da pneumonia está relacionada com o microrganismo, mas também com o tamanho do dano que esse microorganismo causou no pulmão.”

Quais são os grupos de risco da pneumonia?

Segundo o médico infectologista Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), as pneumonias bacterianas, que são as que mais trazem consequências aos pacientes, são mais comuns em três situações: “Nos mais novinhos, as crianças; no outro extremo da idade, os idosos; e em um terceiro grupo, independentemente da idade, que são aqueles que têm fatores de risco, comorbidades ou imunodeficiências.”

Esse terceiro grupo, segundo ele, é onde se concentram a maior parte dos casos graves da doença. “O risco de internação, adoecimento, hospitalização e morte é infinitamente superior para os indivíduos que têm fatores de risco”, diz o médico. E isso pode ser agravado com a idade: estudos indicam que pessoas com mais de 85 anos têm 13 vezes mais risco de serem hospitalizadas pela doença do que aqueles entre 18 e 44 anos. “São os grupos para os quais normalmente a gente recomenda a vacinação.”

Existe vacina para pneumonia? Para quem é indicada?

Conforme o Ministério da Saúde, a vacina Pneumo 23, ou pneumocócica 23, protege contra doenças graves causadas pela bactéria pneumococo, como pneumonias, meningites e outras. Ela faz parte da Campanha Nacional de Multivacinação e é oferecida de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde. O imunizante é indicado para crianças a partir dos 2 anos de idade e para adultos.

Quantas pessoas morrem de pneumonia por ano?

Levantamento do Every Breath Counts, parceria público-privada que apoia países de baixa e média renda com o objetivo de reduzir mortes por pneumonia nos próximos anos, indica que, somente em 2019, a doença custou a vida de 2,5 milhões de pessoas. Entre elas, 672 mil crianças. Ou seja, mais de 20% das vítimas.

Dados do Datasus, departamento de informática do Sistema Único de Saúde (SUS), publicados pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia apontam que, no Brasil, houve 44,5 mil mortes por pneumonia de janeiro a agosto do último ano.

“A gente tem muita dificuldade no diagnóstico de pneumonia, porque no CID-10, aquela (tabela) em que a gente anota o diagnóstico das internações, entra muita pneumonia não especificada, pneumonia bacteriana, covid entrou muito como pneumonia”, diz Kfouri. “Então nem sempre os dados são muito precisos.”

Recentemente, segundo ele, houve uma mudança no panorama das doenças infecciosas em função da covid-19, que desorganizou a sazonalidade da gripe e, consequentemente, a de muitas pneumonias secundárias a ela. As medidas adotadas por conta do coronavírus, como isolamento, teriam acarretado em uma diminuição das pneumonias, mas elas voltaram a crescer no último ano. “Acredito que 45 mil casos (nesse recorte) é um número razoavelmente perto da média de antes.”

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