Curitiba – Contra mudanças climáticas, Curitiba reduz emissões e investe em recuperação do ambiente urbano
Com a geração de energia solar na nova usina, que tem cerca de 8,6 mil módulos fotovoltaicos, a cidade deixa de emitir gases responsáveis......
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Por CGN
A Pirâmide Solar do Caximba, a ser entregue no dia 29 de março, em comemoração aos 330 anos de Curitiba, representa também o esforço da capital paranaense no cumprimento das metas do Acordo de Paris para conter o aumento da temperatura média global. O projeto, dentro do Curitiba Mais Energia, que teve apoio da Rede C40, faz parte das iniciativas do Plano Municipal de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas de Curitiba (PlanClima).
Com a geração de energia solar na nova usina, que tem cerca de 8,6 mil módulos fotovoltaicos, a cidade deixa de emitir gases responsáveis pelo efeito estufa e que causam o aquecimento global.
Esses desafios serão apresentados também no Dia Nacional de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas, nesta quinta-feira (16/3), com a palestra do especialista Paulo Nobre no Passeio Público e transmissão ao vivo pela internet.
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Somam-se à Pirâmide Solar uma série de ações que visam a recuperação do ambiente urbano, a redução de emissões de gases e a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. Entre elas, destacam-se:
Amigo dos Rios e 100 Mil Árvores – Programas que promovem melhorias ambientais com a participação da comunidade e consistem na limpeza dos rios e na recomposição da vegetação nativa. O desafio 100 Mil Árvores para Curitiba foi lançado pelo prefeito Rafael Greca, originalmente, na primavera de 2019 e deveria ser concluído na primavera de 2020. Mesmo com a pandemia, que acabou por inviabilizar o plantio comunitário, foram plantadas 108 mil mudas no período proposto. Graças a esse sucesso, o município vem renovando o desafio e toda a população pode participar. Em 2023, o município planta a muda de número 330 mil. Já o programa Amigo dos Rios visa à melhoria e recuperação dos rios da cidade, com uma série de ações voltadas para a regularização das ligações de esgoto, fiscalização, limpeza de rios, obras e Educação Ambiental. É um trabalho amplo e integrado, que envolve também a comunidade com a formação de grupos de apoio local, como prioridade para o Rio Belém (e suas sub-bacias), que nasce e termina dentro da cidade.
Curitiba Mais Energia – O programa que visa disseminar o uso da energia renovável na cidade já foi responsável pela implantação de módulos fotovoltáicos no Palácio 29 de Março e pela Usina Solar do Caximba no aterro sanitário desativado, a ser entregue no aniversário da cidade, e também pelos painéis em instalação em terminais de ônibus. Os projetos foram selecionados pelo C40, Cities Finance Facility, para apoio na elaboração. O Curitiba Mais Energia contempla ainda painéis solares no Salão de Atos do Parque Barigui e na Galeria das Quatro Estações do Jardim Botânico, e com a CGH Nicolau Kluppel, que gera energia na queda d’água do Parque Barigui.
Bairro Novo do Caximba – Com o financiamento de US$ 57 Milhões da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), o Bairro Novo do Caximba será o primeiro bairro inteligente do Brasil e o maior projeto socioambiental da história recente de Curitiba. Vai promover o reassentamento de 1.147 famílias que hoje vivem em situação de vulnerabilidade social e sanitária, em uma ocupação irregular na Área de Preservação Ambiental das bacias dos rios Barigui e Iguaçu. Além das casas e da reurbanização, o projeto prevê ainda um parque linear, obras de infraestrutura de água e esgoto, além de iluminação pública e novos equipamentos de saúde, educação e assistência social. As obras das primeiras 752 casas do Novo Bairro do Caximba começaram em outubro do ano passado.
Inter 2 elétrico, Caminhar Melhor e Plano Cicloviário – A melhoria da infraestrutura de calçadas, com o programa Caminhar Melhor, e cicloviária, com o Plano Cicloviário de Curitiba, estimulam a mobilidade ativa. Já a modernização do Inter 2, que terá ônibus elétricos, e o BRT Leste-Oeste são exemplos de projetos que reforçam a importância da redução de emissões de GEE provenientes dos combustíveis fósseis. No caso das ciclovias, até 2025 Curitiba terá mais de 400 quilômetros de estrutura cicloviária espalhada pelos bairros.
Hortas, Fazenda Urbana e Jardins de Mel – Implantação de hortas comunitárias e da Fazenda Urbana de Curitiba, por meio da Secretaria Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, garante alimentação de qualidade e reforça a infraestrutura verde da cidade com cultivos naturais. Atualmente, são 145 espaços de cultivo de hortifrútis com apoio da Prefeitura. A Fazenda Urbana é referência nacional como espaço de educação para a prática a agricultura em grandes cidades. Já as caixas de colmeias do programa Jardins de Mel estão espalhadas por 60 locais da capital, entre parques, hortas, escolas, mercados, zoológico e museus, e abrigam abelhas nativas sem ferrão, essenciais para o equilíbrio do meio ambiente, a polinização e biodiversidade urbana. A ampliação do projeto Jardins de Mel é uma parceria das secretarias municipais de Segurança Alimentar e Nutricional, do Meio Ambiente e da Educação.
Reserva Hídrica do Futuro – A Reserva Hídrica do Futuro irá interligar as antigas cavas do Rio Iguaçu, na Região Metropolitana de Curitiba, favorecendo a formação de lagos que poderão suprir o abastecimento de água para a população em momentos de estiagem. A iniciativa é uma parceria da Prefeitura de Curitiba e Governo do Estado do Paraná – por meio da Sanepar, do Instituto Água e Terra (IAT) e da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec). O objetivo é ampliar a capacidade de reservação de água para o consumo da população também por meio da implantação de caixas d’água em comunidades que sofrem com os problemas de abastecimento.
Família Folhas – Com a chegada da nova Família Folhas, Curitiba vem reforçando conceitos básicos de sustentabilidade para o dia a dia da população. Além de ensinar a importância de destinar corretamente os resíduos domésticos e falar da utilização e reaproveitamento de água e uso de energias renováveis, a campanha com os simpáticos personagens do clã verde – Seu Folha, Dona Fofô, Fofis, Fifo, Flora, Fefo e Folheco – também busca incentivar práticas que ajudem a reduzir a emissão de dióxido de carbono (CO2) no meio ambiente. Fifo, Flora e Fefo podem ser vistos inclusive circulando pela capital, pedalando ecológicas bicicletas.
Programa Ecocidadão – Curitiba conta com 40 Associações de Catadores de material reciclável, que recebem, triam e comercializam resíduos da coleta seletiva da cidade. O Programa Ecocidadão, coordenado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, visa melhorar a qualidade de vida dos catadores e fortalecer a rede de coleta e separação de materiais também reutilizáveis.
Câmbio Verde – Programa municipal está presente em 103 pontos de troca na cidade, onde qualquer cidadão, sem necessidade de cadastro, pode efetuar a troca de materiais recicláveis como papel, papelão, vidro, metais e até óleo doméstico já utilizado, por frutas e hortaliças. Por mês são cerca de 290 toneladas de recicláveis e 3,5 mil litros de óleo que deixam de ser descartados de forma incorreta e viram alimento na mesa dos cidadãos curitibanos.
Ecopontos, compostagem e lixo eletrônico – Para o descarte correto de resíduos, a Prefeitura de Curitiba mantém os Ecopontos. Atualmente, são 11 locais, onde a população pode depositar resíduos de construção civil (caliça), madeiras, restos de podas de árvores e de limpeza de jardins; mobiliários inservíveis, recicláveis, eletroeletrônicos; óleo de cozinha e gordura já usados. Nos ecopontos, também é possível participar do Programa Municipal de Compostagem, que recebe resíduos domiciliares orgânicos (cascas e restos de frutas, de legumes e verduras crus, cascas de ovos, filtros e borra de café, saquinhos de chá e restos de folhas) que viram adubo e são usados nas hortas urbanas da capital. Periodicamente, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente ainda realiza mutirões de recolhimento de lixo eletrônico, para evitar que materiais contaminantes sejam descartados de forma errada e prejudicial ao meio ambiente.
Lixo Zero, Edimburgo, ODS e C40 – Curitiba é signatária de vários compromissos internacionais para mitigação das mudanças climáticas. Além de ser oficializada em outubro de 2022 como integrante da Declaração de Edimburgo, documento de apoio à conservação da biodiversidade, recuperação e uso sustentável dos ecossistemas, a capital está comprometida com a eliminação da geração de resíduos prevista no pacto pelo Lixo Zero (Zero Waste), assinou um termo de cooperação técnica com a Fundação Ellen MacArthur para acelerar a missão de transição rumo à economia circular, está alinhada à Agenda 2030 estabelecida pelos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e também é signatária da Carta de Compromisso da Cidade de Curitiba com a Deadline 2020 – Meta 2020) a líderes mundiais sobre mudanças climáticas, proposta pela rede C40, grupo de grandes cidades para liderança do clima, e encaminhada aos chefes de estado do G20.
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