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Imagem referente a Novo perfil da Alesp tende para centro-direita, diz cientista político
© Divulgação/Alesp

Novo perfil da Alesp tende para centro-direita, diz cientista político

Dos 94 eleitos, 32 vão assumir pela primeira vez uma cadeira na Assembleia e sete, que já cumpriram mandato em legislaturas anteriores, estão voltando à Casa.......

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Por CGN

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© Divulgação/Alesp

Nesta quarta-feira (15), a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) dá posse aos 94 deputados estaduais eleitos e diplomados nas eleições de 2022. A cerimônia de posse, que marca abertura da 20ª legislatura da Alesp será no Plenário Juscelino Kubistchek, às 15h.

Dos 94 eleitos, 32 vão assumir pela primeira vez uma cadeira na Assembleia e sete, que já cumpriram mandato em legislaturas anteriores, estão voltando à Casa. A expectativa é que, com a nova composição da Casa, o governador Tarcísio de Freitas, do Republicanos, tenha facilidade para aprovar seus projetos.

Com isso, Tarcísio não deverá encontrar obstáculos para aprovar projetos que defendeu na campanha ao governo do estado, como a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). “Nos projetos de privatização que estão aí em pauta, como a privatização da Sabesp e de outras empresas, é possível que ele tenha facilidade, ou que pelo menos tenha um bom número de deputados apoiando essas pautas”, disse Maria do Socorro.

De acordo com Silva, dois temas que também poderão ser pautados para votação na Alesp são segurança pública e educação.

A maior bancada agora será a do PL, que elegeu 19 deputados, entre os quais, André do Prado, o mais cotado para assumir a presidência da Casa, após anos de liderança do PSDB. “É uma troca da guarda, um revezamento de forças. O PSDB ainda tem força em São Paulo, mas cada vez menos expressiva. E, em nível nacional, o partido também saiu enfraquecido das eleições. Com o PL assumindo, existe ali uma certa continuidade, eu diria, porque o PSDB foi cada vez mais, ao longo dos anos, saindo do centro e indo mais para a direita. O PL, por sua vez, está crescendo. É um crescimento que vem de 2018 para cá, [com o partido] tentando assumir cada vez mais esse espaço do PSDB”, ressaltou Maria do Socorro.

PSDB e PL devem, juntos, compor a base governista. Aos dois partidos, se somará o Republicanos, ao qual é filiado o governador Tarcísio de Freitas. O Republicanos terá oito cadeiras na Alesp. A base governista deverá ainda com o União Brasil, que tem oito cadeiras; o PSD, o MDB e o Podemos, com deputados, cada um; o Progressistas, que elegeu três; o Cidadania e o Partido Social Cristão, com dois. É possível que o o Partido Novo, que elegeu um representante, também integre a base.

Já a oposição será formada pelo PT, que elegeu 18 deputados e tem a segunda maior bancada na Casa. O PT teve o deputado estadual mais votado em 2022 em São Paulo, Eduardo Suplicy, com 807.015 votos. O bloco oposicionista terá ainda o PSOL, com cinco representantes, e o PCdoB, que elegeu a deputada Leci Brandão.

A Alesp contará ainda com representantes da Rede Sustentabilidade, que reelegeu Marina Helou; do PDT e do Solidariedade, com um deputado cada; e PSB, que elegeu três.

“Os partidos que aparentemente vão conseguir maior controle são justamente os partidos da base, como o PL, que conseguiu aumentar consideravelmente o número de deputados, o Republicanos, o PSD, o União Brasil e o MDB. Vamos ter uma Alesp, do ponto de vista ideológico, do centro para a direita. Na oposição, a expectativa é que o PT, que vai ter 19 deputados, juntamente com partidos menores, como PSOL, PCdoB e outros de esquerda, consigam fazer oposição, que vai ser consistente. Não diria que esses partidos conseguirão aumentar sua capacidade de embate, mas eles terão ali capacidade de, a depender das matérias, fazer uma boa oposição. Mas a balança do poder tende, sim, para o governador Tarcísio de Freitas ter uma maioria considerável”, afirmou Maria do Socorro.

Para Bruno Silva, a nova composição da Alesp deverá também permitir que o PL participe de comissões importantes. “Vamos encontrar basicamente um PL muito fortalecido e tentando disputar cargos importantíssimos, principalmente as comissões mais significativas, até porque o partido do Tarcísio não tem uma bancada tão grande assim dentro da Alesp. Somando forças e a configuração de um bloco, o governo tem a possibilidade de controlar comissões importantes, como as de Legislação, Redação, Justiça, e, principalmente, Orçamentária. Não vejo muitas dificuldades acerca disso”, enfatizou o cientista.

“É possível que haja também, nesse sentido, pautas de conteúdo e, com certeza, isso vai ter um peso muito forte dos setores conservadores. Por enquanto, temos observado que o atual governador tem tentado se desvincular da extrema direita. Quando ele faz essa aliança tão grande e tem ao redor de si uma coalização governamental formada por muitos partidos, ele se afasta daquela força da extrema-direita que em São Paulo contribuiu para elegê-lo”, disse Maria do Socorro.

Segundo a cientista política, o que se espera é que, com isso, a Alesp foque mais em uma agenda neoliberal e menos em uma pauta de costumes. “Temos que aguardar um pouco, mas, por enquanto há sinais de uma união do centro com a direita e com a direita tradicional, não com a extrema-direita.”

Silva enfatizou que o ponto para entender e observar exatamente como vai se dar esse comportamento dentro da Assembleia Legislativa vai depender muito de que tipo de agenda o governo do estado vai colocar para ser discutida, para ser votada. “E aí me parece que o Tarcísio, por mais que tenha surfado na onda do Bolsonaro, ele não é Bolsonaro.”

Além da aprovação de pautas neoliberais, espera-se ainda que projetos relacionados às mulheres ganhem mais peso na nova legislatura. Isso porque cresceu um pouco a representação das mulheres na Casa: de 18 cadeiras, elas passam a ocupar 25. “Embora o número [de mulheres] esteja fragmentado em vários partidos, este é também um elemento inovador”, disse Maria do Socorro. “É um crescimento ainda pequeno, mas considerável e importante. Essa bancada vem em um crescente. Digamos que as mulheres agora terão mais condições de assumir projetos, assinar projetos e lutar por eles e por sua aprovação. Não é fácil aprovar tais projetos e vai depender, claro, da contribuição de deputados para essas pautas”, acrescentou.

A cientista política destaca ainda o fato de a representação feminina ser muito vinculada às bancadas partidárias, porque são funções sub-representadas em termos eleitorais. Por isso, é importante que elas consigam formar grandes maiorias, no sentido de atrair deputados para apoiar os projetos que tratam de direitos das mulheres.

Maria do Socorro comemorou o número de 25 mulheres eleitas na Alesp. “Com esse número, começamos a ter maiores esperanças de aumentar vários projetos de lei ou que, pelo menos, sejam votados mais projetos de lei relacionados aos direitos femininos”, afirmou.

Fonte: Agência Brasil

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