Após anos de espera, conjuntos habitacionais são entregues na Bahia
Após anos de espera, 684 famílias vão receber apartamentos construídos pelo programa Minha Casa, Minha Vida em Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano. As obras......
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Por CGN
Após anos de espera, 684 famílias vão receber apartamentos construídos pelo programa Minha Casa, Minha Vida em Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano. As obras dos dois conjuntos habitacionais foram contratadas em 2013. A maior parte dos desembolsos, segundo dados disponibilizados pelo governo federal, foi feita em 2015 e 2016.
No entanto, os prédios praticamente acabados não foram ocupados e, com isso, se deterioraram e sofreram até com furtos de instalações elétricas e peças de acabamento. Foram necessárias reformas para que eles possam ser entregues hoje (14). O Residencial Vida Nova Sacramento tem 244 unidades habitacionais, com um investimento de R$ 14,6 milhões, e o Residencial Vida Nova Santo Amaro I é composto por 440 apartamentos, com investimento de R$ 26,4 milhões.
“Me inscrevi em 2009”, conta Rosângela Pires, de 54 anos, uma das contempladas com um dos apartamentos novos. Morando de favor na casa emprestada por um parente, ela agora pensa como vai mobiliar o novo lar. “Eu pretendo colocar móveis novos bem devagarzinho. Comprar com parcelas suaves”, diz.
A nova casa também deve ser uma oportunidade de aproximar a família. “De início, vou morar só. Mas já estou programando para minha filha e dois netos virem morar comigo. Porque antes não tinha possibilidade. Mas, agora, a casa é ampla: tem dois quartos, sala, banheiro, cozinha. Então, já dá para trazer os netos para perto de mim”, revela sobre os planos para o futuro próximo.
Com o companheiro Emídio Barbosa, a dona de casa Sandra Cristina dos Santos, de 48 anos, também visitou o apartamento enquanto o condomínio passava pela última vistoria e limpeza antes de ser entregue aos novos moradores. “Mais de dez anos que estou esperando. Agradeço a Deus por ter saído”, afirma.
Sandra diz que está endividada pelo empréstimo consignado oferecido a partir do Auxílio Brasil, no ano passado, e que vai se mudar com a mobília antiga mesmo. “Eu não tenho muitos móveis, mas tenho umas besterinhas. Os meus bagulhos vou trazer”. O filho Emanuel, de 13 anos, está empolgado com a infraestrutura de lazer oferecida no local. “Meu filho ficou alegre por causa das quadras, ele gosta bastante de futebol. O sonho dele é ser jogador”, conta.
O Ministério das Cidades informou que fez uma série de esforços nos últimos 30 dias para garantir que as obras paralisadas do Minha Casa, Minha Vida fossem entregues. A pilha de processos que chegou no último mês à mesa da coordenadora de Habitação da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social de Santo Amaro, Maria da Purificação Ribeiro, confirma isso. Ela conta que esperou, durante todo o ano passado, que os processos fossem enviados pela Caixa Econômica Federal e agora tem que se desdobrar para dar conta da demanda.
Sem banheiro
Os imóveis destinados à Faixa 1, com renda de até R$ 2,6 mil, atendem, de acordo com ela, a muitas famílias em grande vulnerabilidade. Ribeiro explica que nas áreas rurais do município muitas pessoas vivem em casas de taipa, sem acesso a saneamento ou em áreas de risco. A pasta não conta com dados precisos sobre as necessidades de moradia no município. Porém, só na enchente de 2015, chegaram a ficar desalojadas 757 famílias, o que dá uma dimensão de quantas pessoas vivem em situação precária.
Como parte das exigências do Minha Casa, Minha Vida, a secretaria vai apoiar os novos moradores na organização coletiva necessária para gerir os espaços de uso comum. “Nós vamos orientá-los a se organizar como condomínio. Existem praças, parques e quiosques que são de uso comum. Então, a gente vai orientar como vão usar para preservar aquele lugar”, diz.
Além disso, como as experiências das famílias são muito diferentes, Ribeiro destaca que é preciso trazer também orientações de como lidar com o novo patrimônio. “Fazer com que as pessoas desenvolvam o sentimento de pertencimento, que aquela casa é sua. Porque muitas famílias nunca tiveram um lugar. Saíam de um lugar para o outro. Nunca souberam o que é um banheiro, coleta de lixo”, acrescenta.
Fonte: Agência Brasil
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