O lobo do Lula – por Caio Gottlieb
Momentos antes, um de seus amigos havia cometido uma injustiça contra ele, motivo pelo qual, tomado pela raiva, resolveu ouvir a sabedoria daquele ancião....
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Por Caio Gottlieb
Uma fábula transmitida de geração para geração ao redor das fogueiras nas aldeias Cherokee, lendária tribo dos povos originários da América do Norte, conta que, certo dia, um jovem índio chegou perto de seu avô para pedir um conselho.
Momentos antes, um de seus amigos havia cometido uma injustiça contra ele, motivo pelo qual, tomado pela raiva, resolveu ouvir a sabedoria daquele ancião.
O velho índio olhou fundo nos olhos do rapaz e disse: “Eu também, meu neto, às vezes, sinto grande ódio daqueles que cometem injustiças sem demonstrar qualquer arrependimento pelo que fizeram. Mas, o ódio corrói quem o sente, e nunca fere o inimigo. É como tomar veneno, desejando que o inimigo morra.”
O moço continuou olhando surpreso, e o avô prosseguiu: “Várias vezes lutei contra esses sentimentos. É como se existissem dois lobos dentro de mim. Um deles é bom e não faz mal. Ele vive em harmonia com todos ao seu redor e não se ofende. Ele só luta quando é preciso fazê-lo, e de maneira reta. Mas o outro lobo… Esse é cheio de raiva. A coisa mais insignificante é capaz de provocar nele um terrível acesso de fúria. Ele briga com todos, o tempo todo, sem nenhum motivo. Seu ódio é muito grande e, por isso, ele não mede as consequências de suas ações. É uma cólera inútil, pois ela não irá mudar nada. Às vezes, é difícil conviver com estes dois lobos dentro de mim, pois ambos tentam dominar meu espírito.”
O jovem olhou intensamente nos olhos de seu avô e perguntou: “E qual deles vence?”
Ao que o avô sorriu e respondeu baixinho: “Aquele que eu alimento.”
Em seus discursos de posse no Congresso Nacional e no Palácio do Planalto, Lula encarnou, alternadamente, ambas as feras, entremeando mensagens contrastantes de paz e guerra.
Conclamou a união dos brasileiros e se comprometeu com a eliminação dos conflitos políticos, mas disparou um bombardeio de acusações e impropérios contra o seu antecessor, colocando mais combustível na polarização que divide o país.
Declarou não carregar nenhum ânimo de revanche, mas chamou a gestão anterior de genocida e pregou a punição de crimes supostamente cometidos.
Anunciou que vai governar para 215 milhões de brasileiros e não apenas para os que votaram nele, mas afirmou que houve amplo desvirtuamento de recursos públicos para um projeto autoritário de poder.
Convocou a pacificação nacional (“é hora de reatarmos os laços com amigos e familiares”), mas bradou que a eleição foi marcada por “violentas ameaças à liberdade do voto”.
O pior é que os primeiros atos do governo petista não sinalizam para a conciliação e só reforçam a intenção de confronto, com ameaças de revogação de reformas, manifestações de intolerância com os protestos de opositores e, o mais grave, a criação de instrumentos “legais” para controlar as redes sociais e sufocar opiniões que desagradem os novos ocupantes do Palácio do Planalto.
Parece que Lula está disposto a alimentar o lobo raivoso.
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