A mulher certa no lugar certo – por Caio Gottlieb

Pelo visto, o acúmulo de dívidas com órgãos públicos, que superam R$ 1 milhão, é um dos pré-requisitos para o exercício da função que ela ocupará a convite de Lula.

Há débitos com a Receita Federal, com a Previdência e até mesmo com a própria pasta que estará sob o seu comando a partir do próximo ano.

Em dezembro de 2020, o Tribunal de Contas da União condenou a Associação Fábrica Cultural, ONG fundada por ela, a devolver cerca de R$ 340 mil aos cofres federais.

O valor foi calculado com base em falhas identificadas em um convênio assinado em 2010, último ano do governo Lula, entre a entidade e o Ministério da Cultura, para a realização de um seminário sobre “culturas identitárias”.

O contrato previa que a pasta liberasse R$ 757 mil para bancar o evento, orçado em R$ 1 milhão.

Foram encontradas irregularidades como a cotação fictícia de preços, a contratação de serviços sem detalhamento do objeto, pagamentos por serviços que não foram realizados, pagamentos a pessoas com vínculo na administração pública e superfaturamento de compras.

Além disso, a ONG não disponibilizou os recursos acertados como contrapartida.

Técnicos do TCU ainda identificaram um pagamento suspeito de R$ 120 mil reais à empresa Foco Entretenimento.

Descobriu-se depois que ela pertencia a duas diretoras da citada ONG, o que é vedado por lei, a fim de evitar que o dinheiro público seja destinado a quem supostamente o administra sem fins lucrativos.

Com isso, a Corte determinou a devolução de parte dos recursos, o que não ocorreu.

Eis o currículo da cantora Margareth Menezes, futura ministra da Cultura do governo Lula, que terá em 2023 um orçamento de 5 bilhões de reais, mais de três vezes superior à verba prevista para o ministério da Agricultura, para fazer a alegria e encher os bolsos dos artistas, especialmente daqueles famosos que apoiaram a eleição do petista.

Não poderia haver nome mais qualificado para o cargo.