Vítima de Covid-19 em Cascavel, Reginaldo Santos era jovem saudável, afirma familiar

Foi sepultado na manhã de hoje (2) no cemitério Cristo Redentor o corpo de Reginaldo Abreu Santos, de 34 anos. Ele é a oitava pessoa de Cascavel a falecer em decorrência da Covid-19.

A CGN conversou com um familiar que, bastante abalado, contou que Reginaldo era uma pessoa saudável. Ele nega que o homem tinha diabetes, como foi divulgado pelas autoridades de saúde na nota de falecimento. Ele trabalhava como segurança e estava se preparando para fazer o concurso público para a Guarda Municipal, o que exige boa condição física.

O familiar, que preferiu não ser identificado, conta que o primeiro sintoma apresentado por Reginaldo foram dores no corpo e ele teria procurado a UPA mais de uma vez. A família ficou surpresa com a transferência para um leito na cidade de Assis Chateaubriand e afirma que, devido a isso, houve dificuldade para conseguir informações. Depois da transferência e pelo risco de contágio da doença eles não puderam mais fazer visitas. Reginaldo tinha uma filha de um ano e meio.

“Não entendemos porque ele foi para outra cidade se tinha vaga aqui. Foi muito difícil ter informação sobre o caso dele, fomos muito atrás e ele também insistiu muito para fazer uma chamada para a filha, ele conseguiu por teimosia”.

A CGN irá repassar ao Município os questionamentos do familiar sobre o transferência do paciente e dificuldade de conseguir informações.

A prefeitura informou ontem que o paciente havia manifestado os sintomas em 16 de maio, procurado a UPA no dia 23 e sido transferido no mesmo dia a UTI, vindo a falecer ontem (1). Até o momento Cascavel teve 508 casos positivos da doença, mas nem todos os pacientes com sintomas são testados, apenas os casos mais graves.

Atualização

A Secretaria de Estado da Saúde enviou nota onde diz que possui uma Central de Regulação de Leitos e uma ampla rede hospitalar onde são concentrados os pedidos de transferências de pacientes entre os serviços de saúde.

“Este remanejamento de pacientes é comum e pode ocorrer dentro das macrorregiões, de acordo com a disponibilidade de leitos e visando um melhor e pronto atendimento ao paciente. O protocolo para dar retorno aos familiares sobre o estado de saúde dos pacientes fica a cargo da unidade de saúde onde o paciente está sendo atendido. A Sesa não fala sobre casos individuais, visto que o atendimento é realizado pelo município, que é o responsável em repassar as informações para a Sesa.

O paciente deu entrada em uma UPA em Cascavel no dia 22/05, no dia seguinte (23/05) foi solicitado transferência pela Central de Regulação de Leitos e o pedido foi aceito no Hospital Assis, pelo fato do serviço estar com mais leitos disponíveis (naquele momento) para atendimento, do que os hospitais de Cascavel.

O paciente internou no Hospital de Assis no dia 23/05. No dia 01/06, segundo espelho disponibilizado à Central de Regulação, ele precisou de um hospital com serviço de diálise de acordo com o quadro clínico. Ainda pela manhã foi disponibilizado vaga em outro serviço de saúde, mas o paciente não resistiu e faleceu. A confirmação para Covid-19 foi no dia 27/05″.