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Diretor corintiano vê lado financeiro imprevisível e aguarda chegada de R$ 120 mi

Em contato com o Estadão, o diretor financeiro do Corinthians, Matias Romano Ávila, admitiu que a situação atual é “imprevisível”. Por outro lado, ele comemorou o...

Publicado em

Por Agência Estado

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Em crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, o Corinthians busca cortar despesas e aguarda a chegada de quase R$ 120 milhões nos próximos dias referentes à venda do meia Pedrinho para o Benfica, de Portugal. O clube alvinegro reduziu o salário de funcionários e jogadores, além de ter encerrado contratos de modalidades que estão paradas, como o basquete que teve a temporada nacional finalizada ainda no início de maio.

Em contato com o Estadão, o diretor financeiro do Corinthians, Matias Romano Ávila, admitiu que a situação atual é “imprevisível”. Por outro lado, ele comemorou o fato de o clube já não contar em seu fluxo de caixa com o dinheiro de bilheteria, usado para pagar a Arena em Itaquera. Outros times sofrem sem a renda de jogos durante a paralisação que teve início em março no Brasil.

“Estamos enfrentando várias dificuldades. Toda vez que tem uma situação como essa, acaba tendo uma situação imprevisível. Não sabemos quanto tempo mais isso vai durar, quando as competições vão voltar a ocorrer. Como resolver isso? Tem que procurar cortar as despesas porque as receitas foram interrompidas, mas as despesas continuam. Se tem um caixa reforçado, dá para contornar algumas situações. O futebol não tem lucro: é receita e é despesa”, afirmou o dirigente.

Segundo Matias Ávila, o Corinthians não demitiu funcionários até o momento. Amparado pela Medida Provisória 936, que permite a redução de salários durante a pandemia, o clube cortou até 70% dos vencimentos dos profissionais – com piso de R$ 3 mil – e 25% dos jogadores. O Corinthians ainda encerrou a ajuda de custos a atletas amadores e de outras modalidades e aguarda para saber se haverá competições de base. Caso não tenha torneios em 2020, a tendência é de que alguns jovens jogadores e profissionais das comissões técnicas sejam desligados.

“Ainda estamos em fase de planejamento. O que fizemos até agora foi para preservar empregos. Sabemos como entramos nessa situação, mas não sabemos como vamos sair. Estamos fazendo tudo com pés no chão. Vamos fazer um plano de transição que envolve competições futuras. Aquelas que forem ocorrer, vamos manter. As que não forem ocorrer, vai ter que haver uma redução. Será nessa linha. Mas deixando claro que o Corinthians não vai ‘queimar’ atletas e comissão técnica”, disse Matias Ávila.

O dirigente corintiano conversa com o presidente Andrés Sanchez e até com diretores financeiros de outros clubes para avaliar as medidas. Em relação a outros times, Matias Ávila cita dois fatores positivos para o Corinthians neste momento de crise.

O primeiro é que o cofre alvinegro vai receber nos próximos dias quase R$ 120 milhões por causa da venda de Pedrinho para o Benfica, de Portugal, acertada ainda em março por 20 milhões de euros. A alta da cotação da moeda europeia favorece o Corinthians, que negociou a antecipação do recebimento do valor e só repassará os 30% que pertencem ao empresário Will Dantas em 2021. O socorro financeiro será usado, principalmente para quitar dívidas passadas. Em 2019, o Corinthians apresentou um déficit de R$ 177 milhões e fechou o ano com dívida de R$ 665 milhões, sem considerar o financiamento do estádio.

“Temos algumas despesas do ano passado para pagar, como férias e direitos de imagem de jogadores, e impostos. Temos que deixar a casa em ordem”, projetou Matias Ávila, que não acredita que o dinheiro possa ser usado para reforçar a equipe. “Hoje, infelizmente, é mais fácil a gente falar de saída do que de contratação”.

O outro alento é que a previsão orçamentária alvinegra já não contava com a renda de bilheteria porque os valores arrecadados são destinados ao pagamento de parcelas para a Caixa Econômica Federal. O Corinthians não realiza os depósitos desde julho do ano passado, em razão da divergência na negociação que foi parar na Justiça – o processo está suspenso a pedido de ambas as partes. No entanto, a ausência da arrecadação com bilheteria pode dificultar o pagamento do financiamento no futuro.

Em quatro jogos como mandante e tendo torcida no Campeonato Paulista, o Corinthians teve renda líquida de quase R$ 3 milhões. O valor corresponde a praticamente metade da parcela mensal que o clube precisa depositar para a Caixa. Em uma projeção de quatro partidas em casa por mês, o Corinthians pode ter deixado de arrecadar mais de R$ 10 milhões durante a paralisação causada pela pandemia. O banco estatal cobra, ao todo, R$ 536 milhões do Corinthians. A proposta do clube é pagar R$ 6 milhões em meses com jogos e R$ 2,5 milhões em meses sem partidas.

“Eles têm nossa oferta e estamos aguardando a resposta. Essa conversa foi adiada por causa dessa pandemia. Os esforços dos dois lados estão sendo direcionados para o coronavírus. Não fomos afetados neste momento pela falta da renda de bilheteria. Como estamos em discussão, o financiamento está paralisado”, afirmou Matias Ávila.

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