AMP

O buraco era mais embaixo – por Caio Gottlieb

Arrastando-se nos tribunais por mais de 30 anos, a disputa questionava o traçado das linhas virtualmente projetadas nas águas do Atlântico para definição das fatias pertencentes...

Publicado em

Por Caio Gottlieb

À exceção dos órgãos jurídicos dos dois estados que cuidavam do assunto, pouca gente tinha conhecimento que Paraná e Santa Catarina vinham travando uma longa briga judicial por direitos sobre o mar territorial.

Arrastando-se nos tribunais por mais de 30 anos, a disputa questionava o traçado das linhas virtualmente projetadas nas águas do Atlântico para definição das fatias pertencentes a cada estado, desenhado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística na década de 80 e desde então contestado pelos catarinenses.

O caso não teria maior importância se não envolvesse a localização de áreas marítimas produtoras de petróleo e a distribuição dos cobiçados royalties que a exploração delas gera a estados e municípios.

Encerrado em 2020 com a decisão do Supremo Tribunal Federal que reconheceu a procedência da reclamação e deu ganho a Santa Catarina, o caso voltou à tona no último mês de maio quando a Corte mandou o IBGE cumprir a sentença e refazer os limites que foram objeto do litígio.

O pior de tudo, agora, é que o Paraná terá que devolver os valores recebidos durante o período em que os poços estiveram sob o seu domínio.

Estima-se que o ressarcimento aos vizinhos, uma conta que ainda demandará muita discussão, poderá chegar perto dos 300 milhões de reais.

Será uma outra novela.

Google News

Whatsapp CGN 3015-0366 - Canal direto com nossa redação

Envie sua solicitação que uma equipe nossa irá atender você.


Participe do nosso grupo no Whatsapp

ou

Participe do nosso canal no Telegram

Veja Mais
Sair da versão mobile