De corpo e alma – por Caio Gottlieb

Vem se reproduzindo por todo o país a formação de grupos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro desejosos de botar a mão na massa para ajudar voluntariamente nos esforços por sua reeleição.

São empresários, agricultores e profissionais liberais, homens e mulheres, jovens, adultos e idosos, lideranças comunitárias e gente anônima, que se reúnem e se organizam espontaneamente para trabalhar na campanha, engajando-se nas mais diferentes tarefas.

Em muitos desses encontros são realizados até “cursos” ministrados por políticos experientes, com e sem mandato, que transmitem instruções e compartilham seus conhecimentos e experiências visando objetivos bem pontuais: virar os votos de Lula a favor de Bolsonaro, aumentar a vantagem do presidente nas regiões onde ele já ganhou no primeiro turno, reduzir seus índices de rejeição e convencer os indecisos de que a melhor opção para o futuro do país é dar mais quatro anos para o atual mandatário da nação.

Impressiona quem tem ido a essas reuniões o número crescente de adesões, a vontade entusiasmada de participar e o envolvimento fervoroso das pessoas.

Esse sentimento já foi identificado em várias pesquisas feitas para tentar descobrir porque a quantidade de manifestantes nas mobilizações de rua pró-Bolsonaro pelo Brasil afora sempre é infinitamente superior à que se vê nos eventos do adversário.

Explica-se.

Eleitores de Lula vão às urnas apenas para escolher um presidente.

Eleitores do Bolsonaro vão às urnas para escolher um presidente, mas, também, para defender ideais, valores e princípios.

Em resumo, movidos por aguerrido patriotismo, lutam por uma causa e estão dispostos a qualquer sacrifício para torná-la vitoriosa.

E isso faz toda a diferença.