Juros caem com alívio no câmbio e exterior, à espera dos sinais do Copom

No fim da sessão regular, as principais taxas renovavam pisos históricos. O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 fechou com taxa de 4,390%,...

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Por Agência Estado

A semana do Copom começou com juros futuros em queda nos contratos de médio e longo prazos e estáveis na ponta curta. Na ausência de indicadores ou noticiário relevante que alterassem as apostas para a decisão de política monetária na quarta-feira, as taxas curtas passaram o dia rondando os ajustes anteriores. O consenso aponta queda de 0,5 ponto porcentual para a Selic, hoje em 5,50%, ainda que a curva mantenha a precificação de apostas marginais num corte de 0,75 ponto. A maior expectativa é por possíveis sinalizações do comunicado sobre até onde há espaço para reduzir o juro básico, o que de certa forma alimentou a postura doadora do investidor nas taxas longas e do miolo da curva, que também recuaram com o alívio do câmbio e com o maior apetite pelo risco no exterior.

No fim da sessão regular, as principais taxas renovavam pisos históricos. O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 fechou com taxa de 4,390%, de 4,397% no ajuste de sexta-feira, e a o DI para janeiro de 2023 caiu de 5,410% para 5,37%. A taxa do DI para janeiro de 2025 encerrou em 6,03%, de 6,071% no último ajuste.

Com as apostas bem consolidadas em torno da redução de 0,5 ponto porcentual da Selic na quarta-feira, o mercado tende a manter até lá o câmbio como principal referência. “Basicamente, o evento principal para o mercado de juros continua sendo o dólar e a expectativa de fluxo positivo que marginalmente impacta a curva”, disse o economista-chefe da Guide Investimentos, João Mauricio Rosal.

Como o câmbio, assim como o PIB, são variáveis-chave dos modelos para a inflação, o mercado vai fazendo contas para saber se há fôlego para a Selic chegar nos 4% no fim do ciclo, visto que a moeda furou o patamar dos R$ 4 mas a atividade dá indícios de tração. No comunicado da reunião de setembro, o Copom trouxe um cenário híbrido em que, com o câmbio constante a R$ 4,05 e os juros na mediana da Focus (à época, de 5%), a inflação para 2020 se mantinha abaixo da meta de 4%. A questão é que, agora, a economia dá sinais mais sólidos de retomada gradual. Por enquanto, isso não compromete a percepção sobre a Selic, mas pode aparar excesso de otimismo sobre o grau de relaxamento monetário.

“Tudo é muito dinâmico, mas se houver sinais de aceleração dessa melhora da atividade, essa nova percepção pode aparar todo o corte precificado para o ano que vem”, disse Rosal.

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